Manual Para Um Suicídio - Fanfic Jikook

capítulo 30

     

     A manhã havia se passado rápido, enquanto Jiminie cantava o refrão de uma música qualquer eu aproveitava para comprar as passagens e verificar uma casa para morar enquanto eu estivesse em nova York.
A voz doce e calma soou mais próxima e braços envolveram meu pescoço.

— Jiminie-ah — alisei as bochechas e em seguida passei o dedo pelos lábios gordinhos e avermelhados, vendo-o abrir um sorriso e murmurar um " eu te amo".

— Yuki me ligou — Ele disse se sentando em meu colo e pegando o celular das minhas mãos. — ela saiu com Taehyung e Yoongi, foram tomar sorvete. — Ele sorriu apontando a câmera para nós dois e logo sorri vendo o celular capturar nossa imagem. — Nós poderíamos fazer algo também.

— Concordo, vamos tirar fotos suas. — Ele sorriu totalmente confuso. — fazer um álbum cheio de fotos suas, pra eu guardar de recordação até voltar.

— Espero que o tempo passe rápido, mas vou lhe visitar. — Sorriu deixando os olhos formarem uma linha preta.

— Espero, vamos ou as fotos não vão sair boas — Levantei o puxando para ir comigo pegar a câmera.

  Tiramos foto dele sensualizando na cama, do nosso piquenique, do menor com o nariz sujo de chocolate, depois o levei até a praia. Enfim nosso dia foi cheio, e quando vimos já estávamos jogados no sofá da minha casa procurando coragem para tomar banho.

       [ DOIS  DIAS DEPOIS ]

Embalei alguns objetos e coloquei dentro de caixas para não estragar, pedi para Seokjin procurar uma profissional para manter a limpeza da casa todo mês. Estava adiantando algumas partes para ter mais tempo com Jimin até o dia da viagem.
E por falar nele.

| pequeno bolinho:
    Amor o advogado me ligou avisando sobre algo muito importante, lhe vejo daqui a alguns minutos?

          Eu :
Lógico amor, te espero.

Sorri e bloqueei a tela do celular voltando a arrumar as caixas em fileiras no meu quarto. Imagina quando eu voltar e ter que arrumar tudo isso pela casa novamente? Deus me livre.
Continuei embalando, agora, os livros em caixas especiais para evitar possíveis gotas de água que possa cair, os documentos coloquei em envelopes e em seguida guardei na minha bolsa.
Em menos de vinte minutos arrumei tudo e tomei um banho, logo depois a campainha tocou.

— Amor — o menor pulou em meus braços e notei os fios azuis. — O advogado me disse que ainda esta semana minha mãe poderá sair do presídio, estou pensando em fazer um programa em família sabe? Eu, você, Yuki, Taehyung e a mamãe.

Oh então faço parte oficialmente da família dele? Incrível ter a confirmação disso.
— Acho maravilhoso, por que não um piquenique no parque das cerejeiras? Nessa época as flores formam um lindo tapete no chão.

— Seria romântico — Ele sorriu unindo nossas mãos. — Perfeito, vou ver o dia e a hora para fazermos isso.

— Pode ser no penúltimo dia que eu estiver aqui, assim não fica um dia tão triste para nós dois. — o abracei.  Afinal teremos comemorado a liberdade da sua mãe.

— Eu tenho que agradecer tanto por lhe ter em minha vida jeon, foi o meu porto seguro nas horas mais difíceis. Cuidou de mim e da minha irmã, nos ajudou psicologicamente e fisicamente, nunca me abandonou ou me fez duvidar dos seus sentimentos por mim. Eu te amo coelhinho.

— Eu te amo muito também amor, é o meu tudo, meu mundo, é a minha vida e vou lhe proteger sempre.

             [ Jimin ]

Me sentei no chão e peguei as fotos para colar no álbum de cor azulada, vez ou outra deixando pingos de cola cair no chão, era como uma distração para mim. Por minutos esqueci do doloroso e curto tempo que tenho com  Jeon aqui.

Mas tudo vai ficar bem. Não é um adeus.

Meu celular vibrou em cima da mesinha de centro, mas resolvi ignorar. Bom, somente eu ignorei por que meu namoradinho curioso pegou o celular e atendeu.

Era o advogado avisando que até a noite minha mãe já estaria em casa, finalmente conseguiram fazer a juíza entender que tudo foi em legítima defesa.
Fico feliz não só por mim, mas por Yuki também. Sei o quanto ela ama a omma, independente de sangue ou não.

Senti o peso do olhar vindo de jungkook e quando o olhei de volta, ele desviou o olhar suspirando deixando um sorriso brotar no canto dos lábios esbranquiçados. — Algo errado?

— Não tem nada errado meu bem, apenas fico feliz em ver você tão concentrado. Forma um biquinho fofo nos lábios.

Apoiei o rosto nas mãos e gravei cada detalhe do seu rosto, desde os olhos brilhantes até a pontinha redonda do seu nariz.
— Quem é você, afinal? — ele me olhou confuso.

— Jeon Jungkook, seu namorado e psicólogo da sua irmã. — se sentou ao meu lado e alisou os fios azuis do meu cabelo. — Por quê?

— Não, você é muito mais do que um simples psicólogo. Eu quero saber quem você realmente é.

— Eu não sei — tombou a cabeça para o lado. — Ninguém conhece a si mesmo, sempre vai ter algo para se surpreender. Aparentemente eu sou Jeon Jungkook, um homem que sofreu pra chegar onde está e que tem empresas espalhadas por alguns países. Sou formado em psicologia e trabalho gratuitamente para ajudar pessoas que realmente precisam. E quem você realmente é, Park Jimin?

— Um jovem designer de jardim, que fez cursos de artes e já trabalhou como modelo fotográfico. — observei minhas mãos com resíduos de cola. — Tenho muitos medos e sonhos como qualquer um, tive o desprazer de ter um pai machista e infelizmente me fechei para os problemas que aconteciam ao meu redor. Tenho medo de um dia terminar igual a Yuki e acabar não aguentando.

— Está tudo bem agora, todo sofrimento acabou Jiminie. E para uma pessoa realmente depressiva chegar ao suicídio existe um manual, que vai variando de pessoa para pessoa.

Voltei a olhá-lo e forcei um sorriso.
— Jungkook-ah, existe muitas coisas sobre mim que ninguém sabe.