Um mês se passou desde que Edson encontrou o corpo de Renato Santos e nenhum progresso os investigadores fizeram, o interrogatório do marido de Renato, Marcos, não o levou a lugar nenhum, cada pergunta que o investigador fazia, recebia uma resposta recheada de dor e lagrimas, se o assassino conhecia a vítima, o marido não sabia quem era, até mesmo por que a vítima não esperava visita, Edson descobriu que ele havia se preparado para viajar naquela noite, nem mesmo quando ele e Luciana foram até o extremo da zona leste procurar pela família de Mauricio que haviam sumido subitamente sem deixar rastros, como ladrões que fogem durante a noite sob a luz da lua, deixando tudo para trás inclusive sua dignidade, a casa abandonada foi invadida e saqueada, nada restou ali da família a não ser algumas poucas fotos de seus antigos moradores, até os porta-retratos foram levados, Edson está neste momento sentado em sua mesa observando uma foto onde observa três adolescentes e dois adultos possivelmente os pais e os meninos todos de aparência humilde, mas bem unidos, Edson estranhamente pode sentir alegria vindo daquela fotos as risadas dos meninos parecem naturais como se alguém tivesse contado uma piada ou feito uma brincadeira antes de tira-la, o sorriso contido da mãe e a gargalhada do pai, tornam a foto um momento único que o investigador agora segura nas mãos o ultimo resquício de prova que sobrou da família, o único registro de que eles um dia existiram neste mundo e possivelmente nunca mais serão vistos novamente – qual deles é o Mauricio? - indaga em pensamento nosso investigador, que pensou em voltar no mercado afim de descobrir com o gerente quem era o rapaz na foto, mas o laudo da perícia de Renato Santos o deixou inquieto e receoso, a causa morte fora infarto do miocárdio e afogamento, o que deixou o policial com uma sensação estranha como se tivesse recebido uma noticia ruim - como é possível alguém ter duas causa mortis, sem contar o fato de eles não encontrarem nenhum tipo de toxina no corpo, nenhum tranquilizante, como o assassino fez para mantê-lo quieto enquanto lhe arrancava a boca? – Pensa ele. Enquanto está imerso em seus pensamentos Edson usa um fone de ouvido com a música no último volume para embalar suas ideias, quando é interrompido por seu celular que toca cortando a música.
- Sim.
- Ramos temos outra vítima, como você havia dito – diz a voz sem emoção de Amorim do outro lado da linha
- Onde?
- Itaim bibi.
- Novamente em bairro nobre.
- Sim, o endereço está no seu whats.
- Estou indo.
Ao desligar o telefone, Edson pega seu blazer, hoje a arma do nosso investigador não esta no peito e sim em um coldre em sua cintura, a camisa social que ele dobrou até pouco abaixo do cotovelo para ficar mais confortável no calor que faz hoje em São Paulo, tem um tom de azul diferente dos habituas vistos por ai e a calça de sarja preta deixam nosso policial com um visual bem agradável de se ver, para terminar o adorno primordial, sua insígnia da polícia que ele coloca como um colar em volta do pescoço e lhe cai sobre o peito. Pegando o celular novamente ele liga em seguida para Luciana enquanto caminha para o estacionamento:
- Oi é o Edson.
- Temos outra? – Pergunta Luciana com a voz ofegante como se estivesse correndo
- Sim, Itaim bibi, me encontra lá ou você vem para cá?
- Estou de folga hoje.
- Não tem problema, eu te pego e pode ir apaisana mesmo.
- Estou correndo, tenho que tomar banho e me trocar, me pega em casa?
- Estou a caminho, quanto tempo você irá demorar para se trocar?
- Estava terminando a corrida, levo uns 15 minutos para me trocar?
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Messorem
Misterio / Suspensoum brilhante investigador se depara com um crime sem pistas deixado por um assassino cruel que fará mais vitimas, agora Edson tem pouco tempo até que o rastro de sangue fique cada vez maior.