POV - Taysson I

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''E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música.''

- Nietzsche

As estrelas não paravam de sintilar. Um vento frio e obscuro soprou balançando meus cabelos quando o portal se fechou.

Meu ouvido captou sussurros vindo de trás das árvores. Tentei enxergar o que estava acontecendo, mas não vi nada além da escuridão noturna. Nem mesmo as estrelas puderam me ajudar.

Um gemido abafado surgiu seguido de um grito, Beatrice. Corri até seu corpo e quando cheguei o encontrei pulsando involuntariamente no chão. Da sua boca saiu uma espuma amarelada, seus olhos se reviravam. Tirei minha jaqueta rapidamente e a dobrei colocando debaixo da sua cabeça inclinada, servindo como apoio. A garota estava tendo uma convulsão.

No chão não havia sangue e no seu corpo não tinha ferimento de bala, mas encontrei um dardo em seu pescoço. Provavelmente estaria envenenado e seria a causa do que está acontecendo.

Saí de perto da garota e fui até Marcos. Encontrei nele um dardo assim como em Beatrice, a diferença era que seu corpo não estava convulsivo. Verifiquei seu pulso e parecia estar normal.

Que diabos está acontecendo aqui?

Ouvi sons de galhos se quebrando atrás de mim. Alguém caminhava na minha direção. Senti alguma coisa bater em mim muito forte e me arremessar uns dez metros de onde eu estava, fazendo-me bater de costas contra uma árvore e cair debruçado perto da mesma.

Apoiei as minhas duas mãos no solo e me levantei com calma, olhei em volta mas não vi nada além de Beatrice e Marcos.

Alguma coisa se mexia a minha direita, perto de um arbusto. Estalei os dedos, uma chama azul e quente apareceu em minha mão. Atirei a bola de fogo contra o arbusto fazendo-o queimar. A única coisa que vi saindo foi um pequenino esquilo, fugindo das chamas que aumentavam de tamanho incendiando aquele pequeno pedaço verde da floresta.

Me virei para voltar para perto de Trice e Marcos, senti alguma coisa se impactar contra o meu corpo e logo em seguida me arremessar para o chão novamente. Minha cabeça bateu em uma pedra, fazendo minha visão tremer e falhar.

Me levantei com dificuldade e ergui a minha mão até minha nuca. Ao tocá-la, senti um líquido quente escorrer pelos meus dedos.

Meus olhos saíram do tom preto para o azul escuro e brilhante, permitindo que eu conseguisse enxergar melhor, aguçando a minha visão e os outros sentidos.

A minha esquerda percebi um vulto, rapidamente atirei uma bola de fogo na sua direção acertando em cheio. As chamas se espalharam pelo seu uniforme branco, mas não o queimou.

Um esguicho de água saiu da sua roupa e instintivamente lancei contra o mesmo chamas quentes o suficiente para fazerem o líquido virar vapor. Ataquei mais uma vez com minhas chamas azuis, mas de nada adiantou, sua roupa não queimava, o que me indicava serem a prova de fogo.

Outra chama em azul surgiu em minhas mãos e esperei que meu adversário atacasse. Assim feito revidei, revidei fazendo toda sua água evaporar.

Com sua fonte de água esgotada, agarrou um revólver em sua cintura e ameaçou disparar contra mim. Um clarão iliminou a floresta, e quando seu dedo apertou o gatilho, a arma travou e seus pés se deslocaram lentamente do chão. Uma poderosa fonte de energia cinética estava entre nós. O poder prendeu-se no pescoço do homem, enforcando-o com crueldade.

Alguém como euOnde histórias criam vida. Descubra agora