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EMMA

Eu fiquei feliz, fiquei extremamente feliz com aquilo. Era uma coisa que eu esperava mas não imaginava que iria de fato acontecer assim tão rápido,eu senti várias coisas naquele momento, foi mágico, foi o sentimento mais incrível que ele já me proporcionou sentir.Aquelas palavras fizeram com que tudo e todos em volta desaparececem, era como se existisse só nós dois naquela sala gigante e escura. Era como se únicos sons que importassem fossem sua respiração e sua voz. Eu admiro o controle que ele tem sobre mim, sobre os meus sentimentos, sobre tudo. Não que isso seja bom.

Eu senti como se fosse a primeira vez, a primeira vez que nos beijamos, a primeira vez que nos tocamos a primeira vez de tudo. Chris e eu passamos por tantas coisas e mesmo assim estamos aqui um para o outro. Só ele sabe o quanto lutou para me conquistar e só eu sei o tanto que sofri para acreditar nele e em fim me permitir amar, amar sem medo, amar sem barreiras, amar só amar.

O momento em que seus braços macios me lançam é o momento em que todo medo, insegurança e dúvida desaparece. Me pego desejando morar aqui mesmo, em seu abraço. Queria que ele nunca mais me soltasse e que ele nunca fosse embora, queria que todas as lutas que ainda vamos enfrentar acabassem mesmo antes de começar.

—Cuida bem do meu bebê,Chris.— Minha mãe diz me puxando de volta para a realidade, olho em volta e todos estão nós olhando com um sorriso e até lágrimas em seus rostos. Exceto o meu pai que está com uma cara de dúvida mas eu tenho certeza que ele está feliz por mim também, Chris parece não estar tão nervoso quanto antes e eu estou recebendo abraços apertados da minha mãe até agora.

—Pode deixar,sra Johnson.— Chris diz com um pouco de vergonha em sua voz e minha mãe o abraça. Ele sorri para mim e logo retribui o abraço.

Eu fico feliz por saber que ele esta feliz assim, fico feliz em saber que ele esta aos poucos superando a morte de alguém que ele amava e ainda ama muito. É óbvio que ele não vai esquecer dela ou algo assim, mas ele não pode ficar se culpando por algo que não é culpa dele, nunca vai ser. Mas infelizmente o Chris se culpa dia e noite por isso, eu não entendo porque, pois ele nunca me contou afundo sobre o passado dele e acho que nunca vou saber. Talvez algum dia ele queira desabafar e resolva me contar.

Depois de tudo isso que aconteceu eu me esqueci completamente do Natal, eu sempre gostei de comemorar pois é o único dia do ano que eu vejo todos os meus familiares. E esse ano eu quero levar o Chris para Washington comigo, tenho certeza que ele vai amar.

—Quer ir para casa comigo?— Chris pergunta e percebo que não tem mais ninguém na sala além de nós dois.

—É.... Sim, pode ser.— Digo me levantando rapidamente do sofá. Eu não sei em que momento vou fazer o convite para ele, mas espero que seja antes de comprar as passagens.

—Eu só vou avisar a minha mãe.— Digo isso e caminho até o quarto de hóspedes onde meus pais estão.

—Pode entrar.— Minha mãe grita assim que me ouve bater na porta.

—Oi mãe, eu estou indo com o Chris até a casa dele. Está bem?— Pergunto e meu pai logo fecha a cara.

—Você vive lá agora?— Meu pai pergunta.

—Não pai, ele precisa de mim e eu não vou deixá-lo sozinho.— Eu digo.

—Pode ir filha, só não chega tarde.— Minha mãe diz e então eu finalmente saio do quarto.

Eu entendo a preocupação do meu pai, mas as vezes ele é bem controlador e isso me irrita muito. Ele já deve saber que eu sou responsável e incapaz de fazer qualquer burrice como ele diz.

—Vamos.— Eu digo entrando na sala novamente.Eu gosto de ficar na casa dele até sem fazer nada, para dar apoio para ele nesse momento. Mas eu odeio o fato de ter que ver a cara amarrada da Natalie todos os dias na minha frente, odeio o fato de ela sempre estar tão próxima dele. Chris pode até ser inocente de acreditar nela mas eu não.

Depois da última coisa que ela fez eu fiquei com raiva infinita dela, não acredito até hoje que alguém seria capaz de fazer o que ela fez. Ela precisa de ajuda mais do que qualquer um, ela é totalmente doente e estúpida.

—Você não vai acreditar no que a Natalie fez hoje!— Chris diz enquanto caminhamos pelo longo quarteirão da minha casa. Fiquei aflita quando ele disse essas palavras, não tem como esperar o melhor, ainda mais dela. Não sei o que ela pode ter feito mas coisa boa não foi.

—O que ela aprontou dessa vez?— Eu pergunto e ele da risada.

—Dessa vez nada de ruim. Na verdade ela fez uma coisa boa, ela me pediu desculpas por tudo.— Ele diz e eu fiquei surpresa. Nunca imaginei que ela faria isso mas mesmo assim não sei se eu devo acreditar no teatro dela.

—E você acreditou?— Pergunto e ele me olha arqueando minha sombrancelha.

—Eu fiquei na dúvida, até porque não é a primeira vez que ela faz isso mas ela chorou dessa vez. E isso me fez acreditar um pouco mais.— Ele diz em um tom sério. Não acredito! Como assim ele acreditou? Fala sério, depois de tudo que ela fez ele simplesmente perdoou, eu realmente não consigo entender.

Eu não disse nada apenas me calei esperando Chris falar mais alguma coisa sobre isso mas ele não falou nada então permanecemos em silêncio. Quando estamos "brigados" o caminho até a casa dele é bem mais longo que o normal e esse sol está me matando.

—Chris!— Natalie corre para abraçar ele assim que chegamos. Falsa. Dispensei recepções da parte dela já estou estressada demais com o Chris e com ela mais ainda.

—Oi... Natalie.— Ele diz isso e eu reviro os olhos. Natalie está olhando para mim de jeito estranho e isso me faz ter mais certeza de que ela não mudou.

MINHA VIDA DEPOIS DE VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora