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M A T I L D E

Fazia uma hora desde que cheguei a casa.

Apenas a minha mãe se encontrava comigo pois o meu pai ainda estava a trabalhar e a minha irmã ainda não tinha chegado.

Estamos as duas sentadas no sofá quando Madalena destranca a porta principal da casa.

Confesso que fiquei nervosa quando a vi entrar porque não sei se ela viu ou não o meu carro. Claro que existem mais carros iguais ao meu mas se ela viu a matrícula, então este é o meu fim.

Para meu agrado, a jovem de olhos verdes cumprimentou-nos e parecia que não sabia de nada. Estava estranha, isso não posso negar.

Mas talvez esteja assim pela conversa que teve com o Rúben.

A morena subiu as escadas e foi, presumo eu, para o seu quarto.

Continuei deitada sobre o preto sofá até que Madalena chama por mim.

Levanto-me e vou até à porta do seu quarto. Bato na mesa e ouço um "entre".

- Senta-te. — ela ordena.

A sua fala foi o suficiente para eu entrar em modo alerta.

Será que ela sabe?

Será que ela me odeia?

Ou será que eu estou a fazer demasiados filmes e ela só quer falar comigo?

Sentei-me sobre a sua cama e ela imitou o meu gesto.

- Matilde, conta-me tudo, já resolveste as coisas com o teu amigo, o Pedro? — suspirei de alívio.

Por um lado, ainda bem que ela não sabe de nada. No entanto, isto são cada vez mais mentiras. Vai-se tudo acumulando até que irá ficar como uma bola de neve.

- Ahm, eu... Eu não quero falar sobre isso.

- Porquê? Nós somos irmãs, melhores amigas! — exclama, deixando-me ainda mais abatida com as suas palavras. Melhores amigas não traem. Irmãs não traem.

Voltei a suspirar.

- Não, ainda não resolvi as coisas com ele. — não era, de todo, mentira. A situação não era mentira, já a pessoa... Era.

-  E a namorada dele, sabe? Aliás, vocês não são amigas de infância? — Ai Madalena, porquê tantas perguntas?

- Não, não sabe. Sim nós somos amigas de infância e é por isso que eu tenho medo de lhe contar a verdade.

- Devias contar. Ela merece saber.

- Eu sei que sim... Mas é complicado. Podemos não falar sobre isto? — pedi desviando o meu olhar do seu.

- Claro, só quero que saibas que eu gosto de saber das coisas que se passam contigo. Eu preocupo-me imenso. — ela acaricia a minha bochecha.

A sua frase torna tudo mais difícil.

Sinto que, mais cedo ou mais tarde ela vai descobrir.

É tudo uma questão de tempo.

O relógio não pára.

Tic tac.

Levantei-me e abandonei o quarto da benfiquista.

Ao invés de voltar para a sala, entrei na porta à frente, ou seja, o meu quarto e sentei-me na cadeira que se encontra junto à secretária.

Não estava com cabeça para estudar. Iria só arrumar a confusão que estava ali instalada.

Comecei a organizar melhor o material de estudo.

MY SISTER'S BOYFRIEND ; rúben diasOnde histórias criam vida. Descubra agora