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Eu estava guardando minhas coisas depois de uma das aulas mais chatas da semana, a professora era uma mulher que veio do Cabo Verde

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Eu estava guardando minhas coisas depois de uma das aulas mais chatas da semana, a professora era uma mulher que veio do Cabo Verde. Eu aprendia mais palavras em francês com ela do que aprenderia em um cursinho.
Preferia mil vezes aprender com a mão na massa do quê com a parte teórica.

Guardei meu caderno que estava na bancada e peguei a bolsa que guardava minha câmera e me dirigi para a parte esportiva da faculdade.

Havia uma piscina olímpica que era coberta, um campo de futebol e um de futebol americano. Eu jogava futebol, foi assim que consegui minha bolsa aqui.

Era como um hobby que deu muito certo.

Eu nem queria ser jogador, minha paixão sempre esteve e sempre estará na fotografia, mas se jogar futebol garantiria parte da minha chance de permanecer no meu curso, eu faria sorrindo. Fora os benefícios para a saúde que competir e se exercitar trazem.

Coloquei minhas coisas no armário do vestiário que estava lotado pelo time, vesti meu uniforme, eu era o camisa 7, atuava como atacante. Vi Marcos aparecer ao meu lado guardando algo em seu armário.

Eu conheci Marcos logo que cheguei na faculdade, ele foi o meu parceiro de trote, ele fazia engenharia civil e queria abrir o próprio escritório para construir prédios sustentáveis. Era um cara maneiro, que me acolheu e me tratou como um irmão.

- Hey, querido. Senti sua falta bebê.- Marcos passou a mão no meu rosto entrando na brincadeira que todos insistiam que nós tínhamos um caso. Claro, nós dois não tínhamos problemas com isso, mas era bizarro pensar em ter um caso romântico com um cara que é quase meu irmão.

- Você está ficando muito ciumento ultimamente.- Os rapazes que estavam perto de nós riram e meu amigo começou a prender os cabelos longos e cacheados que ele tinha.

- Como está no café?- Ele  disse mais baixo. Marcos tinha visto um anúncio em um site da vaga de atendente no McDavish's e me mandou no mesmo instante. Graças a ele eu não estou morando em um abrigo, ou pior ainda, tendo que pedir ajuda a Genevieve.

- Muito bem, é o trabalho perfeito. Eles me deixam entrar depois do almoço quando eu tenho treino e eu pago no sábado quando eles só abrem meio turno, eu ganho bem o suficiente para não ir parar na rua outra vez, tomo vários cafés, vi até gente famosa.- Alguns rapazes nos cumprimentaram passando por nós em direção a saída.

- Quem você conheceu?- Marcos se sentou no banco calçando as chuteiras.

- Aurora Mendes e Lorena Dallas. - Ele ergueu as sobrancelhas e eu também em sentei calçando os meiões.-A tal de Aurora vai sempre, mas eu só vi a outra ontem.- Escondi o fato de ter levado Aurora até o prédio dela. Marcos era um pouquinho emocionado, provavelmente não sossegaria até que eu descrevesse minuciosamente até às nuances do perfume das duas.

Mas foi impossível não me lembrar minimamente dele.

Flashback on

Terminei de pegar minha mochila no pequeno compartimento com meu nome na frente indo em direção a entrada. Aurora estava de pé, abraçando o próprio corpo enquanto parecia estar alheia a todo monólogo de June, filha do dono.

A u r o r aOnde histórias criam vida. Descubra agora