ᴛʀᴇᴢᴇ

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R U B É N

Acordei com o despertador uma vez que hoje tinha treino da parte da manhã.

Ao desligar o, extremamente, irritante barulho provido do telemóvel, peguei no mesmo e não havia sinal de nenhuma resposta por parte da minha namorada.

Se calhar estava a dormir quando lhe mandaste a mensagem e ainda não acordou!, pensei.

- Não pode ser, a esta hora já acordou para ir para a faculdade. - murmurei para mim mesmo.

Estaria ela a ignorar-me?

A verdade é que eu não entendo o porquê da reação da Matilde. Sim, eu devia ter-lhe contado sobre a proposta por parte do clube inglês mas ela exagerou. Eu disse-lhe que as notícias sobre aceitar ir jogar para fora de Portugal eram mentira. Porque é que ela, mesmo sabendo a verdade, reagiu assim?

Tento ignorar o monte de perguntas que pairam na minha mente e levantei-me da cama para me preparar.

Depois de me arranjar, saí da casa de banho e vesti-me.

Quando me estava a calçar, a campainha tocou.

Percorri o apartamento até chegar à porta.

Ao abri-la, os meus olhos arregalaram-se.

- Matilde? - questionei surpreso por ver a morena à minha frente.

- Rúben. - ela disse baixinho.

- O que é que tu estás aqui a fazer? Não devias estar na faculdade?

- Devia, mas antes precisava de vir aqui. - o seu olhar transladou para o chão. - Desculpa. - a universitária pediu.

- Entra. - ordenei e cedi-lhe passagem.

Depois da rapariga entrar, fechei a porta e fui atrás dela. Sentei-me no sofá junto à morena.

- Porquê, Matilde? - comecei. - Porquê que, mesmo sabendo que aquelas notícias eram mentira, reagiste assim?

- Eu... Eu não sei, Rúben. Eu fiquei com medo. Quando me disseram que era possível tu saíres de Portugal, comecei logo a pensar como é que seria a nossa relação.

- Devias ter acreditado na minha palavra! É assim que vai ser? À mínima coisa vamos discutir? - observei a morena à minha frente, à espera de obter uma resposta, mas como ela nada diz, eu continuo. - Porque se for assim, podemos parar já por aqui.

- Não! - ela fala um pouco mais alto e cora levemente. Se não estivesse tão zangado com ela, teria feito troça sobre o facto de estar a corar. - É claro que não vai ser sempre assim. - já num tom mais baixo, proferiu. - Eu sei que exagerei e estou aqui para assumir o meu erro. Não deveria ter reagido como reagi depois de saber que as notícias eram mentira. Desculpa. - a rapariga murmurou a última palavra, como se estivesse com vergonha da sua atitude.

- Ouve, Matilde, eu sei que também te deveria ter contado mas, a tua atitude magoou-me e eu ainda tive a decência de te mandar uma mensagem à qual fui ignorado.

- Eu sei... Rúben, eu não te queria magoar. Por favor, desculpa-me. - a jovem levou o seu olhar até ao chão e uma teimosa lágrima rolou pelo seu rosto.

Levei a minha mão até ao seu queixo e elevei-o, de modo a poder reencontrar o seu olhar.

Acaricei a sua face e juntei as nossas bocas.

- Não voltes a fazer isto... Ir dormir sabendo que estávamos de costas voltadas foi horrível. - segredei ao seu ouvido depois de descolarmos os nossos lábios.

MY SISTER'S BOYFRIEND ; rúben diasOnde histórias criam vida. Descubra agora