Cap. 5 - Ela quer ver você

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Ouço o som do despertador tocar e o desligo. Me levanto e sento na cama, olhei para a minha direita e vi meu novo guarda-roupa de duas portas de correr, a esquerda tinha outra cama, mais a frente estava o banheiro, coloquei os pés no chão e caminhei até ele. Na parede da pia havia um espelho retangular, olhei meu reflexo nele e reparei o quanto eu estava horrível. Eu não preguei os olhos um minuto sequer.

Muitas noites desejei uma cama confortável em um lugar seguro, agora que tenho, não consigo dormir porquê não paro de pensar na minha irmã. Eu não tenho notícias dela desde ontem a noite, quando fomos atacados. Não sei onde ela está, com quem está, ou se está bem e isso me preocupa muito.

São 07:00 da manhã. Kylie disse que passaria aqui as 07:20 para me levar a aula cujo começaria as 08:30. Abri uma das gavetas do pequeno armário que havia embaixo da pia, nele encontrei toalhas limpas, sabonete e escova de dentes nova. Peguei estes itens e caminhei em direção ao box. Pendurei a toalha no suporte de aço e tirei minha roupa, logo em seguida ligando o chuveiro senti a água cair sobre o meu corpo e fechei os olhos por longos segundos, os abri novamente e comecei a tomar o meu banho, que não podia demorar.

Assim que eu terminei enrolei a toalha na minha cintura e escovei meus dentes. Saindo do banheiro me sequei, vesti uma roupa qualquer e arrumei minha cama bagunçada. Caminhei até a janela que separava as duas camas e abri as cortinas, como ainda era muito cedo, a luz do sol estava fraca e não incomodou os meus olhos, aceitei ela tranquilamente. Respirei fundo, abri a janela e senti o frescor do ar entrar no dormitório. Lá fora, eu pude ouvir o cantar dos pássaros e pude ver algumas pessoas que já estavam circulando pelo pátio. Fui interrompido por algumas batidas na porta, caminhei até a mesma e a abri vendo a ruiva irritantemente linda na minha frente. Hoje seus cabelos estavam presos em duas tranças embutidas, no estilo boxeadora.

- Bom dia! Eu trouxe suas coisas, mas lamento em informar que o uso do uniforme é obrigatório dentro da escola. - Estendeu a mão, estava me entregando uma mochila com dois pares de roupas.

- Bom dia! Essa com certeza não é uma notícia boa. - Falei sem entusiasmo algum na minha voz enquanto pegava.

- Me desculpe, Jonathan. Eu sei que você queria alguma notícia sobre sua irmã, mas até agora eu não consegui nada. Nem mesmo da diretora.

Balancei a cabeça positivamente e forcei um sorriso.

Olhei para ela e vi que também estava de uniforme, ela usava saia e suéter azul escuro, quase preto. Peguei o que ela havia trazido para mim e educadamente, pedi que esperasse um minuto. Fechei a porta do quarto, vesti a calça e a camisa branca colocando por cima meu suéter, joguei a mochila nas costas, logo saí novamente.

- Até que você não ficou horrível. - Ela sorriu tentando me animar e eu ri concordando. - Bom, nós temos que chegar no refeitório e tomar café, vamos a biblioteca pegar seus livros didáticos e ver em qual turma você está e, só depois, iremos para as salas, e nós precisamos fazer isso tudo em uma hora. Então, agora vamos!

Kylie saiu andando na minha frente e eu fui logo atrás dela. Reparei que estava carregando uma mochila pendurada em seus ombros, provavelmente eram seus materiais. Nós dobramos alguns corredores e descemos uma escada. No caminho nós nos esbarramos com outros estudantes que andavam apressados por todos os lados. Alguns deles não deixavam de passar seus olhares curiosos em mim. Como, em uma escola tão grande, as pessoas conseguem reparar em um novato?

Assim que descemos as escadas, começamos finalmente o nosso trajeto para o refeitório. Passamos para o outro lado do prédio dos dormitórios, começamos a caminhar e vi uma piscina de lazer, que não havia ninguém usando no momento. Passamos por ela e mais a frente visualizei um enorme salão com a placa dizendo ser o refeitório. Adentramos o mesmo e vi várias mesas de tamanhos diferentes, algumas com 2, 3, 4 ou até mesmo mais lugares. Na frente estava o balcão, onde começava uma enorme fila que terminava a poucos metros da entrada. Olhei Kylie com um olhar desanimador e ela sorriu piscando. Saiu andando até o quinto lugar da fila, onde estava um garoto moreno.

Alguém como euOnde histórias criam vida. Descubra agora