Capítulo Três

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O sonho da Jovem Emily Evans era ser uma grande médica, assim como sua mãe e sua tia. Mas acontecimentos passados, interferiram em suas escolhas. Decerto foi algo em sua última consulta com uma terapeuta, quando tinha seus dez anos.  Ninguém acreditou em suas palavras sobre o assassinato de sua própria mãe. Percebera ali. 

 O fato de ter tido uma infância difícil contribuiu muito para sua decisão, embora isso tenha deixado sua tia muito decepcionada. Emily foi aceita em Oxford para fazer o curso de medicina, mas algo pesou em sua balança e a fez mudar totalmente de ideia, e quando conversou sobre o assunto com a tia Helena, o clima ficou pesado entre as duas por um tempo, até que finalmente ela aceitasse que sua sobrinha, que se esforçou tanto para criar, entraria para a academia de polícia. Com a intenção de descobrir, o que realmente aconteceu naquela noite de agosto.

 Emily entrou para o curso de investigação e criminologia, na instituição Academia de Detetives de Nova York. Não foi fácil para chegar onde queria, mas ter uma boa visão e mãos habilidosas, se desenvolveu bem. Foram longos quatro anos de curso, Emily ainda tinha dificuldade em trabalhar em equipe, tida como “antissocial”. Com o tempo, conseguiu se desenvolver melhor e aos 21 anos, tinha dois melhores amigos, Katherine e Noah. 

 Os conheceu e, aos poucos foi sentindo mais confiança neles. Depois de um tempo, tinham uma amizade incrível. Seguiam caminhos diferentes, mas nunca se separavam.  

 Emily conseguiu um emprego no Departamento da Polícia de Nova York. Teve muita sorte de ter arranjado uma vaga, com a equipe do Capitão Simon Edwards. 

Segunda-feira — Nova York 06:00 (AM) 

 Era uma segunda-feira de fevereiro, ainda fazia muito frio na maior parte dos Estados Unidos, nada que impedisse os nova-iorquinos de saírem de suas camas nas primeiras horas da madrugada, nem mesmo uma geada de 5 graus negativos. Tinham invernos muito rigorosos, então já estavam acostumados a caminharem pela neve. 

 O despertador interrompeu o sono delicioso e quentinho da jovem ruiva. Estava coberta até a cabeça, com apenas alguns fios de cabelos para fora, assim ela esticou o braço e desligou o relógio antigo de corda. Descobriu seu rosto com o outro braço, revelando sua pele branco avermelhada com algumas sardas, do jeito que seu pai, Joseph, era. 

 — Sério?! — resmungou consigo mesma. 

 Levantou-se, pegou sua toalha e foi para o banho. Secou os cabelos e os prendeu em um longo rabo de cavalo, passou seu pó, corrigiu algumas falhas em sua sobrancelha e pôs um batom claro. Escolheu um suéter vermelho com gola, vestiu uma meia-fina e uma calça jeans escura. Calçou as botas de salto baixo, por fim, colocou seu casaco azul-turquesa e uma boina preta sobre sua cabeça, assim como sua mãe costumava usar. Se olhou no espelho e deixou uma lágrima rolar pelo rosto, até chegar no maxilar, para que pudesse secar com o dedo indicador. Havia em si um lado feliz. Seria o primeiro dia como detetive! 

  Caminhou até a porta de saída do apartamento. Estava saindo quando alguém, que conhecia muito bem a chamou. Helena, ainda nos trajes do hospital, devia ter acabado de chegar de seu longo plantão noturno.

  Helena era gentil, como todas as pessoas de sua família. Porém, a vida não de foi tão generosa. Quando estava quase formada em Cambridge, o assassinato de sua irmã mudou o rumo da vida de Emily e o dela. Se doou de alma e coração, aceitando o desafio de criar sua sobrinha, sozinha. E com tudo o que houve anos atrás, nunca se deu o trabalho de conhecer alguém para se casar, formar uma família. Helena era uma mulher linda, sua aparência não mudou nada desde seus vinte anos, o tempo parecia não ter passado. Quase não se notava as olheiras ao redor dos olhos - que eram de um castanho-terra, assim como os do pai, que fora um soldado na guerra.- Estava com a pele boa e os cabelos tinham um tom acobreado, caindo nos ombros. Tinha lábios grossos e pequenos, em um tom rosado. 

Assassinato De Uma Mente Extraordinária (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora