Changkyun perdeu seu soulmate de forma trágica e traumática, mas encontrou conforto nos braços de Minhyuk. Porém, o que começou como um relacionamento doce acabou se tornando uma parceria intensa e destrutiva.
{ChangHyuk | JooKyun | ChangKi | soulma...
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O que eles têm, às vezes, parece beirar a perfeição.
Embora Changkyun saiba que o vazio deixado por Kihyun jamais será preenchido novamente - talvez numa próxima existência, mas não nessa, onde a chance foi precocemente descartada -, tudo o que Minhyuk lhe oferece o mantém acordado para uma realidade da qual ele antes queria fugir.
Ele é muito grato por isso ao mesmo tempo em que se sente mal quando retorna para casa e vê todas as coisas de Kihyun ali, intocadas e empoeiradas. Changkyun ainda imagina Kihyun entrando pela porta para reclamar sobre como ele é desleixado em permitir que todos os bibelôs sejam cobertos pela camada cinzenta de poeira, e ele ri com a ideia, mas não pode tocar em nada com medo do efeito que os objetos possam ter sobre si: cada pedaço do apartamento resulta em uma memória diferente, de profundidade distinta. Vê-las sendo soterradas, mudando naturalmente de cor pela falta de manutenção, é a prova de que o tempo está passando e de que ele está, aos poucos, seguindo em frente à sua maneira.
É por isso também que, quando Changkyun encontra Minhyuk no corredor de seu apartamento, ele logo sugere que procurem outro lugar para o encontro. Changkyun não se importa que Minhyuk esteja carregando todo um aparato de coisas para a noite mais quente já prometida, ou que ele resmungue pela curiosidade em conhecer onde seu namorado mora; simplesmente pega as chaves do carro no bolso do outro e o puxa para longe do lugar onde as marcas de Kihyun vivem, imaculadas.
Saem para a noite um pouco contrariados um com o outro, mas logo a atmosfera se transforma. Minhyuk entende os motivos de Changkyun para não deixá-lo entrar em seu apartamento, mas insistir é algo de sua natureza, um instinto que ele não consegue controlar. Mesmo que vá enjoar da ideia depois de algum tempo, lá está ele com a mesma conversa:
— Só fico curioso para saber como é o lugar onde você dorme — ele explica e Changkyun, que dirige, não responde. — Não fique bravo.
— Não estou — é o que diz e mais nada lhe escapa da boca.
Minhyuk suspira, mas gosta de quando é tratado assim, porque Changkyun é indiferente com todo mundo e ele gosta de pensar que, apenas consigo, o mais novo é capaz de demonstrar seus verdadeiros sentimentos - seja carinho, desejo ou irritação, não importa realmente. Apenas com ele, Changkyun é autêntico e não uma massa a circular trajando as máscaras da sociedade.
A casa de Minhyuk é extremamente confortável. Há poucos móveis, mas os que existem são espaçosos e marcantes. Os tons sóbrios mesclados ao dourado são a clara representação da personalidade forte do rapaz. A escadaria em vidro traz, ao mesmo tempo, uma sensação aflitiva e atraente, assim como é o toque de Minhyuk sobre a pele de Changkyun. Grandes cortinas escuras escondem cada janela alta dos cômodos como véus a adornar o espetáculo que acontece do lado de dentro, quando os dois rapazes guiam um ao outro a um prazer explosivo, tão quente quanto cada lustre alaranjado e avantajado, tão intenso quando o contraste das cores dos tapetes e dos pisos, tão profundo quanto a piscina coberta iluminada à meia luz.
Um mês e Changkyun já conhece cada cômodo daquela casa, assim como cada cômodo já conhece seus gemidos e suor. Conhece também cada centímetro de Minhyuk, mas o mais velho ainda o estuda como se todas as noites fossem sempre a primeira vez deles juntos. Minhyuk esperou tanto por isso, é o que Changkyun pensa, dois exaustivos anos até finalmente conseguir levar o outro para a cama.
Changkyun observa Minhyuk enquanto este dorme a seu lado, os olhos apertados como se estivesse tendo um pesadelo. O mais novo imagina se esse relacionamento não estraga os dois: um solitário e alguém que ainda vaga pela abertura do universo indo de encontro com seu desconhecido soulmate. O que não daria para ver a aura colorida de Minhyuk e descobrir que são exceções? Que existe sim mais de uma alma gêmea para si neste mundo? Mas não, por mais profundos que sejam, os olhos de Minhyuk só lhe mostram a superfície do oceano, nunca mais denso, nunca em outras cores senão o azul escuro. Entretanto, Changkyun sabe que não faz tanta questão disso quando a única coisa que realmente deseja é que o tempo seja piedoso e não tire Minhyuk de si tão cedo como fez com Kihyun.
É na despedida que ele percebe o quanto se sente dependente desses encontros e o quanto quer voltar para dentro da casa de Minhyuk no momento em que coloca os pés para fora.
Jooheon também começa a reclamar que Changkyun não fala de outra coisa senão de seu hyung, mas o garoto já não se sente tão culpado quanto antes. Qualquer desculpa se torna um motivo para correr para os braços de Minhyuk e o novo Changkyun vai tomando forma, desagradando o melhor amigo, fazendo murchar as pétalas na floricultura, tirando de Jooheon sorrisos amarelos e palmadinhas de pena nas costas. Ainda assim, eles não se distanciam porque não são capazes de tal ato: há algo que os une como a folha ao caule, a antera ao filete, o carpelo ao ovário. São amigos, irmãos. É por isso que Jooheon entende, embora não aceite, que Changkyun está perdidamente apaixonado por Minhyuk. Que foi por isso que o mais velho dos três correu até o hospital no dia em que Kihyun morreu e de lá não arredou o pé até que Changkyun pedisse. Que o destino realmente brinca com eles de forma mesquinha e traiçoeira.
Jooheon tem medo de que Changkyun se machuque de novo e ele está quase sempre tão certo... Mas quando vê o sorriso na face do amigo, mais uma vez levando um arranjo de rosas vermelhas consigo, ele lhe retribui o gesto e as covinhas aparecem em seu rosto, mas somem no momento em que Changkyun sai da estufa.
O desejo de Changkyun é o de que Minhyuk nunca encontre sua alma gêmea.
As rosas ficam destacadas sobre o aparador do hall de entrada enquanto ele está, mais uma vez, entre as pernas de seu hyung. Talvez Minhyuk seja inteiramente seu desde o início, e se não for, cada estocada lhe trará para mais perto dessa perspectiva; cada vez que seu nome vazar em forma de gemido pelos lábios macios do mais velho será uma assinatura no universo atestando que eles são completamente compatíveis; cada marca arroxeada deixada na pele será a prova de que não existe algo mais correto do que estarem unidos; cada beijo será um selo oficializando um amor que não deveria vingar, mas o faz.
Minhyuk é meu bias no Monsta X e o Changkyun meu precipício, vulgo bias wrecker (esta é uma informação inútil, eu sei, mas é só para vocês saberem de onde tirei a inspiração para o couple kkk).