Capítulo 3

236 62 168
                                    

A primeira semana passou a voar. Consegui conhecer melhor Nova Iorque, a cidade que nunca dorme. A minha mãe fez o que pode para me fazer sentir bem e o meu padrasto tentou ser  simpático comigo, porém as suas tentativas não resultaram totalmente. O meu irmão foi como de costume, sempre com piadinhas. 

Conhecemos os nossos novos vizinhos. São uma família assim como nós, um casal e três filhos: Lauren, a filha mais velha, a filha mais nova Kate, e o filho do meio, um rapaz chamado Ken. Todos são simpáticos e vivem à nossa esquerda numa casa mais pequena que a nossa.

À nossa direita vive uma senhora idosa sozinha e não parece muito simpática, é rabugenta, penso que deve ser por conta da idade.

Hoje de manhã é o meu primeiro dia na faculdade e eu não estou muito nervosa, para falar a verdade. Quem quiser ser meu amigo ótimo, quem não quiser que saia da minha frente.

Estou a usar umas calças de ganga, uma camisola azul de mangas compridas e calço uns ténis all star. O meu cabelo loiro está preso num rabo de cavalo e coloquei a minha pulseira prefirida no pulso e uns brincos nas orelhas. Acho que o meu aspeto está adequado. Coloco os livros de estudo na mochila e coloco-a ao ombro.

Apanho o autocarro (ônibus) alguns minutos depois e encosto a cabeça à janela. Árvores, pessoas e casas vão passando pelo meu campo de visão, como se a vida fosse um filme. 

 A faculdade é grande e há vários prédios, cada um para um diferente curso. Na entrada há um portão com o nome do recinto e o local está apilhado de universitários. Passo os olhos por todos e tento encontrar o local pertencente ao estudo de medicina. 
 Após uns segundos encontro o prédio para o curso e entro no seu interior. Há imensos alunos a andar de um lado para o outro às pressas. De um lado encontram-se as salas de aula e do outro os cacifos. Olho para o meu horário, e percebo que a primeira aula é: bioquímica. Nunca fui muito fã dessa matéria. Mil vezes biologia.

Dirijo-me a um cacifo e guardo a minha mochila, carregando comigo apenas os livros de que preciso.

Quando chego ao corredor que dá para a minha sala vejo-me em meio a um monte de rapazes encostados à parede e tropeço nos meus próprios pés. Caio ao chão, mas levanto-me imediatamente de seguida. Encosto-me à parede e mexo no cabelo fingindo estar distraída. No secundário alguns rapazes faziam troça de mim e agora parece que fico com um pouco de nervosismo ao estar à beira de pessoas do sexo masculino. Era sempre o Noah que me defendia deles. Ao lembrar-me dele percebo que devido ao furacão que tem sido a minha vida não tenho tido nem tempo para pensar nele. 

— É difícil andar sem cair? —  uma rapariga morena diz com ar de troça e ri juntamente com um grupo de amigos. Quatro rapazes e duas raparigas.
Outra rapariga morena e uma ruiva. As três são extremamente altas e magras.

Todos os rapazes têm cabelo castanho escuro. Um tem olhos castanhos e os outros dois olhos azuis. Um deles tem os olhos da cor do céu, e o outro olhos azuis escuros, que mais se assemelham ao mar em fúria. 

— Não a chateies, Luize— o rapaz dos olhos azuis escuros diz. Não consigo distinguir se o diz com ironia ou seriedade. Olho atentamente para ele. É muito alto, penso que deve ter por volta de 1,85 m. Veste uma blusa preta de manga curta que deixa à mostra seis tatuagens, três em cada braço. É fácil notar que é  musculado. 

Suspiro irritada e pergunto com raiva: 

— O que é que querem? Podem me deixar em paz? É o meu primeiro dia aqui.

— Tinha que ser inglesa, e novata... — diz o rapaz de olhos azuis mar, que aparentemente notou o meu sotaque. Ele olha para mim com um ar estranhamente interessado, e eu fico confusa. Ele....interessado numa rapariga como eu? O meu cérebro deve estar a ter ideias erradas. Percebeu que ele é mais bonito que todos os rapazes que já vi e fritou. 

The new life of KarolineOnde histórias criam vida. Descubra agora