Capítulo Nove

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Califórnia, Dezembro de 1995 

Os dias voaram como dentes de leão ao vento, sem que Amber e seus amigos pudessem perceber e finalmente havia chegado o dia da formatura dos mais novos médicos. Deram o melhor para estarem todos ali, houve momentos em que pensaram em desistir, tempos difíceis, que supuseram não conseguir e até mesmo estarem no lugar errado.

Os estudos da Cura traziam bons resultados, porém, se tratava de algo que infligia algumas doutrinas cristãs e para alguns pesquisadores do governo, aquilo poderia ser loucura, uma vez que a população do planeta aumentaria ano após ano, segundo as estatísticas. Logo, o câncer seria uma das doenças que mais matam  pessoas no mundo e uma possível Cura, trazeria mais expectativas de vida para a humanidade, assim nasceriam mais e morreriam menos. Como consequência, não haveria espaço para todos habitarem no planeta. Portanto o grupo poderia não ter permissão para continuarem com seus experimentos. 

A noite estava agradável com uma brisa fresca,  Amver conseguia sentir o perfume das folhas verdes de laranjeiras. A Janela encontrava- se aberta de modo que o vento conduzia as cortinas brancas do quarto. Ela se olhava no espelho observando o vestido longo de seda na cor azul, tinha um bordado com pérolas sobre o busto e abrangia um decote sutil, mas que valorizava seu colo. 

Seus cabelos estavam soltos, com os cachos caindo em cascatas sobre as costas, havia feito uma maquiagem leve, mas que realçava seus olhos cinzas, nos lábios, optou por um batom de tom rosê, o que deixou aquela produção incrível e Amber estava mais do que linda, além de estar extremamente feliz por finalmente realizar seu sonho, ser uma médica. 

Em suas lembranças, seu pai estava a brincar com ela no jardim da casa onde moravam. Ele dizia para Amber, que havia muitos homens e  principalmente crianças feridas, pouquíssimos médicos para atender e por esse motivo, pessoas morriam. Para o Sr. Evans, Amber era a filha preferida e ele tinha certeza que ela seria uma excelente médica e salvaria a vida de muitos indivíduos. Logo, sua escolha tinha relação com as histórias que ele contava sobre a guerra e por isso quando sentia vontade de desistir, Amber se lembrava do que o pai sempre lhe dizia: “ Os inocentes não merecem a morte”  e ela acreditava nessas palavras, jamais  esqueceria o modo que seu pai a criou. 

Um perfume diferente exalou no cômodo,uma mistura de hortelã com canela e um toque amadeirado. Era Joseph, trajava um terno preto, camisa branca com uma gravata borboleta. Estava parado encostado no batente de madeira escura da porta, Amber sorriu ao vê-lo, de alguma forma era estranho de pensar que ele não estaria ali por muito tempo e ela faria todo o possível para salvá-lo. Portanto, os experimentos da Cura achavam-se a todo vapor no laboratório da Universidade, o qual fora cedido pelos majoritários da instituição. 

A Doutora o observava com um brilho em seu olhar, embora ele estivesse com a pele pálida e sem a cor nos lábios, além de extremamente magro, Joseph era sem dúvidas o amor de sua vida e o homem mais lindo para ela. Por que quando se ama, as pessoas não se importam com a estrutura física e beleza, mas sim as qualidades e os defeitos. Talvez o amor ainda precisa ser estudado, pois, o sentimento é um aprendizado, ele traz mudanças, ele pode transformar a pessoa como a própria Amber. Tudo o que ela sonhava era ser uma médica bem-sucedida, construía projetos para a sociedade, porém, ainda sim achava que o mundo girava em torno de si. Sempre focada nos fatos concretos, pensava que o amor seria algo monótono e singelo, até ele aparecer em sua vida.

— Está radiante,  Amber — Disse, quebrando o silêncio. 

— Você também não está nada mal, Sr. Schneider — Elogiou mordendo seu lábio inferior. 

Assassinato De Uma Mente Extraordinária (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora