𝓣𝔀𝓸

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   – Ah, e Nayoung... – ele me olha sério e eu imediatamente fico rígida – ...eu ainda quero aquele desenho de mim que você prometeu. – Ele sorri e segue seu caminho até o balcão.

⠀Há um tempo atrás quando ele descobriu que eu sabia desenhar, pediu um desenho de seu rosto. Eu disse que iria fazê-lo algum dia, mas na verdade, sempre que desenho algum garoto, penso nele. O rosto não costuma aparecer, mas eu sempre os imagino como o Lee.

⠀– Mal sabe ele que você tem um monte de desenhos dele – Minkyung sussurra pra mim e ri sozinha. Não por muito tempo já que eu piso eu seu pé e ela solta um gemido de dor, que faz Minho nos olhar curioso. Eu sorrio tentando me fazer de sonsa.

⠀O estabelecimento estava vazio, exceto pelos dois irmãos e eu. Normalmente há várias pessoas entrando e saindo, pensei que agora com as férias os clientes só aumentariam. Talvez as pessoas só queiram descansar.

⠀Eu e Minkyung seguimos até uma mesa para esperar Minho, que tinha provavelmente ido terminar alguma coisa dentro da cozinha do café. Haviam algumas mesas retangulares encostadas na parede, com bancos do tipo booth, de madeira clara com a parte almofadada em um tom de marrom escuro, dos dois lados das mesas que eram de madeira igual aos bancos. Eu me sentei de um lado e Minkyung se sentou de frente para mim.

⠀– Você sabia não é? – Pergunto a garota sentada a minha frente.

⠀– Eu não sei do que você está falando. – Ela diz voltando sua atenção para o celular que segurava com uma das mãos.

⠀– Ei! – Coloco a mão na frente da tela, impedindo-a de olha-lo – Você sabia que ele estava aqui, e sequer me avisou! – sussurro para que garoto na cozinha não ouvisse.

⠀Ela deixa escapar um sorriso e logo sussurra para mim:

⠀– Você finalmente tem dezoito e ele dezenove, agora tá tudo certo em vocês namorarem e eu quero os créditos desse relacionamento, então... – Ela estende a mão aberta com uma cara séria – ...prazer sou sua Personal Cupid.

⠀Eu levanto a mão ameaçando dar um tapa em Minkyung por ter uma idéia tão tosca assim mas Minho aparece alegre com três cafés, e eu sorrio disfarçando minha mão levantada com uma falsa coceira atrás da orelha.

⠀Ele se inclina para nos dar os cafés e acaba por ficar perto de mim. Bem perto. Se não fosse pela música tocada na loja, ele provavelmente conseguiria escutar meu coração batendo na velocidade da luz. Eu passei dois anos tentando esquecê-lo e ele conseguiu trazer todos esses sentimentos de volta em menos cinco minutos sem esforço algum.

⠀– Um latte. – o mais velho de nós diz ao dar o café a irmã – Um café gelado para você... – é a minha vez de receber a xicara – ...e um para mim.

⠀Eu acho que essa sempre foi uma das coisas que mais me fazia sentir 'conectada' com o Lee. Nosso gosto para café era o mesmo. Em estações mais quentes como a primavera e o verão, nós preferíamos café gelado, e no frio, como no outono e no inverno, era o mocha. Eu me sentia mais próxima dele, de algum modo.

⠀ Sorri ao perceber que ele ainda se lembra do que eu gosto, e logo me repreendo mentalmente por não querer me apaixonar novamente. Não por Lee Minho. Ele já não é mais um adolescente. Pode começar a namorar uma garota melhor que eu a qualquer momento. E eu não quero pagar pra ver o quanto isso pode me machucar.

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