Sabe aquelas cartas para o futuro?
Eu mesma já fiz, escrever coisas para um "eu" ler em x tempo.
Depois de umas três cartas escritas e zero lidas, caí na real que não preciso de cartas futuras, preciso de cartas para o agora. Todos nós precisamos.
N...
É uma pergunta que pode ser interpretada de forma simples e/ou complexa. No meu caso, o contexto em que a vi, merecia uma compreensão complexa.
Crescemos sem que opiniões alheias nos afetem, até que em certa idade, elas afetam. Nos manipulam, nos cegam, nos matam. Nossa voz é silenciada e dá lugar a uma voz estranha, invasora, opressora e sem razão. Uma voz irreconhecível que toma espaço sem pedir.
A verdade é que, devemos olhar para dentro de nós mesmos, nos enxergar, conhecer a nossa essência, e qual a marca que desejamos deixar no mundo, pois, ninguém é capaz de me conhecer mais do que eu mesma, ninguém é capaz de amar mais do que eu mesma, ninguém é capaz de saber realmente o meu nome, além de mim mesma.
Posso admitir que estive “morta” por um longo tempo, tempo demais…
Me deixei cegar por opiniões que não me agregaram nada de bom, e só fizeram com que eu me guardasse para mim, quietinha no canto da sala assistindo a grande novela que minha vida se tornou, eu era uma boa atriz… atriz não, talvez uma boa fantoche nas mãos de quem queria me moldar, isso sim.
Esqueci meus desejos, guardei para mim todas as palavras atravessadas na garganta para não ofender ninguém e sobretudo por medo de me rebelar, alisei meu cabelo na inocência esperança de ser aceita e ter paz, quando quem deveria me aceitar era somente EU, mudei o meu jeito de ser para agradar os outros, ilusão, nada nunca agrada o suficiente… é eu fui uma boa fantoche…
até que o meu eu escondido cansou quando eu vi a possibilidade de cortar as linhas que me prendiam e me faziam de um objeto inanimado, eu podia seguir sozinha. Então, gritei bem alto. Foi um caminho sem volta (ainda bem), porém, também foi difícil.
Liberdade pode ser sinônimo de euforia, mas no meu caso foi sinônimo de medo e insegurança, mesmo que eu estivesse sozinha e sem ninguém para me guiar, como eu sempre desejei interiormente. O problema passou a ser justamente esse, sem um rumo definido, me vi confusa andando em círculos na estrada da minha vida, foram vários rodopios até acertar na direção que eu queria seguir e aprender a andar sozinha.
Durante o percurso, a desconstrução e o autoconhecimento são processos contínuos, dia após dia há uma batalha travada comigo mesma para não perder a minha voz e a minha essência. O caminho é longo e desafiador, porém, cada obstáculo me serve como fortalecimento.
Hoje, luto com muito mais coragem do que ontem e amanhã, lutarei com mais coragem do que hoje.
A convicção que eu tenho é que irei continuar lutando, me desconstruindo, me conhecendo e me amando, pois, nunca mais quero ficar tão longe de mim a ponto de esquece quem sou, esquecer o meu nome e me perder de mim.
Agora é a sua vez: Qual é o seu nome? Que marca você quer deixar no mundo?
Levante a cabeça, olhe para o céu, respire e encontre a sua voz, lembre quem você é, lute todos os dias para que nunca esqueça.
Se permita viver por você.
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