CAPÍTULO 7: Os Tritões de Ïrąip

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  Foram meses de busca, até que os Tritões fechavam o cerco na busca pelo Colar. No mais fundo dos oceanos, aproximadamente cem da espécie iniciaram a busca pelo famigerado Colar de Misgard há meses. 

  Os cem vagavam pelos oceanos atrás da peça. Separados e em outros momentos, juntos. Todos eles receberam as ordens de Teptsacha, o Rei Tritão e comandante do Castelo de Ïrąip. O senhor de Ïrąip deu a Tethoth a ordem de liderar a tropa em busca do Colar. Os serviços prestados a Fal e Gazel era pelo simples motivo de em caso de vitória de Fal, e todo o Reino se curvando ao mago, o oceano seria inteiramente dos Tritões.

  O Colar, que emanava uma forte energia começara a ser sentido pelos Tritões e cerca de quinze, dos cem, já haviam sentido a localização. Suas peles azuladas, uns mais escuros, outros mais claros, seguiram pelo caminho. Tethoth se destacava do restante pela capa negra que vestia e pela longa espada que manuseava. O restante, utilizava adagas afiadas e o Rei, era conhecido pelo seu tridente. O grupo que chegara ao objetivo era composto por: Tethoth, na liderança. Os comandados: Tenar, Tek'n, Thocthu, Thaa, Thlia, Toglui, Tlag'ln, Tlic'tha, Thlieh, Thothleng, Turshud, Thargon, Turcxa e Tho. 

  E fora pelo sudeste, próximo a costa, que concluiriam seu objetivo. Por ali, vivia Yugnac, um pequeno Goblin de pele verde-musgo, cabeça lisa, braços finos e uma pequena barriga volumosa. Short cinza rasgado e um colete branco sujo e aberto ao peito. Era uma raça comum de Goblin da floresta e filhote de algum outro. Estava a brincar pela margem quando encontrou o Colar que brilhara fortemente boiando nas águas. 

  Durante o encontro, Yugnac recusou-se a entregar seu brinquedo, que no caso, era a joia preciosa que os Tritões estavam a procurar. Entre os quinze Tritões, quem tomou frente e fora a arrancá-lo do Goblin, foi Toglui, que ao se aproximar foi golpeado por Yugnac, que tentou fugir. Em desespero, a criatura foi apanhada pela sua roupa e levantada por Turshud. — Peguei ele, chefe. - dizia com uma voz muito sonolenta. 

  Tethoth se aproximou e retirou o Colar do filhote de Goblin, que esperneava. Jogado ao chão pelas criaturas do mar e em desespero o Goblin estava. 

  Toglui sacou suas adagas para matá-lo, mas fora interrompido por Tethoth. — Akja. Nor tu ara marq hus ben to pah. - Respondeu com extrema seriedade na língua dos Tritões. O clima entre as criaturas acabou por ficar tenso, mas fora acalmado por uma visita inusitada. 

  D'um portal de sombras, surge Fal, que viria pessoalmente para pegar a peça que lhe faltava. — Esperávamos o Elfo e não você. - comentou um dos quinze Tritões. O grupo, então, se ajoelhou perante aquele de maior poderio no Reino. 

  — Onde está? O Colar. - questionou de primeira, até que Tethoth entregou para as mãos do mago. - — Estava com o filhote de Goblin, senhor.

  — E não o mataram? - nessa hora, Toglui esboçara um leve sorriso amarelo, já que era quem mais queria matar o Goblin que o havia ferido no rosto anteriormente.

  — Não foi nos dado essa missão, senhor. Queriam o Colar, nós achamos. - respondeu Tethoth, que embora fosse um comandado, jamais abaixava sua cabeça perante outro. 

  Fal caminhou até Yugnac no chão, que seguia em prantos e com medo. O servo das trevas olhou atentamente a criatura verde e num surto de psicopatia, quebrou a coluna do filhote. — O cheiro de lixo me enoja. - Os Tritões ficariam assustados com tamanha brutalidade, mas nada poderiam fazer naquela situação. Tethoth voltou ao mar e seus comandados seguiram-o. O grupo afundou e desapareceu no grande oceano, partindo para o grande Castelo de Ïrąip, residência de muitos Tritões.

  Fal deixou Yugnac ao chão, vivo, mas em grande sofrimento e desapareceu nas sombras, retornando para Uklard.

  Já o grupo, percorreu pelo belo oceano, passando pelas mais fofas criaturas até as mais desconfiadas para chegar até Ïrąip. Um grande Castelo luxuoso com oito andares que ficava o mais distante possível da superfície, e os Tritões se comunicavam facilmente tanto dentro como fora das águas. Dentro  da grande estrutura, o Rei Teptsacha recebeu os quinze no tapete vermelho da residência. Ao lado de duas damas, R'ly e Rathm'ell. O Rei corou os quinze membros participantes da missão que concluíram. O restante, que havia fracassado e não havia chegado, não receberam condecorações e só voltariam dias depois. Ao condecorá-los, Teptsacha retornou aos seus aposentos com um grande sorriso estampado no rosto e ciente de que em algum tempo, poderia ter o oceano todo em suas mãos após uma eventual vitória de Fal e as forças das trevas.

  Tethoth fora condecorado com a Estrela Vermelha a seu peito, mais a esquerda. Estrela Vermelha é a condecoração máxima fornecida pelo Rei Tritão e por seu Exército. O restante do grupo recebeu a Rosa de Prata, que fica duas posições abaixo da Estrela Vermelha, o ponto alto de um Tritão que não exerce nenhum cargo político a favor do Rei.

  * No parágrafo 7, no diálogo entre Tethoth e Toglui, o líder da missão em sua fala na língua dos Tritões ("Akja. Nor tu ara marq hus ben to pah") afirma que a ordem não era de matança e apenas a de buscar pelo Colar. Assassinar Yugnac não estava no plano, assim como tirar a vida de nenhuma outra criatura.

O Reino e o Vale: O Caminhante Branco [Pausado]Where stories live. Discover now