Naquela manhã acordo às 8:00 ao som do despertador. Coloquei esse horário ontem à noite, para não me atrasar para o encontro com Will. Levanto-me guardo a camiseta no lugar de sempre e vou pro banheiro. Faço minha higienização matinal. Saio do banheiro, abro as portas do meu guarda roupa, que roupa vou vestir? Escolho um jeans escuro meio apertado em pontos estratégicos do corpo, uma camisa azul marinho apertada o bastante para definir o pouco de músculos que tenho, e calço um Nike cinza.
Dou uma olhada no espelho de corpo inteiro que fica perto do guarda roupa, me olho dos pés à cabeça e percebo que meu cabelo está maior que o normal, ele está quase na altura do meu pescoço. Tento arrumá-lo da melhor forma possível e desço pra cozinha.
- Bom dia filho, - ouço minha mãe dizer do fundo da cozinha. - Aonde vai todo lindo desse jeito?
- Bom dia mãe. - Digo lhe dando um beijo na sua bochecha. - E vou dá uma volta com Will. Ele vem me pegar às noves. - Olho pro relógio no meu celular, 8:50. - E a propósito ele já já aparece por ai.
Às nove em ponto ouço a campainha tinir. Minha mãe vai atender a porta, por que ainda estou terminado o café. Ouço alguns "bom dia" e quando me viro, me vejo olhando para o ser mais lindo da face dessa Terra. Will está de jeans escuros como os meus, calça um tênis escuro, usa camisa branca apertada que define perfeitamente seu corpo musculoso (corpo na qual eu já senti com minhas mãos a uma semana atrás), e quando foco na sua face, aqueles cabelos negros bagunçados de um jeito sexy e não desleixado, seus lábios rosados e curvados em um tipo de sorriso tímido mas alegre (ah, aqueles lábios, que saudade de tê-los nos meus mais uma vez), quando vou para os seus olhos negros, percebo que eles estão focados em mim. E é nesse momento que volto pra realidade e percebo que estava prendendo a respiração e, além disso, estava com uma torrada na minha boca. Nesse momento me viro e percebo que meu estava queimando de vergonha, foco meu olhar na xícara de café. Que vergonha, penso. Com uma torrada estagnada na minha boca na frente do cara mais lindo desse mundo.
- Bom dia Brian. - Diz ele, que, pelo vacilo na sua voz, estava contendo uma risada.
- Bom dia. - Digo sem me virar. Não quero que ele veja meu rosto corado de vergonha.
- Sente-se Will. Nos acompanhe no café. - Oferece minha mãe, no que ele reponde com seu tom educado de sempre:
- Obrigado senhora Marian. Mas já tomei café antes de sair de casa.
- Então sente-se no sofá enquanto Brian termina seu café. - Diz minha mãe.
Sinto ele se afastando direto para a sala. Tento comer o mais rápido que posso, depois dessa vergonha. Eu devia está igual à um idiota com essa torrada na boca.
- Está tudo bem querido? - Pergunta minha mãe. - Você está vermelho.
- Estou sim mãe. Deve ser esse calor.
- Mas não está tão quente assim.
- Então deve ser o vapor do café. Estou bem mãe, não se preocupe.
Termino meu café, me levanto, dou um beijo na minha mãe dizendo-lhe que voltaria mais tarde. Fui em direção a sala, Will estava analisando os livros (era de se esperar), ele percebe que cheguei e se vira pra mim. Me analisa tão intensamente que chego a pensar que ele está me despindo com aqueles olhos negros.
- E ai, vamos? - Digo, para despertá-lo do seu devaneio.
- Vamos! - Diz com um sorriso imenso no rosto.
- Até logo meninos, - grita minha mãe lá da cozinha. - Juízo vocês dois.
- Prometo traze-lo inteiro senhora Marian. - Ele me lança um olhar travesso e sorri.
- Tchau mãe. - Digo, e saímos.
Ao sair percebo que, estacionado à frente da minha casa, está uma S10 preta, quatro portas e super linda. Acho que ele percebe meu alarme e logo diz:
- Eu sei, linda ela né? Meu pai sabe escolher um carro. Então vamos?
- Sim.
Entramos no carro, ele se apressa para abrir a porta pra mim. Olho pra ele como se dissesse Por que você fez isso. E como se lese minha mente ele fala:
Já te falei que sou educado com pessoas bonitas. - Dito isso eu entro, ele entra logo depois. Coloco o sinto, ele coloco o dele.
-Então, pra onde vamos?
- Bom estava pensando em irmos ao shopping. O que você acha?
- Pra mim está bem.
E assim ele liga o carro e saímos em direção ao shopping.
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Até Depois do Fim
RomanceO ensino médio de Brian foi sempre a mesmice que qualquer outro: acordar cedo, pegar ônibus para a escola, encontrar as mesmas pessoas chatas de sempre, os mesmos professores, os mesmos, mais ou menos, 230 dias letivos; até que o tão esperado tercei...