Depois de tais ocorridos, já haviam se passado alguns dias e Prosne guiava seu grupo até a Fortaleza dos Elfos. — Qual é mesmo seu plano? - — Primeiramente temos de chegar a residência dos Elfos o mais rápido possível. - respondeu Prosne ao Anão.
Quando cavalgavam, eis que de repente, em um curto espaço de tempo, o céu se escureceu, não anoiteceu de fato, mas ficou com tons negros e algumas gotas de chuvas caíram.
— Isso não é normal, não é? - com tom duvidoso a conversa de Argdáin. Prosne e o resto pararam a cavalgada, até que uma armadura escura caminhou entre as árvores, e haviam centenas delas por ali. A armadura negra possuía pouco mais de 1,88 de altura. Levava detalhes foscos por suas entranhas, mas não havia nada sob aquele pedaço de aço. Era um grande vazio e apenas uma armadura negra.
— Já posso atacar esse negócio, já sim, eu já posso! - gritava Argdáin já preparado para o combate.
Prosne pediu que esperassem e em alguns segundos, não só mais uma, mas mais duas do mesmo padrão surgiram seguindo a primeira aparição.
Grielion disparou uma flecha no centro do capacete da armadura e sua arma desapareceu no vácuo onde deveria estar a cabeça da armadura, para o susto do Elfo.
— São Espectros. Mortos que voltaram a vida, mas ainda sem corpos. Vestem sua armadura e seguem aqueles que o trouxeram a vida novamente. - Prosne lecionou sobre o assunto. - — Há algo grande por trás disso. Com certeza tem. - completou.
— E o que faremos, homem? Não temos tempo. Estão bem a nossa frente. - gritava Argdáin, enquanto já erguia seu machado.
Surgiram espadas em cada uma das armaduras. Como cavaleiros, de fato. Mas não eram espadas comuns. Eram basicamente luzes negras como armas.
— Cada hora uma surpresa. - — Não é surpresa, Elfo. São espadas amaldiçoadas. Se elas ferirem vocês, terão dias contados. - comentou Prosne, que bateu em frente, para cima dos inimigos.
O trio seguiu o mago e uma batalha se iniciou. Entre golpes e rasgos de espadas, Grielion ficou distante arremessando suas flechas, mas que pouco surtiam efeito.
Prosne gozava de algumas técnicas semelhantes a de Elthenkai, e com seu cajado, emitiu uma força gravitacional, fazendo com que as armaduras se chocassem. É neste momento em que o animago levanta o anão, que havia caído do cavalo. Ele, por sua vez, se transfigurou de vez e disparou em velocidade contra os Espectros.
— Toda criatura reanimada por magia negra leva um ponto fraco consigo. Não há recriações perfeitas. Continuem, não parem. Nossa vida está em jogo! - ordenou Prosne.
O trio seguiu em desvios e contra-golpes, mas não conseguiam muitos êxitos.
— Poucos movimentos. São como marionetes. Guiadas por alguém. Não tem como vencermos isso sem acharmos quem as comanda! - exclamou Grielion.
Prosne parou para pensar, raciocinou e chegou a uma conclusão com as falas do Elfo. - — Exato! É isso. Marionetes! Guiadas como marionetes. Grielion, acerte-os pelas costas. Como se fossem bonecos!
— Não tem como eu dar a volta para isso. - — Não se preocupe, eu seguro-os! - Respondeu Tōnpo e Argdáin logo seguiu - — Eu também ajudarei.
A dupla segurou as três armaduras em combate, enquanto Grielion saltou em velocidade e alcançou a visão perfeita pela culatra do trio. Em segundos, sua perfeição com o arco e flecha deu resultado. Três disparos no local certo. Três tiros perfeitos. As armaduras negras caíram lentamente, como um desmanche ao chão.
— Perfeito! Vencemos. - gritou Grielion, que não havia notado em uma coisa...
Argdáin estava deitado ao chão, suando e com os olhos revirados. Uma respiração muito forte. - — Ajudem, ajudem aqui. - Tōnpo estava ao lado esquerdo do Anão tentando reanimá-lo.
Grielion correu para ajudar, enquanto Prosne observou por longe. - — Eu pedi, eu pedi que tomassem cuidado. - O mago realmente ficou irritado, pois havia alertado ao grupo que agora poderia estar perdendo um membro.
Enquanto tentavam algo com Argdáin, folhas do arbusto se moviam frente a eles. Grielion sacou sua flecha novamente para atacar, mas fora acalmado por Prosne. — Não atacamos aquilo que não vemos.
Aos poucos, braços e pernas foram surgindo. Em alguns segundos, a criatura se retirou do arbusto. Possuía uma altura acima da média, e das partes inferiores a cabeça, era extremamente exótica. Pernas peludas, como patas, até a cintura. Sem blusa, físico privilegiado. Cabelos puxados para trás da cabeça e dois chifres encurvados. Era um Fauno, que se curvou perante ao grupo. - — Aquelas coisas estão atormentando o Reino há algumas semanas. Eu lhes agradeço.
— Um Fauno...- comentou Prosne. - — Me chamo Palatír, sábio senhor.
Tōnpo chamou a atenção do grupo para Argdáin, que estava em péssimas condições. — Precisamos ajudá-lo.
— Temos que levá-los aos outros Elfos. Só eles podem ajudá-lo. - disse Grielion, ciente do que os Elfos eram capazes.
O Fauno, por sua vez, adentrou a conversa. - — Esse tipo de ferida afeta não só o físico, como o psicológico. Ele está em um transe paradoxal e sua mente está vagando sem rumo. Eu sugiro que o leve até a comunidade Elfica, eles de fato podem ajudar.
O grupo colocou Argdáin em um dos cavalos e aproveitara que a chuva havia passado coincidentemente. - — E você, Palatír, o que fará? - indagou Grielion, que estava com pressa para partir com os outros.
— Eu irei de encontro a vocês e ao restante dos Elfos, podem ir na frente, senhores.
O grupo rumou com Argdáin para a Fortaleza Elfica e se já estavam com pressa antes, imagine por agora e com a situação desta maneira.
YOU ARE READING
O Reino e o Vale: O Caminhante Branco [Pausado]
FantasySem seu principal guia, Tōnpo, Grielion e Argdáin caminharão sozinho em busca de respostas deixadas pelo velho mago Elthenkai. Onde está a Quebra-Profecias? Ela realmente existe? E o nobre guerreiro de coração puro que que irá empunhá-la? Quem é o C...