Abigail

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Acordei sentindo cheiro de ovos e bacon e ouvindo um som maravilhoso de cachoeira. Uma luz fraca de sol invadia o quatro através da fresta da cortina, olhei a decoração rustica do quarto, quadros pintados a mão com lindas paisagens e a maioria dos moveis feitos de madeira. 

Me levantei da cama e caminhei até o espelho, bati a mão no rosto assim que notei que estava com as roupas da viagem, fiz careta e sai do quarto, que não era uma suíte, em busca do banheiro e depois de abrir umas três portas erradas eu o encontrei.

Me surpreendi com a temperatura da água, imaginava que Lake PLacid fosse um lugar frio e úmido, mas o chuveiro fez questão de me dizer que não, pra falar a verdade eu nem imaginava que um chuveiro poderia fazer a água se tornar fogo do inferno. Tomei um banho rápido, impossível ficar muito tempo em baixo daquela água. E sai enrolada na toalha branca que estava pendurada no suporte. Caminhei tremendo de frio até a o quarto, abri minha mala e tirei de lá uma calça jeans grossa, uma camiseta branca, um casaco xadrez e uma jaqueta jeans, calcei meias e resolvi ir atrás do cheiro maravilhoso de ovos e bacon.

- Bom dia bela adormecida.- Aaron diz vindo me dar um beijo com dois pratos na mão.

- Eu espero que um seja pra mim.- Nós rimos e Aaron os põe na mesa redonda de madeira e vem me abraçar.- Quero que nunca mais me solte.

Ele ri e beija o topo da minha cabeça.- Quer saber sobre a casa?- Assinto o olhando.- Te conto durante o café.

Dito e feito, enquanto comíamos Aaron me falou sobre a casa. Como eu já disse, a casa é de um amigo do hospital que Aaron trabalha, mas é uma herança que ficou para ele, os avós do homem deixaram um testamento alegando que após sua morte a casa deveria ser passada para ele, os dois morreram sem sofrimento em uma viagem para Atlanta.

- Espera aí!- Digo organizando meu pensamentos enquanto meu namorado me encarava curioso.- Isso quer dizer que eu planejei de transarmos na casa em que dois velhinhos viveram até o fim de suas vidas?

- Amor, não é como se eles estivessem aqui vendo tudo o que fazemos!- Aaron diz rindo.

- Eu estou ouvindo alguém chamar Margarida.- O olho incrédula.

- O nome dela era Abigail, Violet.- Aaron ri e se levanta tirando os pratos, os coloca na pia e volta se aproximar de mim.- E ela não ira nos ver transar, eu juro.

Reviro os olhos e o beijo.- Se eu começar a ouvir barulhos estranhos a noite eu vou fazer você ir em direção ao perigo.

- Eram senhores de idade, iriam fazer o que? Nos oferecer biscoitos?- Diz rindo muito.- Já esta pronta?

Assinto e só então paro para pensar. 

- Pronta pra que?

Meu namorado balança a cabeça e pega minha mão, me puxando para fora da casa, vejo então o lago enorme que conecta varias outras casas e uma imensidão de arvores, todas com as copas verdes. O vento que batia estava muito gelado, e me fez abraçar meu corpo, logo senti os braços de Aaron.

- É lindo!- Falei baixo.

- Eu sei.- Aaron diz me apertando.- É uma cidade pequena, vamos dar uma volta.

Assinto olhando a pele branca de Aaron ficando levemente avermelhada pelo frio. 

Entrelaçamos os dedos e saímos andando pelo meio das pedras, até chegarmos na grama.

A cidade é tão charmosa, lojinhas de conveniências, pequenas boutiques, mercadinhos... A pessoas são tão bem receptivas, por mim eu ficaria o resto da minha vida aqui. Com Aaron.

Voltamos para a casa antes de anoitecer com uma caixa de pizza nas mãos e uma sacola do mercadinho local, tomamos banho, jantamos nossa pizza com uma taça de vinho do mercadinho e ficamos conversando, até começarmos a nos beijar e sentirmos ficar quente demais para permanecermos de roupas e transarmos maravilhosamente bem no sofá da sala de estar.

Depois de transar, estávamos abraçados no sofá minusculo, sentia o cafuné de Aaron em meu cabelo e acariciava sua barriga ouvindo as batidas de seu coração.

- Ainda acha que Abigail esta nos olhando?- Pergunta baixo olhando o teto.

- Sim, mas agora ela esta com inveja e vai nos expulsar.- Nós dois rimos.

Infelizmente o dia dos namorados acabou e precisávamos voltar para Nova York.

- Que pena.- Aaron passa a mão em meu rosto levantando meu queixo.- Ela vai ter que esperar.- Sorri e então me beija, reacendendo o fogo já apagado em mim.  

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