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Marina 💫

Mari: Lívia e Enzo, eu não vou mandar novamente. Se eu olhar e ainda ver vocês aqui, já sabem onde a sandália vai parar né? - Gritei.

Enzo: No meu bumbum? - Falou se levantando.

Mari: Isso mesmo, Lorenzo.- Coloquei as mãos na cintura.

Eles saíram correndo e Souza me olhou, mudando o canal.

Souza: Mari, eu sei que você tá estressada, mas não desconta os bagulhos neles, são crianças e ainda não entendem e nem tem culpa de nada.

Mari: Matheus, caralho.- Gritei e ele respirou fundo.- não abre a boca pra falar comigo.

Souza: Mariana, senta aqui! - Respirei fundo.- Tô pedindo.

Cruzei os braços e ele se levantou, puxando minha mão calmamente e eu sentei no sofá, suspirando.

Souza: Eu tô aqui contigo, eu te garanto que a gente vai conseguir passar por cima disso tudo. Mas eu preciso que você cuide das crianças e de si mesmo, enquanto eu cuido das paradas lá fora.

Mari: Não fala como se fosse fácil, porra. Estamos sendo ameaçados e praticamente não podemos fazer nada pra mudar.- Falei sentindo meu olho arder.

Souza: A gente vira o mundo de cabeça pra baixo quando nós quer proteger quem a gente ama...- Passou a mão na minha bochecha.- Eu só preciso de você calma, entendeu?

Mari: Eu tô tentando, me desculpa...- Falei colocando a mão no rosto.

Souza: Não tem pressa, tu é foda, tu consegue tudo o que quer.- Me deu um selinho.- Tá querendo alguma coisa pra acalmar o cu?

Neguei com a cabeça e ele me abraçou de lado, me fazendo desabar no choro.

Eu odiava pagar de chorona e vulnerável, mas caralho, quando se tratava da minha família, eu era a pessoa mais forte/fraca do mundo e isso tudo, junto.

Mari: Hospital...- Falei baixinho e sentir minha barriga doer.- Hospital, Matheus...

Souza: Isso é a bolsa? - Levantou, me soltando e pegou o celular, passando a mão na blusa que tava molhando.- Hoje é dia 10, hoje tu completa 9 meses.

Mari: Tá doendo, caralho...- Suspirei, sentindo aquela dor insuportável.

Não sei o porquê que eu inventei de ter filho.

Matheus já era treinado pra isso, correu pra cozinha com o celular na orelha e voltou com um pano, um com água gelada e outro com água quente.

Não sei aonde ele tinha arrumado água quente, apenas coloquei aonde mais doía e ele subiu correndo, falando no telefone.

Voltou com a bolsa e duas crianças atrás, a porta abriu e o Gb entrou me olhando e rindo.

Mandei dedo e continuei fazendo o exercício da respiração. Meus filhos ficaram animados em saber sobre a chegada do irmão e eu fui sendo carregar pelo Souza, até o carro.

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A fiel 2Onde histórias criam vida. Descubra agora