47-Irmãos

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Pov's Seeylfe

Eu e Soluço andávamos pela floresta. Ele desenhava em seu caderno e eu estava perdida em pensamentos.

Eu estava realmente confusa. Soluço podia ser meu irmão? O líder de Berk podia ser meu pai? Eu podia ter a chance de ter uma família?

Eu nunca tive nada, toda a vez que eu fazia algo, Bolor me castigava. Tudo o que eu sei hoje, eu me esforcei para aprender sozinha, nunca tive nenhuma companhia até ir para Hogwarts. Eu não sabia o que era ter uma família, não sabia como era ter um irmão, não sabia como era ter um pai...

Ergui meu olhar vendo Soluço riscar o caderno e o fechar com raiva.

- Eu hein, menino? Que estresse todo é esse? - perguntei.

- Os deuses me odeiam! - esbravejou - Tem gente que perde a varinha, perde o escudo, mas eu não, eu consigo perder UM DRAGÃO INTEIRO!

Ele bateu num galho que foi e voltou batendo em seu rosto.

- AI! - falou me fazendo rir.

Cerrei meus risos quando vi que o galho que o acertou, era de uma árvore destruída e derrubada, tinha vários galhos dela no chão.

Nos entreolhamos e começamos a seguir os rastros da árvore destruída. Tinha um traço enorme de terra que provavelmente foi causado pelos os dragões na hora da queda. Decidimos segui-lo.

Seguíamos os rastros olhando ao redor espantados. Apoiei as mãos no chão me erguendo para ver o que tinha através do pequeno monte de terra e avistei dois vultos pretos me fazendo esconder rapidamente junto de Soluço.

Meu coração quase parou. Será que eles estavam inconscientes?

Nos erguemos novamente. Sim, eram os Fúrias da Noite.

Vi pelo o canto do olho, Soluço pegar a adaga com as mãos trêmulas. Eu não o julgava, eu também estava nos nervos.

Atravessamos o pequeno monte e nos escondemos atrás da pedra enorme. Engoli o seco encarando Soluço que assentiu.

Demos pequenos passos saindo do nosso esconderijo para ver melhor os dragões. Dava para se perceber que era um macho e uma fêmea. O macho estava preso com as cordas de Soluço e a fêmea estava inconsciente com parte da cauda congelada. Ops.

- Olha só, eu consegui. - confessou Soluço. - Ah! Eu consegui! Isso vai limpar minha barra! - exclamou. - É! Eu derrubei essa fera poderosa! - falou orgulhoso colocando o pé em cima do dragão que se contorceu.

Arregalei os olhos assustada dando passos pra trás abraçando Soluço que me abraçou de volta. Me afastei constrangida e com raiva por estar bancando a medrosa.

O dragão abriu os olhos revelando suas orbes verdes. Soluço apontou a adaga para ele se tremendo todinho.

Percebendo que ele queria fazer aquilo sozinho, me afastei dele me aproximando da fêmea que permanecia desmaiada.

Respirei fundo criando um espinho de gelo na minha mão.

- Agora vou te matar dragão. - suspirei. - E depois, eu vou tirar seu coração e levar para provar que sou uma viking. - confessei. - Eu sou uma viking, eu sou uma viking! - sussurrei pra mim mesma.

Estendi o espinho acima da minha cabeça fechando os olhos. Os abri novamente observando a fêmea que parecia fraca, indefesa, desprotegida.

O espinho derreteu em minha mão virando uma pequena poça. Isso acontecia quando eu estava nervosa.

Andei pra trás confusa.

O que eu estou fazendo?

Mordi o lábio inferior abaixando o olhar.

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