palavras não ditas - parte dois - 285

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Edson olha para a jovem moça de um jeito diferente – você conhece os casos?

- Sim, cada um deles, Ted Bund, Unabomber, Charles Manson, Ed kemper também. O que você precisa não é um perito neste tipo de criminoso, mas um especialista em perfis psicológicos.

- Concordo, mas precisamos entender o modos operante dele.

- Investigador, me desculpe a intromissão, mas fui uma das primeiras a entrar naquele quarto, o senhor deve ter percebido que ele se atentou muito a escrita na parede.

- Sim, foi o que mais me chamou a atenção.

- Aqueles não eram garranchos feitos a mão, ou seja, para este assassino a mensagem é mais importante que a vítima, não acha?

- Concordo que a mensagem é importante para o assassino, mas a vítima também.

- Por que afirma isso?

- Por que ele escolheu um editor de uma revista de fofocas, correto?

- Sim.

- O local do assassinato, o fato de a vítima ser editor da revista, aposto que o assassino o conhecia.

- por que?

- haviam duas taças de vinho bem limpas, uma taboa de frios e um vinho pela metade na geladeira.

- O assassino pode ter conhecido a vítima esta noite, eles poderiam ter um caso.

- Duvido.

- Por que?

- Nada naquela casa aparentava que o casal estava tendo algum tipo de problema conjugal.

- E pela casa você pode afirmar isso?

- A cama era aparentemente nova, ainda pude sentir o cheiro da madeira, mesmo em meio ao cheiro de sangue, li um e-mail do companheiro do Renato recebido pela manhã, falando de encurtar a viagem e retornar ou a possibilidade de Renato ir ao encontro dele, as roupas no guarda roupas estavam dobradas com carinho, não algo mecânico...

- Como assim?

- Depois de tantos crimes passionais, maridos que assassinam suas esposas, não sei explicar, mas aprendi a perceber estas pequenas coisas, por exemplo a esposa que está acostumada com o marido e a chama se apagou dobra a roupa de uma maneira mecânica, quando ainda o amor paira no ar, existem alguns pequenos detalhes de carinho nas roupas, como um pequeno aperto a mais, ou cada uma parece dobrada em especial, nunca estão iguais.

- Nossa você consegue perceber isso?

- As pessoas gostam de colocar fotos espalhadas pela casa para demonstrar que estão felizes ou que foram felizes, mas o Renato tinha fotos deles em seu escritório, um ambiente particular onde somente ele tem acesso e na mesma casa, onde não há a necessidade de se mostrar, até mesmo por que percebi que o ambiente do escritório é privativo para ele, tudo que a vitima desejava mostrar fica embaixo da escada, cópias exatas os prêmios esso e dos pullitizers, e os originais no quarto, então quando vem uma visita que ele deseja que vejam os prêmios ele tem as copias lá em baixo...

- Assim ninguém adentra o seu ambiente sagrado de trabalho.

- Correto.

- O que mais percebeu?

- O assassino arrumou e até penteou o tapete para que ninguém soubesse que ele ficou por ali, sentado, ao que percebi a conversa dos dois correu bem tranquilamente, o assassino já sabia o que fazer e provavelmente conhecia a casa.

- como você pode ter tanta certeza disso?

- Observei o tapete atentamente, as espécies de pelos que ele tem estavam todas assimetricamente puxadas para cima e a direita.

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