VINTE E SETE

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Preparados pro cap de hoje? Espero que sim!
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Boa leitura xuxus

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Livia Mitchell

Finalmente eu estava no avião voltando para casa, a paisagem do céu vista pela janela me dava uma sensação enorme de paz. Quando acordei no dia anterior, a ressaca me dominou, eu não lembrava de nada, até que eu peguei o meu celular e vi a última ligação: David. Merda.

Liguei para ele de madrugada, e ainda assim ficamos em chamada por quase uma hora inteira. Eu não me lembrava muito da conversa, mas tenho a estranha sensação de que foi bem embaraçosa. Perguntei a minha mãe se ela ouviu alguma coisa, mas ela estava mais bêbada do que eu. Essa é a minha incrível mãe.

Natie prometeu ir nos buscar no aeroporto, e eu queria que David também estivesse lá. Sem pensar nas coisas ruins que aconteceram, só queria vê-lo assim que chegasse. Queria olhar em seus olhos e ver seu sorriso. Queria matar a saudade de seu beijo, sentir suas mãos em mim, me envolver em seus braços, e os problemas nós resolveríamos depois.

A viagem seria um pouco longa, para passar o tempo resolvi ler um dos livros que levei. Minha mãe estava do meu lado e escrevia sobre a viagem, parte de seu trabalho era também fazer o relatório da expedição. A cada cinco segundos ela olhava pra mim como se quisesse falar algo mas estivesse buscando coragem.

- Pode falar, dona Susan. - Peguei ela de surpresa enquanto me olhava.

- O que? Ah não... é que eu estava lembrando da viagem... lembrei daquela conversa que tivemos na varanda... - Merda. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde ela me perguntaria sobre, mas ainda assim, gelei.

- Sim, eu lembro também. Você quer perguntar algo? - Sorri para ela percebendo que estava sem jeito.

- N-Não...

- Está bem. - Me voltei para meu livro, ela ainda me olhava. Depois de quase dois minutos de silêncio total, ela voltou a falar.

- Você... está interessada por alguém "incomum"? - Ela fez aspas com as mãos.

- Mãe... Olha, eu te amo, e eu estou bem, não precisa se preocupar.

- Tá certo, filha... tem certeza que não tem nada que você queira me dizer?

- Eu tenho certeza de que não tenho nada pra te dizer agora. - Realmente não tinha. Não sabia o que seria de mim e David, mas por enquanto, estávamos resumidos a nada. - Mas assim que eu tiver você vai saber. - Sorri para ela.

- Certo, eu aceito isso. Mas se lembre de que conversar pode ajudar a resolver os problemas e aliviar as tristezas. - Sermões sobre bem-estar mental eram típicos da minha mãe. Ela sempre foi mais pacífica, sempre foi mais de conversar e resolver.

Acabei cochilando e fui acordada pela minha mãe quando enfim pousamos. Nos preparamos para descer e meu coração acelerou ao pensar que David poderia estar lá. Descemos do avião e a cada passo no corredor meu coração acelerava mais e mais. Como em uma cena de filme tudo começou a passar em câmera lenta.

As centenas de rostos à minha frente olhavam para as centenas de rostos ao meu redor. Cada par de olhos procurava a sua pessoa. Eu procurava por David. Meu coração se encheu de amor quando vi o rosto de Natalie se abrir em um sorriso pra mim. Ela dava pulos e vinha correndo em minha direção. De repente ela parou e se virou para trás puxando alguém.

Ela voltou a correr em minha direção, mas agora em sua mão direita estava Bryan e em sua mão esquerda, David. Foi demais pro meu coração e eu não segurei uma lágrima. David me olhava intensamente e eu retribuía. Natalie se aproximava cada vez mais até que pulou em mim. Eu a abracei forte, deixando toda a saudade que eu sentia passar.

Não se apaixone por mimOnde histórias criam vida. Descubra agora