CAPÍTULO 03

39 2 8
                                    

A GARRAFA DE VINHO

Finalmente chegamos em Melbourne, dentro do horário previsto, o voo foi bem tranquilo, como o esperado, ficamos conversando e nem vimos a hora passar. Ninguém quis comentar sobre a mensagem do Liam, irônica ou não, achamos melhor não tocar no assunto, por conta da Bela, e também porque não estávamos entendendo suas atuais atitudes, principalmente depois do flagrante, ele tinha mudado bastante esses últimos tempos. Seguimos de carro para a casa do Josh, localizada em Portsea, uma cidade no Sudoeste de Melbourne. Portesea é uma cidade mais ocidental da Península Mornington, sendo inclusive ao lado da cidade de Sorrento em Victoria. Aumentamos o som no último volume ao som da Playlist favorita do Josh que só continha Hocker Dad, uma banda surt rock australiana, conheci a banda há pouco tempo, mas o suficiente para passar o dia todo ouvindo toda sua discografia no Spotify. Era animada, pra cima e empolgante, retratava bem esse nosso momento no carro, cantamos feito um coral. O Josh corria tanto, que eu só conseguia sentir o vento soprando no meu rosto e embolando meu cabelo, naquele segundo me sentia livre, feliz e realizada. Meus amigos eram os melhores do mundo.

Chegamos á casa de Josh, a rua era muito tranquila e o horizonte espetacular, fiquei imaginando essa vista pela manhã. Ao lado da casa do Josh, tinham mais duas casas vizinhas na rua, ambas com as luzes acessas, parece que todo mundo estava animado para os próximos dias que viriam em Portsea, um lugar com paisagens paradisíacas. A Intenção seria aproveitar o máximo possível.

Uma enorme casa que chamava atenção por conta sua fachada amarela e suas janelas brancas. Conseguíamos ouvir o som das ondas quebrando a pouca distância de nós, só isso quase me fez pular de felicidade, mar, sol, descanso, pensei. Josh estacionou na vaga em frente sua casa, havia um carro preto estacionado ao lado e também um homem alto, robusto e grisalho, esperava por nós, inclusive nos ajudou a descarregar o porta-malas. Josh entrou na frente já apresentando a casa, por incrível que pareça era bem clara, com móveis claros, e tom de azul em grandes cortinas que cobriam as janelas brancas, almofadas espalhadas pelo sofá bege e quadros com as paisagens de oceano, praia e mar, pendurados nas paredes. Tinha uma porta que se dirigia diretamente a área do escritório que ele havia comentado, com uma bela vista para a praia. A casa tinha uma escada grande na entrada da sala espaçosa, indicando que os quartos ficavam no andar de cima, a cozinha era toda branca e menor que a sala, mas tudo bem aconchegante e elegante, a sala de jantar não era diferente com sua longa mesa de madeira clara no centro.

A casa possuí três quartos, eu e as meninas iriamos dividir um quarto com uma cama enorme de casal, uma mesinha de frente para a janela e outra cama menor encostada na outra parede do canto, o quarto era enorme e me chamou atenção suas grandes cortinas azuis, iguais as da sala, que balançavam por conta do vento. Me joguei na cama assim que entrei no quarto deixando minhas bolsas espalhadas pelo chão. Era tão confortável, moraria fácil naquele quarto. Reparei que acima da cabeceira da cama, tinha um quadro enorme com a uma imagem de crianças brincando na areia da praia, enquanto o por do sol refletia na água, lindo quadro. Olhamos pela janela do nosso quarto e vimos o deck de madeira branca, bem espaçoso, com espreguiçadeiras azuis e amarelas, e uma escada também de madeira branca que descia até a areia da praia, que naquele horário estava com pequenos grupos de pessoas há certa distância de nós, deveriam ser convidados da festa vizinha.

Deixei meu notebook em cima da mesinha branca próxima há janela, ali seria um bom lugar pra me inspirar em novas gravações. Depois de nos ajeitar no andar de cima e encontrar os meninos nos esperando na sala, resolvemos descer até a areia. O mesmo homem que havia retirado as bolsas do porta-malas, se despediu do Josh e com apenas aceno para o restante de nós. Provavelmente era algum ajudante da família e já estava de partida.

ENTRE NÓSOnde histórias criam vida. Descubra agora