Possas, que preguiça! Se pudesse, faria com a ela dominasse o mundo - quem?
A preguiça, lógico! Todos deitados, sem fazer nada e a coçar onde bem lhes apetecer. Sem preocupações nenhumas.
Mas como sempre e pensando bem, traria sérias desvantagens. Uma delas é o faz-me rir, money, bufunfa, de l'argent, bukulubanza, makalakata, dinheiro - A minha razão de viver!
Abro os olhos lentamente e do meu lado esquerdo está nada mais, nada menos que a imprestável da Maria. A rapariga sensação. A pode tudo memo pode*. A prazer em pessoa. Rapariga que sabe de facto o que fazer na hora da verdade e que faz mesmo acontecer, independentemente das circunstâncias. Estou exausta - Deixa-me ver as horas! Xeeee! Já? Porra! Aterramos mesmo!
Com o susto que ganhei após ter constatado as horas, vejo a Maria mexer-se um bocado e despertar de seguida, devido, talvez, o meu estrondo. Abre parcialmente os olhos e diz:
- Você mesmo é incrível. Ainda à bem pouco tempo clamavas por socorro, porque "não, Maria, não faz assim, senão eu morro". Depois de uns tantos molhos soltos à deriva e agora ainda fazes este barulho todo? - com certeza que esta jovem não me respeita.
Riu-me daquilo que a bela dama acabara de dizer e contra-ataco:
- A verdade é toda tua, mãe! Nem me faças te falar da tua parte, sua cabra. A culpa não é minha que eu lubririco aos montes e me venha como uma caminhão cisterna de água.
Depois da minha justificativa, a Maria, põe a almofada sob o seu rosto e começa a rir-se como se eu tivesse dito uma barbaridade ou tivesse atirado uma daquelas pedras. De imediato, tentei trancar a cara para ver se ela parasse, mas, a sua gargalhada é tão contagiante, tão única que caí sem noção à margem da onda dela.
" Ninguém diz isso, porra". À partir de hoje, sempre que tivermos na noite ou com pessoas no serviço, apresentar-te-ei como a 'cisterna de água' que tal? - diz a Maria. Com lágrimas a jorrarem por todo o meu rosto, só consegui acenar como 'um sim' porque era muito contagiante o que ela tinha dito.
Assim que passa o efeito Maria, agarro na minha almofada e começo a minha doce vingança das vinganças por ela ter-me estendido a vida por alguns instantes. Bato-lhe para ela sentir que não sou pessoa de se coçar e que não é simplesmente apalpar e já está, porque tudo tem um certo preço - essa burra merece. Depois de umas tantas almofadadas no corpo desta xoxa*, e ela toda descabelada, agarra também na sua almofada, e a partir daí, começa mesmo uma verdadeira guerra do infinito. Feito crianças na flor da sua linda e regular fase, são almofadadas daqui, almofadadas de lá, almofadadas de acolá, até pedir um 'basta', um 'chega' devido ao telefone que começou a tocar. Sei que dói mas, não se compara o toque de chamada do Iphone e de outros telefones. É único, é exclusivo, é genuíno, é, é, é, é a maçã cortada...
Assim que pego no telefone para atender, reparo no visor que é o Elton - o homem do brilho. O homem que conhece quase toda cidade, como a palma da sua mão; o homem que consegue fazer dinheiro até de olhos vendados; entra em tudo que seja lucrativo de verdade; desde que seja negócio, ele está incluso com o sobrenome tatuado.Sem demora e de forma alegre, atendo a sua chamada;
Eu:
- Tô,EltonElton:
- Tô, miúda. Tá tudo bem?Eu:
- Tá tudo bem. E por aí? Como é que está?Elton:
- Epha, uns altos e baixos. Mas não há nada que não se resolva.Eu:
- Então, qual é a boa? Não me digas e nem eu acredito que ligaste por e simplesmente por causa da minha doce voz.Elton:
- Para ouvir voz bonita, não é mais fácil ligar para aquela Senhora da Unitel? - esse gajo é muito burro!Eu:
- Tu és um cão. É Isso é que és!Elton:
- Cão é assim tão fofo?Eu:
- Por acaso, tem uns mais fofos que tu. Se é isso que queres saber.Elton:
- Pronto, fiquemos por aqui. Mas é bom saber que me achas fofo. Estou a ligar pelo seguinte motivoEu:
- Uhm, manda vir.
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PRAZER vs prazer
FantasíaNum jeito próprio e característico, o pintor desta obra, tenta transcender o limite do seu limite. Normalmente, nós seres humanos, só acreditamos naquilo que vemos. Um ou outro é que mantém vivo a crença pelo qual lhe move e lhe faz vivo até determi...