sᴇᴛᴇ

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M A T I L D E

Uma semana se havia passado desde que a minha irmã descobriu tudo.

Desde esse dia que nós não falamos e desde esse dia eu nunca mais me voltei a encontrar com o jogador do Benfica.

Ele insistia em encontrar-se comigo mas eu dizia sempre que não. Eu prometi a mim mesma que aquilo iria acabar.

O toque de mensagens ecooa pela sala de estar.

Rúben Dias: Precisamos de falar.

Rúben Dias: Não me ignores por favor.

Eu: Rúben, não compliques mais as coisas por favor.

Rúben Dias: Vá lá, só um café para esclarecermos as coisas.

Eu: 🙄🙄

Após eu e o atleta combinarmos o local, levantei-me do sofá e todos os olhares caíram em mim.

- Vou sair. — proferi.

- Vais ter com o Rúbenzinho, é? — com um tom repleto de ironia, a ex-namorada do número seis do clube das águias questionou. Madalena não falava comigo, a não ser quando era para me atacar. Aí, ela estava sempre pronta a falar.

Os meus pais fitaram-me com um olhar reprovador.

O casal descobriu o motivo da nossa - grande - desavença e, obviamente, deram-me um sermão. Todavia, a porcaria já estava feita e não havia volta a dar. Sei que eles não ficaram felizes com as minhas atitudes, especialmente o meu pai.

- Vais mesmo ter com ele, filha? — Susana procurou saber.

- Vou. — respondi. - Mas vou para lhe transmitir que o que aconteceu foi um grande erro. — revelei as minhas intenções para aquele súbito encontro.

- Ah, claro! Fazes a merda e agora estás armada em boazinha. — manifestou-se.

- Madalena! — o nosso pai repreendeu-a.

- O que foi? Eu tenho razão e tu sabes disso. — ela defende-se e o do sexo masculino nada diz. Eu sei que ele concorda com a sua filha mais nova.

Decido não refutar pois uma discussão agora não vinha nada a calhar.

Peguei na minha carteira, esta que estava pendurada no cabide do hall de entrada.

Murmurei um "até logo" e saí de casa.

Entrei no meu Renault Twingo e comecei a conduzir até ao local combinado.

Sabia que uma dura conversa me esperava mas não a podia evitar para sempre.

É a conversa em que vou tirar a limpo o facto de a Madalena não saber de toda a real história e é a conversa em que vou, finalmente, pôr um ponto final no que quer que isto seja.

Rapidamente cheguei ao estacionamento e abandonei o meu automóvel, ativando a segurança do mesmo.

Caminho até à confeitaria e não vejo o moreno de vinte e dois anos em lado nenhum.

Escolho uma mesa para nós os dois e rapidamente sou atendida pelo homem que ali trabalha.

Depois do pedido feito, a cadeira em frente à minha é arrastada e elevo o meu olhar do meu aparelho eletrónico.

Observo os seus encantadores e hipnotizantes olhos castanhos e percebo que senti a sua falta.

É uma sensação estranha, uma vez que nunca tinha sentido isto.

MY SISTER'S BOYFRIEND ; rúben diasOnde histórias criam vida. Descubra agora