Chapter Four

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Após alguns minutos brincando no balanço, ele desce do mesmo e aponta para uma gangorra.

Antes que eu pense em dizer algo, ele corre até ela e se senta em uma das pontas. Sua camisa verde-água brilhante parece reluzir ainda mais com a luz do sol refletindo nela.

Parecia uma criança que havia comido muitos doces de tão animado e brincalhão, me apressando para que eu me juntasse a ele, logo sento-me na outra ponta e começamos a brincar.

O pequeno pássaro que antes cantava alegremente volta a fazê-lo, arrancando um belo sorriso do meu amigo brincalhão.

Ele volta sua atenção à mim, me deixando corado e sem graça.

Sinto uma gotícula de água caindo sobre o meu nariz, molhando-o e escorrendo, caindo na gangorra.

Elídio olha pra cima tristemente e fica encarando a nuvem que se formou acima de nós.

Ele volta o seu olhar à mim e sai da gangorra, parecendo um pouco nervoso e preocupado.

-Vem cá... vamos nos proteger da chuva, não quero que você fique doentinho... - ele diz enquanto segura minha mão e faz um carinho suave nela.

Dou um sorriso fraco e levanto-me da gangorra, assim que o faço, ele me puxa e corre, como se estivéssemos fugindo de uma enorme tempestade, e não de uma simples chuvinha passageira.

-Calma, Elídio, é só uma nuvenzinha, não é nada demais... - quando termino de falar isso, ouço um trovão e a chuva começa a cair. Eu e minha boca grande.

Ele ri baixinho e retira algumas chaves do seu bolso, parando em frente a uma casa enquanto eu me molhava inteiro, esperando pacientemente ele abrir a porta.

Quando finalmente entramos, fiquei encantado pelo quão aconchegante era aquele lugar. O tapete fofinho que recobria o chão da sala de estar tinha uma cor cinza suave e delicada, contrastando com o vermelho vibrante do grande sofá-cama, mas meus pensamentos logo foram interrompidos por meus próprios espirros.

Retiro meu sobretudo e vejo Elídio voltar com uma toalha em suas mãos. A toalha era branquinha e com desenhos de filhotinhos de gato na frente. Ele começa a enxugar-me suavemente enquanto a chuva lá fora tornava-se exorbitante e turbulenta.

Nos deitamos no sofá, ele colocou a cabeça em meu colo e eu faço carinho em sua cabeça, até que ele adormeceu ali mesmo, parando de se preocupar com a chuva e com os trovões.

Sim, eu me apaixonei.

Red like HeartOnde histórias criam vida. Descubra agora