Capítulo Cinco - A Carne do Fruto Proibido - 172

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Assim que o grupo chega ao local do assassinato, a rua que esta fechada, não é de uma área residencial de um bairro nobre ou até mesmo uma área comercial de alto padrão, ali naquele lugar Luciana se sente estranha, ela se lembra dos filmes de assassinato que assistiu e um frio lhe sobe a espinha e percorre todo o corpo, as ruas esburacadas, não que isso seja difícil de se encontrar em são Paulo, ande quinze minutos pelas nossas belas e bem administradas ruas da cidade e se não encontrar ao menos sete buracos, você esta em outro estado. A rua é complemente tomada por fabricas e pelo estado de seus muros, todas estão abandonadas, as paredes com o reboco caindo e os blocos aparentes, vidros quebrados de fabricas a muito esquecidas, telhados que outrora protegiam da chuva e do tempo hoje apenas mostram o descaso com a área, também pudera, ali não era um pedaço nobre da cidade apenas mais um abatedouro de drogados e homossexuais, que todos faziam questão de esconder, nossa investigadora destemida se lembrando de um caso que atendeu uns meses atrás, de um corpo que foi encontrado ali jogado, um travesti havia sido brutalmente espancado até a morte

- quando deixamos de ser humanos para nos tornar algo pior? Desde quando uma vida deixa de ter seu devido valor por ser diferente, em crenças, sexualidade ou poder econômico – pensa nossa policial que caminha em direção a onde a quinta vítima de nosso ceifador está. Ao passar pelo portão de metal enferrujado ela observa atrás daquela cena desoladora um ambiente não mais agradável de se ver, passando pelas portas e entrando no edifício Luciana é conduzida ao andar superior onde antigamente deveria ser um escritório, diversas salas abandonadas, com algumas mesas que resistiram a ação do tempo no final do corredor observa uma sala onde já se encontra Maira tirando algumas fotos da vítima, assim que passa pela porta depois que os outros investigadores já passaram Luciana olha diretamente para Maira e acena com a cabeça que abaixando a máscara e sorrindo diz:

- Que bom vê-la aqui. O Edson foi realmente afastado do caso, não foi?

- Sim, e estes imbecis não encontrão um assassino, mesmo que ele se entregue na delegacia.

- Vamos fazer nossa parte e mantê-lo informado.

- Sim, o que conseguiu descobrir até agora - indaga Luciana que ainda nem olhou para a cena do crime.

- Olhe você, depois do caso do pastor, se eu achar necessário posso fazer a autopsia aqui, e talvez neste caso vou fazer.

Luciana olha ao redor e percebe que a sala está bem arrumada a vítima esta deitada em uma cama e a semelhança com os outros crimes é notória, a mesma posição do corpo, braços abertos pernas juntas, agora Luciana se dá conta de uma coisa que não havia percebido nos outros homicídios, a modelo da cama é o mesmo nas outras quatro vítimas, o criado mudo, os lençóis. Esta vitima está acima do peso, deve ao menos pesar uns cento e cinquenta quilos, tem uns um metro e setenta de altura, pensa Luciana que observa a posição dele na cama e se lembra do pastor que era alto e ocupava quase toda a cama e de Martha que era baixa e a cama lhe parecia caber duas dela, o corpo da vítima apresenta um brilho diferente na pele e a camisa branca apresenta algumas marcas grandes de sangue, Luciana questiona Maira se ela havia levantado a camisa da vítima, Maira balançando a cabeça negativamente continua a tirar fotos do local, Luciana se aproxima e diz.

- Não sei se percebeu, mas a cama, o lençol e os criados mudos são exatamente iguais aos da casa do Renato, do escritório da Martha, da casa do Mirovaldo e da casa do Rubens nosso ladrão procurado pela Interpol.

- Sim, pensei que fosse coisa da minha cabeça – diz Maira que aponta para a escritura na parede. Luciana se vira e novamente vislumbra as belas letras cravadas com sangue na parede e ali está escrito.

Para que possais discernir entre o santo e o profano e entre o limpo e o imundo.

Embebedarei as minhas setas de sangue e minha espada se fartará de carne: o sangue dos mortos e dos cativos e as cabeças dos chefes dos inimigos.

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