R Ú B E N
Andava de um lado para o outro, com o telemóvel na mão.
Tinha combinado com a Madalena para ela vir até à minha casa.
Assim que recebo uma mensagem da morena a dizer que estava a chegar, fiquei ainda mais nervoso. Se é que isso era possível.
Quando ouço a campainha, apresso-me a ir até à porta, abrindo-a.
- Olá meu amor! - Madalena diz beijando levemente os meus lábios.
- Precisamos de conversar. - fecho a porta, agarro o seu pulso e puxo-a para se sentar no sofá.
- Estás a preocupar-me Rúben. - a rapariga diz.
- Isto nunca é uma coisa fácil de se dizer. - suspirei. - Antes de mais, Madalena, eu quero que saibas que eu te amei muito, desde o dia em que te vi. Mas as coisas nem sempre são como nós queremos e planeamos. Há sentimentos que morrem e, infelizmente, os meus sentimentos por ti já não são o que eram antes. Com isto, eu quero-te dizer que o melhor é acabarmos.
Ela encarava-me com um olhar triste.
- Conheceste alguém, não foi? - num murmúrio, inquiriu.
- Sim. - admiti.
- Espero que ela te faça feliz, já que eu não fui capaz. - a rapariga levanta-se indo em direção à porta.
- Espera! - exclamo e ela volta a olhar para mim. - Não me vais bater nem dizer que me odeias?
- Rúben. - sorriu fraco. - Eu não te odeio. Por mais que queira neste momento, é impossível odiar-te. Mas, agora, peço-te que me deixes ir. Preciso de tempo para assimilar isto tudo. - balancei a cabeça afirmativamente compreendendo a sua decisão. A jovem deposita um beijo na minha bochecha e sai do meu apartamento.
M A T I L D E
Estou sentada no sofá da sala quando a porta do hall da entrada é aberta.
Olho nessa direção e vejo que é a minha irmã.
- Então, tudo bem? - perguntei assim que ouço os seus passos alcançarem o cómodo onde eu me encontro.
A jovem atira a sua carteira para o chão e começa a chorar desalmadamente.
- Madalena? O que é que aconteceu? - chego-me até ela e viro a sua cara na minha direção. - Madalena, estás a preocupar-me.
A morena esfrega os olhos e tenta controlar a sua respiração.
- Ele... O Rúben acabou comigo. - fico sem reação. Quando ele me disse que ia acabar com a relação, pensei que ele estava apenas a dizer isso da boca para fora... Mas ele conseguiu surpreender-me.
Puxei a minha irmã para um abraço e comecei a fazer-lhe carinhos nos seus cabelos.
- Eu gosto mesmo dele. E estávamos tão bem. - ela soluçava e vê-la assim, apertava-me o coração.
Saber que isto foi tudo culpa minha, só piora a situação. Ela não merece sofrer, muito menos por minha causa.
- Vai ficar tudo bem, vais encontrar alguém melhor. - tento acalmá-la.
- Não me venhas com frases feitas, Matilde. Ele foi o rapaz que eu mais gostei em toda a minha vida. Ele sempre me tratou bem mas, sei lá... Ele começou a dizer-me que os sentimentos morrem e os sentimentos que ele tem por mim já não são os mesmos. - ela afastou-se de mim e pela primeira vez, observei o seu estado. - Eu tenho a certeza de que ele conheceu outra pessoa, e só espero que ela o trate bem, como ele merece.
- Como é que tens assim tanta certeza de que ele conheceu outra? - inquiri, limpando as lágrimas que insistiam em deslizar pelo rosto da minha irmã.
- É óbvio. - ela engoliu em seco. - Quer dizer, nós estávamos bem e, assim do nada, ele diz-me que quer acabar tudo. Só pode ser por causa de outra. - ela concluiu.
Não consegui dizer mais nada.
O facto de eu ser a outra estava a deixar-me bastante irritada.
É verdade que eu me envolvi com ele mas não passou disso. Eu não nutro sentimentos por ele e ele também não, acho.
- Madalena, vais ver que vais conhecer outra pessoa e ele irá tratar de ti como tu mereces.
- Esquece Matilde, eu amo-o. - e com estas palavras, eu fui a baixo. Uma lágrima teimosa caiu e apressei-me a limpá-la.
- O que é que foi? - Madalena, num murmúrio, perguntou.
- Não foi nada. - rapidamente neguei.
- Para estares a chorar é porque aconteceu alguma coisa. - ela constatou.
Levantei-me e fui para o meu quarto. Não sei porque é que eu reagi assim.
Deitei-me de barriga para baixo na minha cama e ouvi a porta da divisão a ser aberta.
A ponta da cama de casal foi afundando e percebi que a minha irmã se tinha sentado sobre a mesma.
- Matilde, o que é que se passa para, de repente, teres ficado assim? -
- Não me apetece falar sobre isso. - murmurei enquanto continuava com a cabeça enterrada na cama.
- É sobre aquilo que aconteceu com o Pedro? - ela insiste.
- Madalena, não quero falar sobre isso.
- Bem, já percebi que é sobre ele. Ouve, não és obrigada a falar mas tu sabes perfeitamente que o podes fazer. - ela deita-se ao meu lado mas com a sua barriga para cima. - Somos irmãs, o nosso dever é protegermo-nos uma à outra. Não gosto de te ver sofrer tal como tu não gostas de me ver sofrer.
Ela tem razão.
Não gosto de a ver sofrer e, neste momento ela está a sofrer. Tudo por minha culpa.
Deixei-me levar por uma coisa insignificante e arruinei a felicidade da minha irmã.
A verdade é que ela sempre teve facilidade com os rapazes e trocava de namorado como quem troca de roupa, mas é tão difícil lidar com o facto de saber que, por causa da minha estupidez, ela já não tem o rapaz que diz que ama.
- Desculpa. - admiti baixinho.
- Porquê? - confusa e inconformada com o meu súbito pedido de desculpas, ela questiona.
- Um dia, talvez saberás. - não lhe consegui dizer a verdade.
- Matilde, estás a deixar-me confusa.
- Por favor, deixa-me sozinha.
- Ok... - a jovem, não satisfeita com o meu pedido, sai do meu quarto deixando-me sozinha com todos os meus pensamentos que, se matassem, eu, de certeza, já cá não estava.
🌸
Olá!
Quem é vivo sempre aparece não é verdade? Peço desculpa pela demora mas aqui estou eu com um novo capítulo.
Espero imenso que tenham gostado e vemo-nos no próximo. 💗
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MY SISTER'S BOYFRIEND ; rúben dias
FanfictionEM CURSO • ❝ - Não me importo com o que as pessoas dizem quando estamos juntos, tu sabes que eu quero ser o único que te abraça enquanto dormes.❞ ✓ ritaxsilva, 2019