— Preparado? — Jungkook já tinha estacionado o carro no meio fio. Ele olhou para a casa dos pais, antes de dar meia volta e abrir a porta para o então esposo.
O arquiteto fez questão de bancar o cavalheiro. Ele tinha certeza que os pais bisbilhotariam pela janela.
— Já nasci preparado, meu bem. — debochou o loiro, aceitando a mão que foi estendida para o ajudar a sair. Jimin aproveitou a deixa para pinçar o braço alheio. — O quê? Precisamos parecer íntimos. — chiou quando viu o outro ficar tenso.
Jungkook não disse nada. Ele ajeitou os ombros e caminhou pelo caminho de pedra.
Seus passos eram lentos, desajeitados. Ele pigarriou, colocando a mão na boca para falar disfarçadamente:
— Certo, mas esse é o limite. — sussurrou.
Não estava sendo paranóico. Todo cuidado era pouco. Seu pai tinha diploma em libras, consequentemente também era excelente em leitura labial. Sabia muito bem disso pois costumavam adivinhar o que os técnicos de futebol falavam para os jogadores quando o microfone não estava por perto.
— Limite? Como se eu fosse te beijar. Até parece... — Jimin bufou, imitando o gesto alheio ao falar com a mão em frente a boca. — Você se acha muito irresistível, não é, Jungkook?
— Não. Apenas estou alertando para não ter nenhuma troca de afeto em público. — concluiu.
— Hum... Então quando estivermos em casa, pode? — provocou, cutucando as costelas do mais velho.
— Só se comporte... benzinho. — advertiu, tomando alguns segundos para tocar a campainha na sequência. — É agora.
Na verdade não tinha como prever o que lhes aguardavam do lado de dentro, mas Jimin sabiamente repassou tudo, desde como se conheceram, até chegarem ali, em Dobb's Mill.
Só que na versão inventada, claro.
O loiro também arranjou um anel semelhante ao que usava e colocou no dedo do arquiteto. Bijuterias ele tinha aos montes, embora Jungkook não precisasse saber que aquelas eram alianças reais, que um dia ele já foi noivo de um idiota que o largou no altar.
Mero detalhe.
A porta abriu, mas eles não avançaram, até Yuna abrir os braços em gesto afetuoso.
— Oh, querido! Estou tão feliz! — ela abraçou Jungkook e respectivamente o esposo de seu filho. — Você se casou com um lindo príncipe!
— Também me sinto feliz, mamãe. — Jungkook conseguiu dizer sem parecer tão mentiroso, mas assim que Seokjin se aproximou confiante, com as mãos no bolso, pensou que não conseguiria levar aquilo adiante. — Como vai, papai? — cumprimentou, esperando um sermão como resposta.
Todavia, foi surpreendido com um largo sorriso, acompanhado de um abraço de urso.
Jin quase o levantou do chão.
— Oi, filho!
Jungkook se sentiu um pouco estranho. Seu pai nunca foi de abraçar ou demostrar esse tipo de carinho, mas isso o fez relaxar um pouco e acabou dando tímidas tapinhas nas costas do mais velho.
— Oh, meus meninos! — a mulher choramingou, abraçando-os também. — Venha, Jimin, venha! — chamou, fazendo o loiro se juntar ao abraço grupal.
Foi uma cena tocante.
[...]
O quintal da casa dos pais de Jungkook era cercado por madeiras baixas e brancas. Existiam diferentes tipos de flores no jardim, uma perfeita vista da varanda grande com cadeiras e banco de balanço.
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Marido De Mentirinha
FanfictionQuando Kim Taehyung diz não ao pedido de casamento do arquiteto Jeon Jungkook, a casa dos sonhos acaba se transformando em nada mais que um monumento vazio de sua rejeição. Isto é, até Jungkook encontrar ocasionalmente com Park Jimin, um mentiroso c...