Capítulo 3

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(Oiii... Hoje é um dia especial para mim. Minhas bodas de porcelana. 20 anos de casada. E? Não podia passar em branco, né. Então... Vamos de capítulo lindo de Dan. Beijos!!!)

Daniel

Oito longos anos. Foi o tempo que passei longe de minha cidade natal. Fui embora com a esperança que conseguiria arrancar essa dor que me consome a cada segundo de minha vida. Mas não consegui. Se eu dissesse que não amenizou, estaria mentindo e isso eu não faria. É algo que aprendi com meus pais e com meus tios que cuidaram de mim com tanto amor, logo após aquele dia trágico que destruiu minha vida, até então perfeita.

Mudei-me para a capital para terminar os meus estudos. Sou um publicitário. Mesmo tendo uma herança muito boa, não quis usar o dinheiro dos meus pais. Comecei por baixo e estagiei em várias produtoras enquanto ainda era um universitário. E, em um dos meus últimos estágios, fui chamado para me efetivar e me tornei um funcionário de uma empresa de médio porte, cujos clientes se baseavam principalmente nos negócios locais, entre eles: supermercados, padarias, lojas de roupas e calçados.

Trabalhei por quatro anos nessa empresa e foi ali que conheci o Samuel, meu grande amigo e hoje meu novo sócio. Ele sempre teve de tudo. Seus pais vêm de famílias com situações financeiras excelentes e Sam decidiu dar um novo rumo em sua vida ao sair de seu conforto e encarar um novo negócio, comigo. Estamos montando juntos a Criare Propaganda, em Rio Doce, o lugar em que passei os dias mais felizes e também os mais tristes de minha vida.

Samuel viu meu mundo desmoronar novamente quando peguei a minha noiva, Isabel, sendo fodida, isso mesmo, fodida pelo meu sócio Arthur, que era alguém que eu confiava a minha vida. Que loucura! O que um simples esquecimento de um arquivo de uma propaganda para a tevê local lhe revela.

Tinha um jantar marcado com minha noiva nesse dia, junto com alguns amigos, entre eles Samuel. Como era o meu dia de dirigir, não poderia beber nada. Sam me pediu uma carona e eu nunca negaria isso ao meu amigo, porque sabia que quando saíamos, Samuel tomava todas e perdia completamente o juízo.

Meu telefone tocou e era da tevê solicitando o arquivo com a propaganda da loja de calçados para o Dia dos Pais. E eles precisavam com urgência, pois apareceria no intervalo do jornal da manhã.

Corri para não perder o horário do jantar. Saí de meu apartamento e em duas quadras já estava em frente ao prédio do Samuel.

— Vamos nessa Dan, que hoje eu tô facinho. Pra começar, quero uma loira e quem sabe fecho a noite com uma morena.

O desgramado ainda riu de seu comentário ridículo.

— Ahhh Sam, eu quero estar perto, assistindo sua rasteira. No dia que seu coração for tomado de vez.

Tenho que rir do meu próprio comentário, pois até hoje não sei o que é isso. Estou noivo e não amo minha mulher, porque simplesmente me conformei e aceitei o que o destino havia me reservado.

Seguimos para a produtora, que ficava no sétimo andar de um belo edifício no centro da capital.

Ao abrir a porta, escutamos alguns gritos. Jesusss... Gritos de uma mulher enlouquecida gritando para que Arthur a fodesse mais forte.

Minhas pernas ficaram bambas quando ouvi a voz rouca de Arthur gritando o nome dela:

— Isabel. Ahhh... Bell toma tudo. Só eu que te faço gritar. Que te faço gozar gostoso. Foda-se o idiota do Daniel! O otário é enganado há anos. Goza, Bellzinha, agora. Porraaaaaaa!

É nesse momento que invadi a sala junto com Samuel e vi a cena mais deprimente de minha vida.

Minha noiva estava debruçada sobre a minha mesa de trabalho com o corpo junto ao do meu sócio enquanto os dois transavam enlouquecidos.

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