54-Caudas e...baile?

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Pov's Seeylfe

Quando eu e Soluço saímos da floresta, já era de noite. Avistamos uma fogueira no jardim da escola, com vários alunos ao redor, incluindo nossos amigos. Bocão gesticulava animado, enquanto contava um tipo de história.

Eu e meu irmão nos sentamos na grama, vendo que muitos prestavam atenção nas palavras de Bocão.

- Ele não só arrancou a minha mão como ele a engoliu inteira – contava - Eu vi a expressão dele, eu era uma delícia. Ele espalhou por aí porque em menos de um mês outro deles comeu a minha perna.

O grupo se admirou, exceto Soluço e eu, pois estávamos alheios das coisas ao redor naquele momento.

Todos continuaram conversando, até que ouvir Melequento dizer:

- É sério, eu tô muito revoltado! Eu vou vingar a sua linda mão e perna, cortando as pernas de todo o dragão que eu enfrentar e com os dentes!

- Não, vocês vão querer as asas e os rabos. Se eles não podem voar, não podem fugir. Um dragão abatido, é um dragão morto - explicou Bocão.

Eu e Soluço nos entreolhamos assustados.

Banguela e Flora poderiam morrer!?

(...)

Eu e Soluço saímos rapidamente da fogueira e fomos direto para a ferraria que ficava bem ao lado da casa que Bocão ficava.

Quando chegamos lá, eu tentava ajudar com o que ele me pedia, mesmo estando meio perdidona.

Eu entendia de luta, cozinha, dragões, mas ferraria? Não! Esse dom era do meu irmão!

- Uau... - falei surpresa com o resultado do trabalho de Soluço.

Ele havia feito dois inventos iguais às caudas que Banguela e Flora haviam perdido. Estava igualzinho, agora só faltava testar para ver se funcionava.

(...)

No morro, no dia seguinte...

- Banguela! Flora! - chamou Soluço enquanto carregava uma cesta de peixes - O café tá servido! - exclamou colocando a cesta no chão.

Coloquei a cesta logo ao lado da outra.

— Tão com fominha? - perguntou ele derrubando as duas cestas, fazendo os peixes se espalharem pelo o chão.

— Eu tô - fiz beicinho.

Meu querido irmãozinho, havia me obrigado à ir bem cedo para o morro antes da gente comer e ir para a aula.

- Depois, Seeylfe - ele revirou os olhos enquanto os dragões vasculhavam os peixes.

- Quem disse que você manda em mim? - perguntei incrédula - Que eu saiba, a mais velha aqui sou eu.

Encaramos Banguela e Flora que rosnaram para os peixes, recuando. Percebi que encaravam uma enguia e então, a peguei, erguendo-a.

Eles gritaram assustados.

- Opa! Calma! - exclamei jogando a enguia pra longe - Eu também não gosto muito de enguia não...

Eles cheiraram os peixes mais uma vez antes de começar a comê-los.

- Bota na Flora, que eu boto no Banguela - meu irmão sussurrou pelo canto da boca.

Assenti, pegando o invento da sua mão.

Na ponta dos pés, andei e fiquei atrás de Flora. Dei uma olhada nela, vendo que ela estava bem distraída com os peixes.

Aproximei o invento da cauda, que se afastou. Olhei para Flora, vendo que ela comia os peixes.

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