5º capítulo - final

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A Boate Star já estava a pleno vapor quando Eduardo chegou, um pouco mais tarde do que costumava chegar.

Felipe e Suzana já estavam lá, na mesa de sempre, e Felipe já foi entregando uma long neck para seu amigo que recebeu a bebida, bebeu um gole e ficou olhando ao redor, fazendo um check list de quem estava na boate.

Achou algumas parceiras eventuais de dança, que estavam se aquecendo na pista. Algumas ele já tinha levado para seu apartamento e sempre prometiam visitá-lo outra vez.

Mas ficou na dele. Depois do que havia acontecido mais cedo no prédio, da forma como foi apresentado à vizinha com o belo nome de Francine, achava que dificilmente iria conseguir encontrar alguma moça igual ali.

E quando tomava um belo gole da cerveja ele a viu. Chegou a se engasgar um pouco.

- Cara, que foi? Perguntou preocupado Felipe.

- Nada. Cof, cof. Nada não. Respondeu Eduardo ainda não acreditando no que havia visto.

Lá estava ela. No centro da pista. Cabelos soltos acompanhando o ritmo, usando um vestido vermelho colado ao corpo e curto. Um sapato de salto alto. Do jeito que ela se movia era a música que a acompanhava, e não o contrário.

Francine. Parecia uma visão. E que visão.

Havia um homem perto dela arregalado e tentando chegar mais próximo. Pelo que Eduardo viu, ela nem deu atenção a ele. Estava tão concentrada na música que na realidade ela não prestava atenção em mais nada.

Em um dos movimentos de cabeça ao som da música Francine visualizou Eduardo. E os olhares se cruzaram. Ela continuou a sua dança, e Eduardo ficou hipnotizado com a cena.

- Ei, cara. O que você tanto olha hem? Perguntou Felipe, fazendo um gesto com a cabeça para Eduardo. O som da boate ainda não estava tão alto e ainda se podia conversar sem gritar.

- Meu amigo. Estou vendo uma deusa. Uma deusa. Disse isso já caminhando em direção de Francine e deixando a garrafa de cerveja com Felipe.

Suzana Só acompanhava o amigo. Nada disse. Mas abriu um sorriso bem grande, como se prevendo o que aconteceria.

A boate ainda não estava completamente cheia e então não foi difícil chegar perto de Francine. Havia muitos homens próximos ali, mas nenhum chegou realmente perto dela. Ou então ela já tinha despachado todos. Foi o que pensou Eduardo.

Se ela percebeu ele se aproximar não demonstrou em nenhum momento, pois não parava de dançar. Em movimentos que deixavam qualquer homem babando. Completamente fissurado na dança sensual que ela praticava.

Ele chegou por trás e fez um movimento tocando em suas costas, como se estivesse acompanhando a sua dança. Ela não parou. Continuou a dançar e apenas colocou uma das mãos para trás segurando a cabeça de Eduardo pela nuca, enquanto roçava seu corpo no de Eduardo, ele acompanhando.

Eduardo por sua vez colocou sua mão direita na barriga de Francine, deixando a outra solta. Assim estavam interligados pela música e pelos movimentos que ambos faziam. Nunca dançaram juntos, mas ali, naquele momento, pareciam um só. De vez em quando ela levantava a cabeça e movia para trás, encontrando os olhos de Eduardo. Sua boca levemente aberta, os lábios com um batom tão vermelho que parecia da mesma cor do vestido.

O ritmo da música ajudava... Não era muito rápida e nem muito lenta. E assim ficavam dançando como um.

Quando a música mudou, ela também mudou a posição. Passou para a frente de Eduardo. O vestido dela era curto e colado ao corpo, e tinha um decote matador. Não deixava dúvidas. Não usava sutiã e, era até possível que não estivesse usando uma calcinha por baixo. Ou então era muito fina, que não deixava marcas no vestido.

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