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Emma

Washington estava mais frio do que eu imaginava, foi essa minha primeira impressão ao pisar aqui depois de um longo tempo. Fiquei observando tudo em volta, reparando cada pedacinho do lugar onde pousamos. Chris parece estar menos nervoso agora, ele esta olhando em volta e parece estar maravilhado com a cidade, todos estão. Seu rosto parece saudável e descansado depois de uma noite inteira no avião, ainda não tive tempo para perguntar se realmente a noite havia sido agradável para ele, pois assim que despertei ele já estava acordado ao meu lado.

A paisagem cria uma pequena nostalgia em minha cabeça, os dias aqui são lindos, mesmo estando nublados como hoje. Caía uma pequena chuva fina quase imperceptível em meus cabelos, e uma neblina tomava conta da paisagem ao fundo. Fiquei feliz por ter escolhido essa roupa que me protege bem do frio e dos pequenos flocos de neve que agora caem de forma suave no asfalto.

Enquanto estávamos no aeroporto protegi minhas mãos com essas luvas quentinhas, mas mesmo assim minhas mãos estavam enfiadas nos bolsos do sobretudo quente, e Chris que agora está agarrado em mim no intuito de me aquecer, não está com as mãos protegidas mas também não parece sentir frio.

—Você dormiu bem?— Ele me pergunta.

—Não tão bem quanto você.— Digo dando um leve beijo em seus lábios que estão gelados por conta do vento que assopra sem parar em nossos rostos.

—Emma, você não me disse que aqui estaria tão frio assim. Estou quase congelando!— Lara diz isso e vem andando como um pinguim.

—Bem vinda aos Estados Unidos.— Eu digo dando risada. É um pouco óbvio que aqui estaria frio, achei que eu não precisasse avisar mas parece que preciso.Um táxi estava a nossa espera. Depois de organizar todas as malas no carro, todos entramos no banco traseiro do carro, exceto a minha mãe que esta no banco da frente com o motorista.

Eu ainda não sei qual é a casa da vez, minha família aluga casas para o Natal todo ano, é praticamente tradição. Minha avó Ana sempre surpreende a todos com as casas, então eu não espero algo ruim muito pelo contrário. Assim, como era de se esperar chegamos no endereço da linda casa, não se parece com nada do que eu havia imaginado mas era ainda melhor.

Embora não fosse uma mansão, a casa ainda sim era grande. Enorme. Claro, não era algo muito extravagante, de trinta quartos e cinco andares. Acho que minha mãe chegou a comentar que viria mais gente, por isso, a casa é três vezes maior do que as outras. Havia dois andares, um jardim simples mas lindo na entrada coberto por flocos de neve que deixava tudo mais bonito. A construção era normal, como as outras, não tem muitas coisas diferentes nela. As paredes por fora da casa era em um tom de creme extremamente limpo sem manchas.

O céu começava a escurecer, por isso enquanto caminhávamos até a porta da frente podíamos perceber pequenas luzes no chão trilhando o caminho. Chris pressionou levemente uma das mãos em minhas costas, me fazendo andar um pouco mais rápido. Me arrepiei. Por todos, não pelo frio e sim pela ansiedade que já não cabia dentro de mim.

Subimos os degraus de madeira que se ligavam a uma porta grande também de madeira, minha mãe que agora está mechendo no bolso retirando uma chave, a chave da porta. Todos parecem agradecer em silêncio por isso, até mesmo eu. Entramos na sala de estar que é maior do que aparentar ser, todos estão na ponta dos pés tentando fazer o mínimo possível de barulho então, eu facho a porta com delicadeza. Minha mãe caminha para um corredor que parece ligar a outra sala de estar, e então todos caminhamos para lá também.

—Alguém chegou.— Ouço uma voz familiar dizer por dentro da cozinha antes mesmo que nós pudéssemos alcançar. E então a dona da voz, sai da cozinha esperançosa e seus olhos imediatamente brilham, ao nos olhar, seu rosto se iluminou de uma forma que todos imediatamente sorrissem de volta.

MINHA VIDA DEPOIS DE VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora