Capítulo 6

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— Tens duas horas — informo eu enquanto ando ao seu lado. Atravessamos os portões da faculdade. 

 Arrependo-me um pouco da minha decisão, mas agora, já não há como voltar atrás. 

— Alguém acordou mal disposta.— ele afirma.

— Eu não acordei mal disposta, tu é que me deixas mal disposta. — suspiro irritada.— Achas-te o rei, mas sabes que mais? Não és isso tudo que pensas.

— Não concordo, mas se essa é a tua opinião. — ele sorri e o seu rosto ilumina-se, deixando-o ainda mais bonito do que já é. 

Karoline, para. Para de pensar nele positivamente. Mas, ele é lindo, isso não há como negar. Só os cegos diriam que ele é feio.  

— Então, o que queres comigo? — ergo uma sobrancelha, desconfiada.

— Sei lá. Queria dar uma volta contigo, só isso.— ele encolhe os ombros.

— Ai é? E por onde?

— Isso vai ser surpresa. Bolas, és mesmo desconfiada.

—  Não sou desconfiada, sou só cuidadosa.

— Uhum......— olho para o seu rosto e estranhamente não consigo encontrar nenhum sinal de ironia.

Um silêncio constrangedor começa a formar-se, porém ele quebra-o:

— Já comeste alguma coisa para além do pequeno almoço?

— Não. — respondo.

— Ok, mudando de assunto.  Podes-me dar uma segunda oportunidade?— Fico espantada com as suas palavras, mas após pensar um pouco, confirmo com a cabeça.

— Claro, mas espera um segundo — inclino a cabeça um pouco para o lado, e pergunto — quem és tu e o que fizeste com Simon...... qual é o teu sobrenome mesmo?

— Schustzer. — ele responde e sorri.

— Como? — não percebi muito bem o que ele disse.

— Schustzer. É um apelido estranho, mas fica bem com o meu nome. Simon Schustzer.

— Não posso falar muito do meu. É Keeps. — cruzo os braços à frente do corpo.

— Pior que o meu. 

— Mas ainda não respondeste à minha pergunta. Quer dizer, não percebo, nas aulas eras super arrogante e não paravas de me chatear, e agora pareces até simpático. Ou sabes enganar bem ou és bipolar.

— Eu não estava a chatear-te, estava só a ser arrogante, e não vejo o problema nisso. É só ser confiante e ter amor próprio. 

— Odeio pessoas arrogantes. — e isto é mesmo verdade.

— Pena que eu sou uma delas.

Eu rio. 

— Mas podemos tentar dar-nos bem? — ele volta a falar depois do meu riso momentâneo. 

— Talvez.

— Talvez, não. Responde sim ou não. — ele ordena.

— Se prometeres deixar-me em paz quando eu te pedir, então é um sim.

— Feito — diz ele.

Wow, afinal o Simon não é irritante como eu imaginei. Mas ainda não chegou à minha consideração de boa pessoa. Vai ter que se esforçar mais.

— Mas, e então onde vamos?

— Verás. Apenas continua a seguir-me. — apresso o passo.

— Ok.

The new life of KarolineOnde histórias criam vida. Descubra agora