Capítulo XIV

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Já era manhã quando Freya decidiu sair da cama, ela não dormira nada, não conseguiu. Depois de limpar o corte e fazer um curativo com certa dificuldade, já que não enxergava bem o lugar ferido, encarou a janela pelo resto da noite, deitada de lado, sobre o ombro não machucado. Quase não piscava, esperando que Diego ou qualquer outro solis cultor invadisse seu quarto e a matasse. Não que visse a morte com temor, não se sentia assim, mas estava mais do que disposta a não deixar que essa maldição idiota determinasse como sua vida terminaria. 

Na cozinha, preparando algo para comer antes de ir para o colégio, estraçalhou um copo de vidro nas mãos, sem perceber. Estranhou a força repentina que lhe possuiu e o fato de não ter se cortado. Pegou um caco de vidro e tentou perfurar sua pele, mas em vão, apesar de sentir o objeto adentrar seu corpo, nenhum estrago fora causado. Só as adagas douradas nos machucam?, se questionou ela. Interessante.

Seguia para o colégio no automático, como se não estivesse de fato ali e chegou atrasada pela primeira vez na sua vida, contrariando o modis operandi de sua mente, não se importou com o fato. Seu foco estava em procurar Diego com o olhar para ficar o mais distante possível dele. Só de pensar no ex namorado algo repulsivo se instalava nela. Disseram que eles estavam fadados a viver entre o ódio e o desejo, mas agora, só ficara o ódio, aparentemente. 

Apesar de tudo, o ocorrido da noite passada esclareceu algumas dúvidas que Freya nunca soubera responder, finalmente entendeu a razão por trás da atração que sentia por Diego, para alguém que sempre buscava a resposta para tudo, lhe corroía não saber porque ainda se mantinha num relacionamento com ele. Algo além do seu controle o atraía para ela e vice-versa, e com a verdade às claras, estava livre. Pelo menos dele.

Olhares surpresos a encararam quando adentrou a sala de aula, vinte minutos atrasada, até um fraco observador constataria esse evento singular na vida escolar de Freya. Pediu desculpas à professora e sentou-se rapidamente na sua cadeira. Para além da surpresa, ela sentia sobre si o olhar preocupado de Brenna, mas preferiu ignorar a inquisição silenciosa e constatar que Diego não comparecera à aula. Sua cadeira estava vazia, e ela se alegrou com isso. Voltou sua atenção para a lousa e esperou que isso a distraísse da confusão mental e emocional que enfrentava.

Freya e Brenna saíam juntas do colégio, o silêncio ainda reinava, mas as emoções começavam a se organizar em sua mente

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Freya e Brenna saíam juntas do colégio, o silêncio ainda reinava, mas as emoções começavam a se organizar em sua mente. Nem bem viraram a esquina, uma van familiar estaciona e a porta lateral é aberta.

— Entrem. Hora do treinamento.

As duas amigas se entreolharam e adentraram o veículo rapidamente.

As duas amigas se entreolharam e adentraram o veículo rapidamente

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Stellae - A maldição do Sol e da Lua [LIVRO I - COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora