Capítulo 0.2 - Wrecking Ball

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Por Cheryl

Betty sorriu fraco para mim, então olhou para a sala e para meus olhos, perguntando mentalmente se eu estava pronta pra entrar.

Eu não estava.

Mas eu preciso.

Betty: _Te busco daqui à 1 hora e meia - avisou.

Abracei minha prima, forte, como forma de agradecimento por ela lutar tanto por mim, mesmo eu não merecendo.

Eu não mereço.

Realmente não mereço.

Solto ela do abraço e retorno meu olhar para a sala onde haviam pessoas reunidas que sentiam o mesmo que eu.

Na verdade não o mesmo.

Ninguém se sente como eu, ninguém me entende realmente.

Eu: _Vou entrar - abro a porta de vidro, recebendo imediatamente todos os olhares da sala, me intimidando um pouco.

Uma mulher se levanta. Cabelos pretos, brilhantes, pouco abaixo do ombro e perfeitamente ondulados nas pontas, pareciam ter saído de um comercial de shampoo. Ela usava óculos, eles não pareciam muito confortáveis, devem ser apenas para leitura. Vestia uma saia preta e branca colada na altura do joelho, combinada com uma blusa de seda preta com alças finas e para finalizar saltos agulha holográgicos, pretos também.
A morena sorriu simpática para mim, sem mostrar os dentes.
Ela era muito bonita, seu sorriso simples. De certa forma, me lembrava ela, mesmo tendo tamanhos, rostos e corpos totalmente diferentes. Droga, tudo me leva à ela.
Se ela estivesse aqui, comentaria sobre o quanto a morena era sexy e eu riria.
Esse pensamento me fez ter uma leve aversão imediata à mulher. Isso acontece com frequência. Eu odeio tudo que me lembra ela.

Verônica: _Você deve ser a prima da Betty, Cheryl - ela sorriu novamente para mim, eu odiei. _Sou Verônica Lodge, a monitora desse grupo. Sente-se, guardamos um lugar pra você! - ela apontou para uma cadeira vazia no círculo, seu gesto com a mão indicou uma tremedeira, ela parecia nervosa, isso instigou minha curiosidade.

Eu: _Vocês já começaram? - perguntei com um fiapo de voz, olhando somente pra ela enquanto caminhava até minha cadeira, em seguida me sentei.

Verônica: _Já íamos começar quando você entrou - ela voltou a se sentar. Desviou seu olhar para outra pessoa e perguntou. _Todos prontos? - toda a sala fez um sim com a cabeça. _Quem começa?

Josie: _Normalmente são os novatos - afirmou uma garota negra com uma jaqueta em estampa de oncinha bem extravagante, que olhava para mim como se fosse me atacar. Não gostei muito dela.

Toni: _Eu posso começar se a ruiva não se sentir confortável - sugeriu essa morena de cabelos rosados, dando de ombros e sorrindo de lado para mim. Ela sim parece legal.

Verônica: _O que nos diz, Cheryl? - voltou a se dirigir para mim, dessa vez com um olhar mais penetrante.

Eu: _Seria ótimo que outra pessoa começasse - só consegui responder isso. Não me sinto nada confortável aqui, é como estar num tribunal só que na posição de presidiário.

A garota de cabelo rosa se levantou, ela não parecia nervosa, já deve ter vindo aqui muitas vezes.

Toni: _Oi, meu nome é Antoniette Topaz, mas todos me chamam de Toni.

{Oi Toni}

Toni: _Bom, como a maioria já sabe, Meu avô morreu ano passado, foi quando comecei a vir para cá. Há alguns dias foi o aniversário de morte dele, de onde eu venho, quando a morte realiza 365 dias é um momento em que as famílias honram seu ente querido falecido. Eu chamei meu pai para irmos ao cemitério, deixar umas flores, algo comum. Ele estava tão bêbado - a expressão da garota pareceu mudar. _Ele bebe muito desde que me lembro, mas tudo que eu queria era honrar meu avô, o único que eu realmente gostava da minha família, o mais importante. Meu pai riu e começou a falar umas bobagens sem sentido sobre meu avô - toni derramou uma lágrima. _Eu senti muita, muita falta dele nesse momento. Eu caí.

• 𝐈 𝐟𝐨𝐮𝐧𝐝 𝐚 𝐥𝐨𝐯𝐞 ☆ 𝐂𝐡𝐞𝐫𝐨𝐧𝐢𝐜𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora