Never Really Over.

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Capítulo 11

Never Really Over.

1977, setembro 08 / 19:25 pm

- Ok, qual sua comida favorita?

- Panquecas, eu amo panquecas. E a sua?

- Eu gosto de Robata. Com certeza é o meu favorito!

- O que seria isso? Desculpe eu nunca ouvi falar Thae.

- Robata são carnes, peixes e legumes cravados em um espeto e grelhados no forno. Fica uma delícia.

- Jura? Porquê não me pareceu nada atrativo.

- Não seja injusta, você nunca provou ... quando a gente sair daqui eu faço pra você, tenho uma receita especial!

As vozes das duas garotas eram ecoadas por todo o recinto, estavam em um dos laboratórios do 5° andar aproveitando para descansar um pouco antes de voltarem a caminhar. Ainda teriam em reserva bastante água e pães secos que as manteriam vivas por bons dias, de todos os andares pelos quais passaram aquele era o mais tranquilo! Silencioso e sem o presente cheiro de carne podre por alguns vagos minutos era até possível esquecer de tudo o que estaria acontecendo ali, dos monstros que a qualquer minuto poderiam acha-las e mata-las, de amigos e familiares que poderiam estar em perigo agora, do mundo lá fora que poderia estar sabendo de tudo ou não.

- O que acha de a gente descansar um pouco antes de continuar?! – indagou Thaeme na esperança de Eli concordar já que a mestiça estaria exausta a uma hora dessas.

- Uma boa ideia, não estou com tanta pressa. – Elizabeth deu de ombros. O laboratório onde estavam era diferente dos andares abaixo, era cinzento e melancólico, tinha uma mesa de centro que agora estaria toda quebrada ao chão, uma cadeira caída a poucos metros, luzes falhas que piscavam mais do que permaneciam acessas, porem ao canto teria uma cama de solteiro intacta! Um cobertor dobrado acima com apenas alguns resquícios de madeira provavelmente pertencente a mesa quebrada.

Thae se direcionou ao local e limpou toda a extensão com as mãos, colocou o cobertor na parte de cima do colchão e se sentou no mesmo com as costas na parede. Elizabeth estava a trancar a porta, como garantia pegou a cadeira e posicionou sob o trinco para que não abrisse caso alguém (algo) usasse de força.

- Eu acho que não tem monstros neste andar, fica calma! – a voz de Thae saiu um tanto nasalada após tentar esconder sua risada.

- Não enche! Não confio em portas além do mais não quero ser devorada enquanto durmo.

- Está certa! – ela balançou sua cabeça com um sorriso ladeado no rosto, deixou seu corpo escorregar pelo objeto espumoso. – O que pretende fazer quando sair daqui?

- Eu não faço ideia, planejei só ate escapar... depois disto é uma incógnita para mim, e você? – Elizabeth a encarou com um mero sorriso em lábios.

- Rever minha família talvez, isto é, se ainda estiverem vivos.

- Eu achei que você fosse sozinha. Ahn é obvio que estão vivos, e devem estar preocupados, com saudades...

- Nah. – A morena arregaçou as mangas da blusa cinza apoiando seus braços e suas mãos atrás da nuca, seus olhos estavam fixos ao teto. – Eu os abandonei a muito tempo, duvido que se lembrem de mim ou tenha algum tipo de importância.

- Talvez ainda tenha, sua mãe com certeza se preocupa. Elas nunca esquecem seus filhos.

- Minha mãe morreu meses antes de eu ir para a guerra, só restou meus irmãos e um padrasto filho da puta.

Montauk: The first Experience.Onde histórias criam vida. Descubra agora