Capítulo 4

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Raphael Hill

só estou de saco cheio de você pra caralho, garota
Tão cansado de todos os jogos que você joga
Eu não sou nenhum jogo da velha
Envie seus abraços e beijos para outra pessoa

do re mi

Abri meus olhos lentamente para ir acostumando com a luz e senti minha cabeça latejar no mesmo minuto. Semicerrei os olhos a procura do meu celular que devia estar em algum lugar entre as cobertas, mas meus dedos acabaram tocando em uma coisa dura e gelada.

Uma garrafa de vodka, vazia. Fleches veio em minha cabeça sobre a noite anterior e minha cabeça latejava mais à medida que eu ia lembrando.

Eu não me lembrava muito da noite passada só de mandar mensagem para Mariana e depois ela ficar me ignorando. Assim peguei algumas bebidas, que pelo jeito me deram uma ressaca desgraçada. Porra, como eu era um fodido.

Me levantei peguei meu celular e chequei para ver se a Mariana havia me respondido, e não, ela não respondeu.

Enquanto eu andava pela casa encontrava garrafas de cerveja pelos cantos, tentava me locomover pela aquela bagunça que estava na minha casa. Coloquei uma calça, pois estava só de cueca e quando fui colocar a blusa ouvi alguém bater na porta. Eu disse bater? Que dizer, esmorrar a bosta da minha porta.

Fui em direção da porta correndo. Mas esse ato só fez minha cabeça doer ainda mais.

A ressaca era uma vadia.

Quando cheguei na porta as "batidas" começaram a ficar cada vez mais fortes. Até que eu abri

— Oi, seu cretino de merda. — Olhei para a garota loira que estava parada na minha porta gritando.

— Desculpa, nós nos conhecemos? — Perguntei me apoiando na porta cruzando os braços.

Ela me olhou com ódio, com uma expressão muito raivosa.

— Nós transamos seu babaca. — Falou, indignada com o fato de eu não ter me lembrado.

— Ah. — Foi tudo que eu falei.

— Então. — Ela começou. — Queria saber se podemos repetir.

Eu comecei a rir dela.

— Vocês nunca aprendem, não é? — Perguntei. — Eu não transo duas vezes com a mesma menina.

Dizendo isso, fechei a porta na cara dela.

Fui em direção ao meu quarto para vestir uma camiseta, e começar a arrumar essa casa, já que eu morava sozinho.

Agora você deve estar se perguntando, como eu tenho 16 anos e vivo completamente sozinho? Simples, sou emancipado. A primeira coisa que eu pedi quando completei 16 anos foi isso, não aguentava mais viver sobre o teto dos meus pais.

Meus pais são donos das maiores redes de hotéis cinco estrelas que tem, e é esse o problema, eles queriam que quando eu completasse 16 anos já começasse a entender como gerenciar essa empresa, só que isso não faz parte do que eu quero. Por isso, pedi essa emancipação para poder fazer o que eu quero, ou descobrir pelo menos.

Quando fui vestir minha camiseta escuto novamente alguém esmurrando a porta.

Essa menina não desiste não?

Abri a porta é já fui dizendo.

— Eu já não disse para você. Eu não transo com a mesma menina duas vezes.

— Eu espero que possa ceder essa para mim. — Uma voz feminina e suave me chamou atenção.

Não era a menina logo a pouco, era uma pessoa muito pior. Molly

Antes que eu pudesse falar alguma coisa ela já foi entrando no meu apartamento.

— Eu vi você e aquela menina saindo pela porta dos fundos. — Disse Molly.

— E daí? — Falei acendendo um cigarro.

— Eu quero que você se afaste dela. — Disse ela me dando o sorriso falso.

Eu fiquei em silencia por alguns minutos.

— E por qual motivo eu faria isso? — Perguntei parando na frende dela.

Ela começou a passar a mão no meu peito nu dando um sorrisinho.

— Eu acho que o seu melhor amigo não iria querer saber que foi traído.

Vadia.

— Você tá me ameaçando?

— Não, pense nisso como um aviso. — Falou ela olhando nos meus olhos, com as mãos ainda no meu peito. — Se você não fizer isso, eu conto para o Pedro, que você me beijou e além do mais trans...

— Você não pode fazer isso, você sabe que nós dois estávamos bêbados e fizemos isso no calor do momento. — Falei cortando-a. — E, eu preciso da ajuda dela, ou o treinador vai me tirar do time.

Ela se calou por alguns minutos e ficou me analisando, fingindo uma cara de pensativa.

— Okay, você pode estudar com ela, mas se eu souber que está rolando algo eu conto tudo. — Falou ela tirando a mão do meu peito

— Não pense que eu sou sua inimiga Raphael, eu estou apenas evitando um pequeno desastre. — Continuou ela. — Essa menina não faz parte do nosso grupo, então continua com suas vadias e esquece ela.

Eu não sabia o motivo da Molly estar com tanta implicância com a Mariana, ela só ia me ajudar com os estudos e talvez dá uns amassos. Coisa que agora é impossível.

Mas antes que eu pudesse contrariar qualquer coisa o Pedro chega e encontra a gente naquela situação.

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