capitulo seis - união desfeita - parte dois - 84

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- Por que? Pelo que vi sua família é muito influente na área medica, mas isso não tem influência onde você está agora, não se preocupa com isso, você é só mais uma ferrrada que ganha pouco igual a qualquer um de nós.

Maira com um sorriso triste agradece as palavras e Edson continua – sua família, é parte do seu legado, o que você é hoje, é graças a influência deles, se é uma profissional maravilhosa e extremamente competente, foi graças a eles, não menospreze isso, aqui você está criando seu legado, mas abrace seu passado por que ele moldará seu futuro.

Sorrindo Maira dá um abraço em Edson e diz – quando você ficou tão inteligente.

Edson sorri e empurra a amiga com o corpo e diz – hoje vamos nos divertir, esquece tudo isso – desligando a TV em seguida, caminhando até uma caixinha de música que Luciana tem na Casa ele a liga pareia com o bluethooth de seu celular e coloca umas músicas para eles ouvirem, a primeira que toca é um samba antigo que Edson adora de um grupo chamado fundo de quintal, assim que a música começa a tocar a linda loira olha para Edson e diz:

- Amo samba, nossa nem me lembro quando foi a última vez que ouvi um samba.

Nossa aspirante a madrinha de bateria se levanta começa a dançar na casa animada, o investigador começa a batucar nas mãos sentado como se tivesse um pandeiro enquanto a amiga samba pela sala, Edson sempre adorou quando mais novo ir as rodas de samba o ritmo contagiante e a alegria das rodas de samba sempre o cativaram, mas nunca teve muito jeito para a dança, tendo que se limitar a umas pequenas e discretas mexidas no corpo para fingir que estava dançando ou batucar nas mãos como se fosse um pandeiro, como se fosse um sambista nato. Esse maravilhoso ritmo que perdeu força com o passar dos anos a medida que grandes nomes deste estilo musical se aposentavam e o samba raiz sofreu uma transformação, passando por pagode até se tornar algo que nem os artistas gostavam de ouvir, quase chegando a seu fim. A única coisa que resta viva e que mantem o coração do ritmo pulsando são seus antigos mestres que ainda cantam e encantam quem se atreve a deixar a música fluir, sendo eles homenageados em rodas de samba obscuras e quase criminosas em uma cidade tomada pelo funk um novo ritmo que só perde em pornografia aos filmes adultos. O ritmo come solto e um vizinho do andar de baixo grita para Edson que esta na sacada da casa.

- Aumenta o som!

Fazendo nosso investigador entrar sorrindo e colocar o volume no máximo e levar a caixinha para a sacada iniciando um verdadeiro coral pelo bairro, Luciana mora no quinto andar de um prédio de seis andares e seu apartamento fica de frente para a rua assim que Edson aloca a caixa de som em um lugar para não ter o risco de quebrar ele ouve um grupo de pessoas que passa pela rua parar diante do prédio e começar a cantar alguns dos membros começam a dançar. Uma música que tem no mínimo três décadas e que ainda espalha alegria como uma doença altamente contagiosa, fazendo alguns dos membros do grupo começar a dançar na rua. Maira que para na sacada com Edson observa o pessoal dançando e se encanta, não acreditando na cena e ouve o policial dizer com alegria e orgulho:

- aqui é a ZL, minha perita.

a rua onde Luciana mora é sem saída e contém somente edifícios baixos com no maximo seis andares e algumas casas e a rua tem um recuo na frente da calçada que é usado pelos moradores como estacionamento dos carros, e a circulação de veículos é muito escassa transformando o local em uma área quase privada o grupo que dança animado chama a atenção de uns moradores da edificação a frente passados alguns minutos o grupo com ao menos seis homens retorna passando pela portaria com instrumentos musicais e começam a ajeitar eles, um retorna com alguns banquinhos. Edson entendo o que acontecerá diz para a Maira:

- vem comigo

A perita sem entender acompanha o policial que para na porta do banheiro e diz

- Lu, vai começar uma roda de samba na frente do seu prédio.

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