CAPÍTULO 6: Debates nas trevas

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  Enquanto Prosne conduzia seu grupo a busca por reforços, Fal ainda se recuperava dos ferimentos da batalha do Vale.  O mago subia até o último andar da Torre e por lá ficava parado. Sentindo o vento forte em seu rosto, enquanto observava a tropa dos Orcs trabalhando sem parar. Seu braço, remendado por uma faixa branca. Além disso, sua cabeça também estava coberta por uma faixa roxa, quase que como um velho turbante. Seus cabelos não eram visíveis.

  É nesta hora que seu fiel escudeiro, Gazel, sobe ao andar onde se encontrava. — Vejo que voltaram a trabalhar. - acenou à conversa. - — Algo que queira, senhor? - disse ao recostar-se sob uma das paredes do andar.

  — Nada sobre os Tritões? Não tenho todo o tempo todo mundo. - questionou Gazel a respeito da peça que lhe faltava. 

  — Tenho certeza que estão fazendo o possível. Já passou-se muito tempo desde que mandei-os a busca. 

  Antes de Gazel se retirar, Fal deu uma última ordem. — Peça que os Orcs marchem em direção ao Vale. Teremos mais espaço por lá. — Certeza disso, senhor? Quantos? - perguntara.

  — Quero mil Orcs marchando para lá com catapultas e armas. Mande cerca de dez Trolls, também. 

  Gazel acenou positivamente e prosseguiu escada abaixo para seguir as ordens. 

  Poucas horas depois essa parte do exército já caminhava para o Vale. Fal já havia descido pelas escadas e se dirigiu a Gazel. — O Observador já está se dirigindo ao Vale, também. - Gazel concordou. — Deixei a segunda criatura aqui. Será útil. - finalizaram a conversa.

  O mago das trevas já havia se decidido. Mil Orcs batendo em retirada para o Vale com o auxílio de dez Trolls. E de quebra, o Observador, criatura colossal também caminhava para lá descendo direto do Nordeste do Reino. Como Fal havia conseguido seduzi-la? Obra de Gazel.

  Os Trolls e Orcs carregavam consigo suas armas enormes e várias catapultas. A viagem iria demorar alguns dias até a conclusão.

  Na Torre, ainda permaneceram cerca de quatrocentos Orcs e seis Trolls. Fora isso, Gazel já havia entrado em conluio com os Corrompidos. Aproximadamente dez estavam na Torre e mais treze seguiriam para o Vale à noite. O exército já havia crescido bastante em relação aos acontecimentos passados.

  Na manhã seguinte, havia encontrado um simples bilhete deixado por Gazel, no qual dizia que ele havia se retirado ainda mais cedo para conferir o ambiente. Ciente desta partida, Fal caminhara belo corredor frio e escuro da Torre, ao fundo, ainda no primeiro andar, havia uma grande passagem secreta pela parede. Negra e bem suja. Ele olhara por lá, passou sua mão sob ela, como se soubesse o que estava por de trás da grande parede. Após isso, ele retornou e subiu para o último andar, como gostava de fazer, e ficou pleno em sua varanda em Uklard, acompanhando o restante de sua trupe com as mãos na massa.

  O mago passou boa parte do dia por ali e só mesmo quando iniciou-e a noite, Gazel chegou. Como uma sombra, surgiu-se ao lado esquerdo de Fal. — Já era hora. 

  Fazendo malabares com suas adagas em mãos, o elfo explicou sua saída naquela manhã. — Encontrei-me com os Tritões. Ainda não encontraram o Colar, mas será achado em breve. O líder triplicou as buscas e é provável que em alguns dias eles já tenham a peça em mãos. 

  — Perdemos muito tempo em busca dessa terceira. - resmungou em tom contraditório. - — Concordo, senhor, mas não é fácil achar um Colar dentro de um oceano inteiro.

  Fal desconfiava da facilidade que Gazel tinha para reunir tropas e aliados e buscou questioná-lo a cerca disto. — É um ótimo orador. - — Qual o motivo dessa fala, senhor? - — Em pouco tempo entrou em conluio com vários Corrompidos, conquistou-os na lábia e ainda seduziu um Observador para o Vale. Não preciso citar a besta que está atrás das paredes.

  Gazel sentou-se num pequeno banco empoeirado. — Surpreende-se com minha oratória, mas isso é apenas fruto de experiência no ramo. Há anos desde a partida de seu pai que eu vago pelas sombras. Tenho conhecimento a respeito de qualquer espécie que existe no Reino ou até no Vale. Sujei minhas mãos muitas vezes para aqui estar. Dê valor àquele que espalha sua fé.

  — E eu lhe agradeço pelos serviços prestados. Minha curiosidade era apenas sobre sua popularidade com o submundo do Reino e as criaturas que vivem à margem da sociedade.

  E é claro que quase houve um racha entre a dupla, mas a situação fora amenizada rapidamente, já que um precisava do outro e seus planos só funcionariam com o bem-estar da dupla existindo.

  Gazel desapareceu como sombra novamente, deixando apenas o leve rastro de fumaça como lhe era de praxe. Fal desceu a escadaria pela última vez naquele dia e caminhara para o subsolo de Uklard para descansar e lá estavam os antigos livros deixados por seu pai e o principal, suas armas principais e obviamente o cajado utilizado pelo próprio.

  

O Reino e o Vale: O Caminhante Branco [Pausado]Where stories live. Discover now