Cap. 7 - Um metro e setenta e cinco

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Quando me disseram o local do evento, eu imaginei uma pequena social entre os amigos mais próximos e eu. Mas, quando chegamos, a festa estava acontecendo em simplesmente o melhor dormitório de toda a escola. Ele era grande e espaçoso, ficava isolado dos outros quartos e ficava na cobertura. A cobertura, pelo o que eu entendi, era dividida em 3 espaços, 4 vezes maiores que os alojamentos comuns e era cedida a 3 alunos que obtverem as melhores notas semestrais da escola. Essa já era a terceira vez consecutiva que Hanna pegara uma dessas belezuras. As festas geralmente aconteciam nas noites de sexta-feira ou sábado, já que era uma regra e aos domingos a escola nos liberava para sair. As festas eram permitidas, desde que o som não incomodassem os outros alunos, tivesse pouco álcool, com máxima duração de até as 01:00 am, e os participantes fossem maiores de 18 anos. Uma grande observação: só alunos da cobertura podiam realizar os eventos, apenas uma vez por mês.

A Hanna tem 18 anos, estuda com Max e Sabrina, e é amiga de Kylie, pelo fato de também ser tutora. O seu cabelo é escuro na raiz, finalizando com um loiro extremamente claro nas pontas. Seu corte acabava a mais ou menos três dedos abaixo do ombro, com leves ondas. Tinha olhos azuis, nariz médio, sobrancelhas bem feitas e uma boca super corada. Sua pele, diferente dos lábios, era mais pálida e ela usava um vestido jeans despojado.

- Então esse é o famoso Jonathan? - Hanna perguntou e senti uma leve ardência nas bochechas.

- Famoso? - Perguntei.

- Claro, a escola inteira só fala de você. E não estou exagerando quando digo "escola inteira". - Hanna arqueou uma sobrancelha, em seguida pegando as sacolas.

- Não vejo motivos, sou uma pessoa normal. - Declarei me sentindo um pouco tímido e os ouvi rirem.

- Não, meu bem. Ninguém nessa escola é normal. Você quase queimou a Kieran viva com aqueles raios e, como bônus, é gostoso, é claro que você vai virar assunto. - Ela deu uma piscadela e as outras meninas riram.

Nisso, eu não me lembrava de ter pedido desculpas a ruiva por ter perdido o controle.

- Kylie, aliás, me desculpe por aquele dia, eu estava...

- Preucupado com a sua irmã? - Ela sorriu gentilmente para mim. - Relaxa, tá tudo bem.

Eu retribui o sorriso e caminhamos para a cozinha junto com os outros, ignorando o fato da loira de cabelos ondulados me achar gostoso. É muito estranho receber elogios desse tipo, eu não tinha muito contato com outras garotas que não fossem a minha irmã. E os elogios que ela me dava não eram nesse sentido.

Em um recipiente grande e redondo, Hanna colocou alguns litros de água gelada, gelo, açúcar e a vodka. Frutas vermelhas picadas também foram adicionadas, logo em seguida misturando todos os ingredientes. Depois de pronto, fomos servidos e ordenados a ficar a vontade, mas sem quebrar as coisas da menina.

O lugar estava bem cheio. Tinha cerca de trinta a quarentena pessoas lá dentro. Todos se divertiam, dançavam, bebiam e paqueravam, mas eu, eu apenas observava de longe, perto da cozinha para ser mais exato. Esse ainda é um ambiente desconhecido para mim. Vão fazer apenas dois dias que cheguei e isso não será suficiente para a minha adaptação. O tempo é um elemento crucial para a vida.

A ruiva dançava com as outras pessoas, mas quando notou os meus olhares, a mesma veio se aproximar de mim. A sua aproximação me fez perceber detalhes nela, que antes eu não vira, como o doce aroma do seu perfume que me lembrava muitíssimo flores do campo, no rosto, notei as sardas, que deixavam-na ainda mais bela.

- Está tudo bem? - Ela perguntou, em seguida apoiou os cotovelos no balcão.

Não, não está tudo bem. Muitas coisas ainda são um mistério para mim, e eu não sei o que fazer. Nem vi Taysson depois daquilo tudo, muito menos sei onde está. Ele já bancou o morto desaparecido uma vez e sinceramente não espero que não o faça de novo. Aliás, porquê retornou? Não pode ser tudo coincidência. Nunca é. Fora que não consigo esquecer o fato de ter visto Trice na aula de hoje. A Kylie poderia me ajudar, mas não me sinto confortável em pedir isso a ela, apesar dela sempre estar disposta, isso não é problema dela, mas tinha algo que eu precisava fazer.

Alguém como euOnde histórias criam vida. Descubra agora