Capítulo 36 - Uma Máscara do Bom e do Mau

35 4 9
                                    

Um rugido alto me faz acordar bufando, procuro a minha espada na cintura às pressas, pois, havia uma criatura aqui perto. Porém, noto estar em um ambiente estranho, o lugar que estava era claro, havia pessoas ao redor de mim, onde? – Edward... – minha atenção é chamada por.

Meus olhos arregalam, era ele! – Simek! – o homem estava sentado ao meu lado, e com altura na voz. – Tem algo lá fora! – aponto na direção que ouvi o rugido.

— Saiam todos daqui, agora! – seu grito irritado ecoa pelo lugar grande, as duas pessoas de branco que estavam guardando algo em um baú saem às pressas como se um monstro estivesse para ser liberto, ele por sua vez se levanta e tranca a porta de madeira escura deste lugar.

Além de alto, era muito espaçoso na largura e comprimento, era todo feito em pedra lisa com ornamentos belos por todo canto, acima de mim, lustres iluminam tudo e pelo que vejo, está de noite já que a luz não se encontra pelas janelas nas alturas, parecia estar em uma sala de comunhão. Volto a mim mesmo, estava deitado sob um tipo de altar acolchoado, em vermelho, sobre mim, uma coberta macia cobria o meu quadril para baixo, e ao conferir, estava vestido. – Calam Ed, é só uma montaria de um amigo meu, está tudo bem... Pelos deuses... – o homem se projeta em minha direção e me abraça.

— Quem diria que nos veríamos assim ein Simek? – retribuo o gesto com vontade, meu amigo estava fedendo, estava aqui comigo a muito tempo.

— O que houve com você? Porque estava lá? – minhas memórias voltam aos poucos, pelo que enxergo nelas.

— Havia um ataque, Simek... eram seus homens contra uns filhos da puta, eles acharam a minha casa antes e me atacaram, eu matei eles... – meus dentes cerram enquanto nos separamos.

— Ahh... achei que estava vindo me visitar. – ele pondera com um movimento sutil nos ombros.

— Sabe muito bem que odeio cidades, não me leve a mal, mas, eu nunca viria até aqui. – retorno-me a deitar mais uma vez, o travesseiro macio conforta a minha nuca. – Por... por quanto tempo estive aqui?

— Quatro dias, assim que chegou... eu trouxe os melhores, o veneno em seu sangue demorou para perder o efeito e... – buscando algo ao pé do altar, meu amigo me traz uma jarra de barro e um copo. – Disseram que teria sede...

E acertaram, ignoro o copo dele e bebo direto do pote com vontade, minha garganta ardia de tão seca que estava a pouco, era uma sensação agonizante por isso, o alivio veio intenso. – Haaah... obrigado. – devolvo aqui para ele com menos da metade faltando.

— Descanse cara... está sem comer, e-eu vou mandar trazer algo em breve para você. – ao se levantar, meu amigo mal se preocupa em arrumar o traje abarrotado, como é de seu costume, vai direto para a porta, mas, seguro seu pulso como uma cobra pegando um rato. – E-

— Simek... eu te agradeço por tudo...

— Você salvou um batalhão inteiro, salvou meu cunhado de uma emboscada, é o mínimo.

— Não foi nada... – solto-o. – Porém... eu tenho que ir logo, você sabe...

— Fique tranquilo, não deixei ninguém te ver aqui, apenas os médicos e alguns poucos ajudantes, como viu antes. – ele aponta para a porta e suspira. – Nenhum deles vai falar nada, aqueles que sabem de sua estadia aqui não vão espalhar para ninguém, fiz questão de fingir que éramos inimigos para eles, acham que o faço prisioneiro aqui.

— E faz?

— Não á grilhão algum em você. – ele abaixa a cabeça de lado como se quisesse conferir os dois lados do altar. – Que isso Ed... – seu tom fica irritadiço. – Eu nunca te prenderia, você sabe.

Crônicas de Althurain - O Caçador e a RaposaOnde histórias criam vida. Descubra agora