Romance

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Que eu enfrente quem tiver que enfrentar..

– Haera? - a garota estava deitada com a barriga direcionada para o chão, sua mão direita se encontrava ao lado de seu rosto e sua mão esquerda estava sendo comprimida pelo seu corpo. Eu toquei em sua testa levemente e me arrepiei pela pele frígida, Haera não estava bêbada, ela nunca bebia. Direcionei meu braço para seu nariz, não sentia um ar quente se quer, chequei de inúmeras formas possíveis, queria me fazer acreditar que meus pensamentos naquele momento estavam errados, inevitável, a mulher em minha frente já não estava mais viva.

– Haera, minha Haera.. - balbuciei em um tom quase inaudível, as sensações dentro do meu corpo e mente entravam em guerra, confusão, tristeza, ódio, difícil era saber o que eu estava sentindo. Minha vista ficou embaçada, as lágrimas iam se formando lentamente e escorriam pelo meu rosto, criando uma mancha no vestido que cobria parte das minhas coxas. O eflúvio do seu perfume adocicado ainda era notável no ar.

– Eu já não disse para não tomar banho de perfume? - em meio a soluços eu chorava, segurava sua mão direita enquanto massageava sua palma, levei sua mão em direção aos meus lábios e deixei um pequeno ósculo na mesma - Você deveria ter ficado em casa, eu deveria ter impedido você de vir até aqui - Já estava em um ponto onde as batidas do meu coração eram tão aceleradas que não conseguia mais as sentir, se é que isso era possível.

– E-eu preciso ligar p-para a polícia. - com as mãos tremendo e desnorteada eu procurava o celular na pequena bolsa que levava em meu ombro. Escrevo os dígitos e em fração de segundos apago. - respiro fundo, uma, duas vezes - Hae, você gostaria que eu descobrisse isso por você não é? Você iria querer que eu fizesse a pessoa pagar por isso, sim? - entro na lista de contatos do smartphone a procura do número de Jinyoung, ao encontrar, mais um vez respiro fundo para decidir se realmente queria fazer aquilo. A vida é como um romance, cheio de suspense, você não faz idéia do que vai acontecer até virar a página.. Quem iria imaginar ser convidado para uma festa e encontrar sua irmã morta? E cá estou, do lado de um cadáver, refletindo sobre isso. - Choi Haera, você se importaria se eu vivesse sua vida durante algum tempo? - suspirei e fechei os olhos por alguns segundos, ao abrí-los rapidamente cliquei em ligar no celular sobre meu colo, com a respiração descompassada, esperava ansiosa e nervosa, até finalmente ouvir sua voz calma e suave.

– Sooji-ah, você disse que me ligaria quando chegasse do trabalho - soou manhoso.

– Jinyoung, você precisa vir até aqui, agora. - ditei séria, aguardando sua resposta.

– Você parece séria, está bem? Onde você está? Eu estou indo. - ouvia através do celular seus passos descontrolados.

– E-eu não sei onde estou, é perto da casa de Nayeon, um beco escuro, não tem muitos comércios por aqui, apenas venha rápido. - ficava cada vez mais nervosa, era como se meu cérebro estivesse captando e entendendo aos poucos a situação.

– não se preocupe, eu vou até você - a ligação foi finalizada

Levantei-me e passei as mãos pelo meu corpo retirando alguns vestígios de sujeira que alí estavam, olhei novamente para o corpo de Haera e sussurrei para mim mesma

– Eu amo você, e é o motivo de eu estar fazendo isso. - Dito isso, me encostei na parede do local a espera de Jinyoung.

Eu não sei quanto tempo se passou, parecia ser uma eternidade estar ao lado de minha irmã que já não respirava e pensar em quem poderia ter feito isso à ela, após uns 20 a 30 minutos, Jinyoung estava alí.

Eu não conseguia dizer nada, eu apenas corri até o garoto que vinha em minha direção e o abracei, Jinyoung estava quente, sentir seu corpo aquecido junto ao meu era a coisa mais reconfortante naquela situação toda, eu conseguia ouvir e sentir sua respiração acelerada, o que denunciava que ele estava correndo a minha procura, os batimentos do seu coração se misturavam com os meus, senti seus braços acolherem minha cintura e sua mão esquerda subiu pelas minhas costas, chegando em meus cabelos e alí parando, acariciando o local.

The Disguise | Hwang HyunjinOnde histórias criam vida. Descubra agora