ᴛʀês

769 48 21
                                    

R Ú B E N

Andava de um lado para o outro, com o telemóvel na mão.

Tinha combinado com a Madalena para ela vir até à minha casa.

Assim que recebo uma mensagem da morena a dizer que estava a chegar, fiquei ainda mais nervoso. Se é que isso era possível.

Quando ouço a campainha, apresso-me a ir até à porta, abrindo-a.

- Olá meu amor! - Madalena diz beijando levemente os meus lábios.

- Precisamos de conversar. - fecho a porta, agarro o seu pulso e puxo-a para se sentar no sofá.

- Estás a preocupar-me Rúben. - a rapariga diz.

- Isto nunca é uma coisa fácil de se dizer. - suspirei. - Antes de mais, Madalena, eu quero que saibas que eu te amei muito, desde o dia em que te vi. Mas as coisas nem sempre são como nós queremos e planeamos. Há sentimentos que morrem e, infelizmente, os meus sentimentos por ti já não são o que eram antes. Com isto, eu quero-te dizer que o melhor é acabarmos.

Ela encarava-me com um olhar triste.

- Conheceste alguém, não foi? - num murmúrio, inquiriu.

- Sim. - admiti.

- Espero que ela te faça feliz, já que eu não fui capaz. - a rapariga levanta-se indo em direção à porta.

- Espera! - exclamo e ela volta a olhar para mim. - Não me vais bater nem dizer que me odeias?

- Rúben. - sorriu fraco. - Eu não te odeio. Por mais que queira neste momento, é impossível odiar-te. Mas, agora, peço-te que me deixes ir. Preciso de tempo para assimilar isto tudo. - balancei a cabeça afirmativamente compreendendo a sua decisão. A jovem deposita um beijo na minha bochecha e sai do meu apartamento.

M A T I L D E

Estou sentada no sofá da sala quando a porta do hall da entrada é aberta.

Olho nessa direção e vejo que é a minha irmã.

- Então, tudo bem? - perguntei assim que ouço os seus passos alcançarem o cómodo onde eu me encontro.

A jovem atira a sua carteira para o chão e começa a chorar desalmadamente.

- Madalena? O que é que aconteceu? - chego-me até ela e viro a sua cara na minha direção. - Madalena, estás a preocupar-me.

A morena esfrega os olhos e tenta controlar a sua respiração.

- Ele... O Rúben acabou comigo. - fico sem reação. Quando ele me disse que ia acabar com a relação, pensei que ele estava apenas a dizer isso da boca para fora... Mas ele conseguiu surpreender-me.

Puxei a minha irmã para um abraço e comecei a fazer-lhe carinhos nos seus cabelos.

- Eu gosto mesmo dele. E estávamos tão bem. - ela soluçava e vê-la assim, apertava-me o coração.

Saber que isto foi tudo culpa minha, só piora a situação. Ela não merece sofrer, muito menos por minha causa.

- Vai ficar tudo bem, vais encontrar alguém melhor. - tento acalmá-la.

- Não me venhas com frases feitas, Matilde. Ele foi o rapaz que eu mais gostei em toda a minha vida. Ele sempre me tratou bem mas, sei lá... Ele começou a dizer-me que os sentimentos morrem e os sentimentos que ele tem por mim já não são os mesmos. - ela afastou-se de mim e pela primeira vez, observei o seu estado. - Eu tenho a certeza de que ele conheceu outra pessoa, e só espero que ela o trate bem, como ele merece.

- Como é que tens assim tanta certeza de que ele conheceu outra? - inquiri, limpando as lágrimas que insistiam em deslizar pelo rosto da minha irmã.

- É óbvio. - ela engoliu em seco. - Quer dizer, nós estávamos bem e, assim do nada, ele diz-me que quer acabar tudo. Só pode ser por causa de outra. - ela concluiu.

Não consegui dizer mais nada.

O facto de eu ser a outra estava a deixar-me bastante irritada.

É verdade que eu me envolvi com ele mas não passou disso. Eu não nutro sentimentos por ele e ele também não, acho.

- Madalena, vais ver que vais conhecer outra pessoa e ele irá tratar de ti como tu mereces.

- Esquece Matilde, eu amo-o. - e com estas palavras, eu fui a baixo. Uma lágrima teimosa caiu e apressei-me a limpá-la.

- O que é que foi? - Madalena, num murmúrio, perguntou.

- Não foi nada. - rapidamente neguei.

- Para estares a chorar é porque aconteceu alguma coisa. - ela constatou.

Levantei-me e fui para o meu quarto. Não sei porque é que eu reagi assim.

Deitei-me de barriga para baixo na minha cama e ouvi a porta da divisão a ser aberta.

A ponta da cama de casal foi afundando e percebi que a minha irmã se tinha sentado sobre a mesma.

- Matilde, o que é que se passa para, de repente, teres ficado assim? -

- Não me apetece falar sobre isso. - murmurei enquanto continuava com a cabeça enterrada na cama.

- É sobre aquilo que aconteceu com o Pedro? - ela insiste.

- Madalena, não quero falar sobre isso.

- Bem, já percebi que é sobre ele. Ouve, não és obrigada a falar mas tu sabes perfeitamente que o podes fazer. - ela deita-se ao meu lado mas com a sua barriga para cima. - Somos irmãs, o nosso dever é protegermo-nos uma à outra. Não gosto de te ver sofrer tal como tu não gostas de me ver sofrer.

Ela tem razão.

Não gosto de a ver sofrer e, neste momento ela está a sofrer. Tudo por minha culpa.

Deixei-me levar por uma coisa insignificante e arruinei a felicidade da minha irmã.

A verdade é que ela sempre teve facilidade com os rapazes e trocava de namorado como quem troca de roupa, mas é tão difícil lidar com o facto de saber que, por causa da minha estupidez, ela já não tem o rapaz que diz que ama.

- Desculpa. - admiti baixinho.

- Porquê? - confusa e inconformada com o meu súbito pedido de desculpas, ela questiona.

- Um dia, talvez saberás. - não lhe consegui dizer a verdade.

- Matilde, estás a deixar-me confusa.

- Por favor, deixa-me sozinha.

- Ok... - a jovem, não satisfeita com o meu pedido, sai do meu quarto deixando-me sozinha com todos os meus pensamentos que, se matassem, eu, de certeza, já cá não estava.

🌸

Olá!
Quem é vivo sempre aparece não é verdade? Peço desculpa pela demora mas aqui estou eu com um novo capítulo.
Espero imenso que tenham gostado e vemo-nos no próximo. 💗

MY SISTER'S BOYFRIEND ; rúben diasOnde histórias criam vida. Descubra agora