Almoço em Família é sempre... bom.

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Logo pela manhã, acordo, checo meu celular e me deparo com uma mensagem de Beatriz, minha irmã emprestada.

Eu havia esquecido completamente que tinha prometido almoçar com meu pai e família dele hoje. Porém, ninguém precisava saber disso né!?

Então como se nada tivesse acontecido eu disse que iria. Então liguei pra Mali que atendeu no segundo toque e a convidei para ir comigo almoçar na casa do meu pai. Ela topou.

Fiz minhas higienes e desci para a cozinha onde estava minha mãe na sua rotina matinal.

- Mama, Bom Dia! - Cumprimento ela e a abraço por trás.

Ela me responde com um sorriso e um beijo.

- Vou almoçar no papai hoje, eu havia esquecido de ter combinado com ele, mas a Bia me lembrou hoje de manhã. -Digo.

- Sem problemas, eu também não vou estar em casa pela parte da tarde. - ela diz com um tom feliz.

- E pra onde você vai, hein Dona Lídia? - Digo num tom malicioso.

- Vou beber com umas amigas, você acha que só você é jovem? -ela diz um tanto sem graça pela minha malícia.

- Espero que essas suas amigas não sejam esse cara aí que faz você ficar feliz quando manda mensagem. Eu tô de olho em você.

- Garoto, quem é a mãe aqui? - ela fala brincando e eu rio. -Se mete na sua vida que quem precisa de homem é você pra curar essa sua carência.

- Ai mãe, a senhora não sabe brincar. Magoou! - Eu digo fazendo dengo e ela me abraça.

A campainha toca e minha mãe atende.

É a chata da Malia, carregando uma mochileta nas costas e um sorriso largo no rosto. Elas se abraçam.

Tomamos café e conversamos um pouco.

Tomei banho enquanto a chata da Malia me esperava no quarto fuçando seu celular.

Saí do banheiro e ela estava focada naquela tela de 5 polegadas como se não houvesse nada ao redor.

- Se você tiver stalkeando aquele boylixo eu vou dar na sua cara. - Eu digo e ela ri.

- Com um homem desse de toalha na minha frente eu nem vou mais prestar atenção no meu celular. - ela diz e me deixa sem graça.

Eu automaticamente me olho para ver se tinha algo demais no que ela via. Porém só vi um volume na minha toalha e gotas percorrendo meu abdômen não definido.

- Para de ser ridícula! - eu digo rindo e jogo meu pijama na cara dela. Eu estava com as bochechas rosadas.

Essa vaca me conhece tão bem, que com poucas palavras consegue me deixar sem graça.

Me arrumei rápido e Malia que já estava pronta pediu o nosso Uber.

Nossa viagem até o nosso destino foi animada. Tocavam músicas legais na rádio e o motorista conversava conosco como se fôssemos conhecidos já.

Chegando na casa de André, meu querido pai, a primeira coisa que vejo é ele no seu velho costume de aparar a grama quase que todos os domingos.

- Já varreu a calçada também, velho?

- Bom dia meu filho, a calçada eu varri eram umas 6:00 da manhã. - Ele diz

- Tenho medo de ficar velha e ficar assim varrendo calçada junto com o sol nascendo. - Malia como sempre sendo a ironia em pessoa.

- Malinda, eu não sou velho tenho só 45 anos. - diz meu pai passando a mão pelos cabelos dando uma de galã.

- Toma vergonha pai! -Exalto.

Vamos entrando e minha mãedrasta estava já na cozinha preparando o almoço.

Abraço e a beijo como sempre faço.

- Cadê meus Pacotinho? - pergunto.

- Conrado não desgruda do Video Game e Beatriz estava conversando com a amiga que está no Canadá. - Anna responde.
Subo pra vê-los e matar a saudade.

- Posso entrar?

Bato na porta do quarto de Bia que permite que eu entre.

Mal eu termino de falar e ela já vem correndo pra me abraçar. Se tem uma pessoa bruta, é essa garota.

Ela e Malia se cumprimentam e trocam fofocas enquanto isso decido ir ver meu irmão.

Entro sem bater porque meu irmão com aqueles fones jogando aqueles jogos de tiros que ele ama, provavelmente não me escutaria.

Ele é um pivetinho lindo, preciso confessar. Tem pouco de minha aparência, na verdade, mas os cabelos eram mais parecidos. Tanto o castanho dos fios lisos, quanto o Undercurt que ele decidiu me imitar.

Ele e Beatriz quando saem juntos parecem até casal de tão grudados que são.

Fico vários segundos sem que ele nem percebesse que eu estava no quarto dele. Puxo a tomada do seu XBOX e é aí que ele percebe que tô aqui.

- Oi irmão! -Digo bem irônico e vejo ele ficando furioso.

- Filho da puta! Nem salvei o jogo.

- Você estava jogando on-line. Não sou idiota! - respondo.

- Ah Kevin, não interessa. Eu estava conversando com uma menina mó gata. E ainda tem mais troféus no jogo do que eu. ELA PODERIA SER A MULHER DA MINHA VIDA!!

- 17 anos nessa carinha linda e já acha que encontrou a mulher da sua vida? Através de uma partida on-line de um jogo? - eis que Malia fala surgindo atrás de mim.

- Oi... Mali... Como você vai? - Diz Conrado gaguejando e com a bochechas vermelhas de vergonha.

Desde sempre Conrado é caidinho pela Mali. Coitado!

Descemos para a cozinha e como sempre eu eu Malia oferecemos ajuda a Anna que não aceita e nos manda caçar algo pra fazer ao envés de perder tempo cozinhando.

Gritei Beatriz do jardim e falei para descer e ficarmos na piscina até sair o almoço. Ela e Conrado desceram e ficamos ouvindo músicas populares e nos refrescando na piscina.

***

O almoço já estava servido e nós comíamos numa mesa grande, era um bolo de Frango com Bacon maravilhoso. Eu já não sabia quando ia querer parar de comer aquilo.

- Como está sua mãe, Kevin? - Anna pergunta.

- Bem. Está em algum lugar com umas amigas hoje. - Respondo normalmente.

- Eu queria conversar com ela. Você se importa em me passar o contato dela depois? - Anna pede.

- Não, sem problemas. Te passo sim. Mas posso saber sobre o que é? - pergunto por estranhar o fato de Anna querer um conversa que parecia ser urgente, e justamente com minha mãe.

Não que elas duas não se deem bem, mas estranhei a forma repentina da qual Anna expressou ter assuntos pendentes com D. Lídia.

- Eu queria falar com ela sobre você, mas, isso não vem ao caso agora. - Ela diz e pronto curiosidade eleva à nível mil!

Logo me veio à cabeça se ela teria descoberto meu namoro, ou algo sobre minha sexualidade. Minha mãe e meus amigos eram os únicos que sabiam.

Daqui, só tinha contado à Beatriz porque ela sempre saía comigo. Como meu pai era meio rígido com o Conrado ele ficava sempre fora dos rolês da noite, principalmente quando era balada.

Anna cativou minha curiosidade, e já eu tinha pensado em contar pro meu pai sobre eu ser gay, por causa do meu namoro. Mas como não durou nem um terço daquilo que eu esperava, eu ainda não contei. Nunca pensei em como fazer isso. E nem o impacto que isso teria.

- Kevin... - Bia chama e me tira do meu devaneio.

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