Capítulo 1

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Você tem aquela coisa que eu estava procurando

Estive correndo por tanto tempo

Agora eu peguei você, eu não vou deixar você ir

Você tem aquela coisa que eu estava procurando

E você tem um coração cheio de ouro

E isso está realmente me excitando

Sexual—Neiked    

        Subindo essas escadas percebo a quão sedentária eu sou. Acho uma falta de consideração a escola não deixar nós, alunos, usar o elevador. Isso é um tipo de tortura só pode. Além de eu estar aqui em pleno pré-feriado as 7:00 horas da manhã ainda tenho que subir essas escadas e ter aula.

Quando terminei de subi o último degrau percebi o vazio que estava o corredor e só faltava dez minutos para as aulas começarem, em dias "normais" eu mal iria conseguir andar aqui sem esbarrar com alguém. Fui em direção ao meu armário para guardar e pegar algumas coisas que iria utilizar no feriado de carnaval, antes de abrir o armário avistei Sara correndo até mim.

— Só tem 10 pessoas na nossa sala, no B só tem 7, na C só tem 1, o que já era de se esperar, e no D só tem 14. — Disse ela, rapidamente e ofegante.

Agora eu entendia o motivo do corredor.

Sara e eu somos amigas dês do ano passado, ela é do tipo de menina que não demostrava seus sentimentos e fala a verdade mesmo que magoasse, somos até que parecidas fisicamente ambas com cabelo cacheado volumoso, moreno e olhos escuros a única coisa que diferencia é a parte que ela tem um corpão e eu sou uma tabua. Não sei como ela não está na sala do D. Eu e Sara somos do A que é a sala dos hipisters, a sala do B é a sala dos bagunceiros e festeiros, o C são das pessoas que não querem nada com nada é por fim temos o D das pessoas mais bonitas do colégio.

— Sara isso já era de se esperar, lembra ano passado no último dia de aula só tinha eu e você, serio eu até entendo essas pessoas que faltaram hoje, soube que eles vão entregar uma lista de exercícios enorme. — Disse enquanto guardava minhas coisas no armário.

— É, mas essa lista vale nota e você sabe disso, além do mais hoje tem aula como qualquer outro dia. — Fala cruzando os braços me olhando com cara de quem fala "que argumentos você tem agora".

Eu realmente não iria entrar nessa discussão de quem estar certo ou errado. Ao contrário da Sara eu não julgo quem falta, se eu pudesse eu também faltaria. Se eu gostasse de ficar em casa pensaria nessa opção.

Fechei meu armário e fomos em direção a sala e realmente me assustei com a quantidade de pessoas que tinha naquela sala. Normalmente cada sala tinha em torno de 50 pessoas, hoje não tinha nem a metade disso. Sentei no meu lugar que é a primeira cadeira esperando o sinal tocar e começar a primeira aula que era de literatura

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Depois da "aula" que foi praticamente a professora contando histórias da sua vida. Pensei na longa viagem que eu iria fazer nesse feriado sem internet, sem celular, sem amigos só eu e minha família, que maravilha. Não aguento ficar dois minutos com eles imagina quatro dias inteiros, geralmente eu fico na escola o dia inteiro e só vejo minha família a noite e já é péssimo. A minha mãe até que é de boa o problema mesmo é meu pai e meus irmão

Meu pai é tudo aquilo que é um macho escroto é, machista e abusador, já meus irmãos são chatos porque eles não fazem absolutamente nada e sempre sobra para mim fazer. Se isso não é um inferno eu não sei o que é.

Quando começou a segunda aula o professor avisou que iria juntar as salas, só foi ele falar isso que a algazarra começo, entrou a turma do B, depois o C e por fim o D. Olhei para a porta, na verdade para o menino que estava na porta.

Ele estava na porta com os braços cruzados franzindo a testa e eu comecei a encara-lo, fiquei me perguntando como não tinha reparado nele antes, ele tinha cabelos loiros e belos olhos castanhos. Como eu estava encarando ele percebeu e nossos olhos se encontram, eu nunca fui de ficar bobinha por meninos, mas naquele momento eu senti tudo que nunca senti antes, borboletas no estomago e meu rosto corar. O menino então me deu um sorrisinho torto e foi se sentar no fundo. Foi aí que eu percebi o motivo pelo qual eu nunca olhava para ele.

O menino desconhecido era da gangue, ou seja, ele só era bonito e nada mais. Todos da gangue eram bonitos e burros sem exceção, como eu sei disso? Sara e Gisele me disseram, elas sabiam de todos. A Sara sabia de todos os boatos, mas guardava para se mesma e Gisele sabia de tudo e todos, era amiga de quase todo mundo e por isso sabia da vida de todo mundo daquela escola.

Senti alguém me cutucando e quando eu me virei vi que era o menino que eu estava encarando logo a pouco, me chamando para sentar no fundo e fui, percebi que a Sara me julgava com aqueles seus olhos frios, mas nem liguei.

— Oi. — Disse ele com os braços cruzados

Franzi a testa e olhei para os lados.

Seus olhos percorreram minha cara foram até meus cabelos e por fim no meu corpo. Senti um arrepio enquanto ele me analisava, não sei se eu gastava ou odiava ele por fazer isso.

— Acho que não fomos apresentados, meu nome é Raphael. — Disse ele com o sorriso mais lindo que eu já vi

— Oi. — Foi tudo que eu consegui falar

Não sei quanto tempo fiquei parada e sem reação, foi aí que percebi que não falei meu nome

­­— ah... meu nome é Mariana. — Falei envergonha. Quando tempo eu fiquei encarando ele?

Um sorrisinho saiu de seus lábios e antes que ele pudesse falar qualquer coisa o professor começou a mandar todo mundo sentar e ficar calado.

The First Time.Onde histórias criam vida. Descubra agora