Capítulo 5 - Fique na tua

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Oi Gurias lindas do meu ♥️
As vezes passamos por muitas frustrações e muitos momentos difíceis.
Sempre queremos acreditar que algo vai melhorar, mas a impressão que dá é que os justos são penalizados.
A Lia está passando por tudo isso, mas o Guto não sabe, pois ele está passando pelos demônios dele também.

Guto

Eu queria ligar para a Cecília, Ciça, o tempo inteiro, mas já era hora de eu aprender que ela precisava seguir o caminho dela também, sem que eu ficasse atrás dos seus passos como um babão.

Entretanto, o meu mundo parava quando ela ligava para mim e o meu coração morria um pouco mais quando chegava a hora de desligar o telefone.

Olhei sua foto no celular e ela estava linda... já tinha desligado a chamada há dois ou três minutos atrás, então, não me restava outra coisa senão voltar para dentro do bar.

A banda do Junior tinha começado a tocar, seriam três sessões de meia hora cada uma, com intervalo de quinze minutos.

Esse meu amigo realmente colocava em prática o hobby musical muito mais vezes do que eu. Ele tinha um emprego menos demandante e por curtição havia arrumado esse freelancer, onde fazia apresentações remuneradas duas sextas-feiras por mês neste conceituado bar.

Dono de grandes responsabilidades desde muito garoto, eu não tinha como me dar esse luxo, precisava dar certo na carreira e tomar jeito na vida e assim, mergulhei de cabeça na engenharia. Agora aos trinta e três, vivia uma vida mais do que confortável, mesmo com todas as responsabilidades que tinha assumido.

Infelizmente, com tudo isso sobre as costas, sobrava pouco tempo para cantar, tocar e dançar. Ah, sim, eu tinha aprendido a dançar muito mais por causa da Ciça e era com ela que eu saía, vez ou outra, para curtir Salsa e Zouk.

Na minha vida, só existiam duas constantes, ela e a minha dedicação ao emprego, porque a música era algo mais eventual, um passatempo que prendia a minha atenção.

A Ciça que sempre me tinha feito andar na linha, embora todo mundo pensasse exatamente o oposto de mim, que eu era boêmio e irresponsável.

O grande problema é que, vez ou outra, a Lia me fazia querer dar uma escorregada, mas ao mesmo tempo, ela navegava em outros mares. Estava sempre acompanhada. Essa mulher, diferente da Rô, que gostava de curtir um pouco a vida, vivia para estar comprometida e por isso, por mais que eu estivesse a fim, estava no papel de a respeitar e nem tentava, não chegava nem perto, numa dessas não seria só eu a me machucar, ia sobrar para todo mundo... então...

Sentei-me ao lado da Rô, era estranho a ver sozinha sem o Jota ou o Alê, eles eram como os três mosqueteiros, sempre juntos, mas parecia que muita coisa ia mudar para a doutora daqui para frente.

Também era estranho ver a Lia sozinha, porque quando ela topava encontrar o grupo, sempre trazia algum encosto, ela nunca estava solteira.

— O Junior manda superbem. – A Rô cochichou no meu ouvido.

— A gente se conheceu de tocar por aí... o sonho dele era viver disso, mas, como você sabe, no Brasil, não se vive de arte, principalmente coisa boa que nunca cai no gosto popular.

— No Brasil não é só difícil viver de arte, não. De direito, de arquitetura, de odontologia... a vida é dura para quase tudo.

Fato, ou você nasce em berço esplêndido ou tem que ralar muito e nem isso é garantia de se dar bem.

Alê vinha de berço de ouro e ralou muito, taí o porquê de ser o mais abastado de todos nós. O Jota tinha uma vida muito favorável quando garoto, o que ajudou, mas ele era incrivelmente astuto, com o QI nas alturas, aquele cara me impressionava.

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