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Emma

Eu estava pronta para falar com ele assim que entrei em seu quarto, eu estava pronta para convida-lo, estava feliz e queria que isso fosse fácil. Na verdade é fácil, eu que estou dificultando as coisas, não sei como ele vai reagir, não sei se ele vai querer. Espero que ele aceite, isso é muito importante para mim, eu amo comemorar. Já passei meu aniversário sem ele, não iria aguentar uma semana inteira.

O quarto dele está diferente, está mais feminino. Acho que ele esta levando muito a sério essa ideia de guardar coisas da mãe dele aqui. Eu não o julgo, acho que também faria o mesmo, de algum modo isso faz ele se sentir seguro.

—Você ainda está guardando as coisas da sua mãe aqui?— Eu pergunto. Na tentativa de começar um diálogo, até eu criar coragem e falar com ele.

—Não, só guardei aquelas roupas na caixa. Nada mais.— Ele diz. Envolvendo seus dois braços na minha cintura e acabando com o pequeno espaço entre nós.

—Então de quem são essas coisas?—Pergunto já sabendo da resposta. É óbvio que são da Natalie, começo a ficar com mais raiva ainda.

—Ah, são da Natalie. Ela acha que tem direito de colocar as coisas dela aqui no meu quarto. Eu ainda não tive coragem para falar com ela. Mas eu não me importo tanto com isso.— Ele diz me dando leves beijos na boca. Essa garota é inacreditável, ela praticamente se mudou para o quarto do Chris.

—Eu acho bom você falar com ela logo, se as coisas dela continuarem aqui ela sempre vai ter motivo para entrar aqui, e nos atrapalhar.— Eu digo um pouco nervosa com a situação.

—Calma, eu não posso fazer isso com ela.—Ele diz e eu reviro os olhos.

—Como assim não pode? Ela tem o quarto dela Chris!— Eu grito me soltando de seus braços. As vezes eu não entendo ele sinceramente, a Natalie quase arruinou nosso relacionamento e ele simplesmente não consegue colocar ela em seu lugar.

—Sim ela tem quarto, mas qual é o problema? Se ela precisar colocar algumas coisas aqui eu deixo, mesmo eu e você odiando.— Ele diz isso e eu fico impressionada com tamanha burrice. Tudo que eu queria era dar um soco nele agora, sério, eu não estou acreditando no que eu estou ouvindo.

—É sério isso? Se você não conversar com ela eu vou, do meu jeito. Ela é muito folgada, e com razão você deixa ela fazer o que ela quiser.— Eu grito me sentando na cama. Ele está colocando algumas roupas dela no guarda roupas e isso está me irritando mais ainda.

—Emma, são só roupas. Nada de mais.— Ele diz com tranquilidade na voz. Isso parece realmente normal para ele, mas não é. Vai saber do que essa garota é capaz de tentar.

—Ah é? Então eu vou chamar o Nick para dividir o quarto comigo. Aposto que você vai amar.— Eu digo com ironia e ele logo me olha com a cara fechada.

—Não! É diferente Emma. O Nick não é nada seu, já a Natalie é a minha prima.—Ele grita.

—Adotiva! Vocês não tem o mesmo sangue. As vezes você é tão ingênuo Chris. Ela gosta de você, não como primos e você sabe disso.—

—Sim, eu sei. Mas eu e ela nunca vai existir, porque você é única na minha vida.—Ele diz isso e toda a minha raiva desaparece. Eu me sinto alivia em ouvir aquelas palavras, eu tenho medo, muito medo de ser magoada mais do que eu já fui.

—Eu espero que sim.— Digo isso dando risada e ele me beija. Melhor jeito de terminar uma briga, eu ainda não me sinto confortável em deixar a Natalie "morar" no quarto dele. Mas eu confio no Chris e sei que ele nunca vai deixar acontecer nada.

—Onde você vai passar o Natal?—Finalmente consigo falar sobre isso com ele, eu tenho medo de ele lembrar momentos com a mãe e acabar recusando meu convite.

—Eu não sei, acho que em casa. Nunca passei tão longe da minha mãe, ela amava muito comemorar o Natal.— Ele diz com um tom choroso na voz.

—Gostaria muito que você fosse comigo para Washington.— Eu digo isso com um sorriso no rosto.

—O que? Você vai para Washington? Quando? Porque?— Ele faz várias perguntas. Parece estar assustado. E era exatamente dessa reação que eu tinha medo.

—Sim,eu vou semana que vem. Meus familiares vão fazer um festa lá. E eu queria muito que você fosse, é importante para mim.— Eu digo.

—Eu não posso.— Ele diz.

—Porque não?—Pergunto ainda sem entender essa resposta tão seca.

—Tenho que pegar o carro da minha mãe dias depois do Natal, e não quero que ninguém faça isso além de mim.— Ele diz olhando para mim.

— Por favor Chris, nós vamos voltar antes. Eu só quero que você esteja lá comigo.Por favor.— Eu imploro.

—Esta bem, eu vou. Agora para de repetir por favor tantas vezes assim.—Ele diz isso e eu dou pulinhos de alegria. Eu estou tão feliz, não vejo a hora desse dia chegar logo.

—Obrigado, eu te amo. Muito.— Dou vários beijo em partes diferentes de seu rosto.

Ficamos ali por um bom tempo sem fazer nada, além de olhar para a tv. Ele parecia se divertir com as piadas nas quais eu não prestei muita atenção, porque sua risada baixa, rouca e incrívelmente linda era muito mais interessante do que qualquer coisa que acontecesse ao meu redor. Me dei conta de que eu havia me apaixonado completamente por esse som que saia de sua boca, é a melhor gargalhada que eu já ouvi.

MINHA VIDA DEPOIS DE VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora