Capítulo Dois : Está na escuta Byers?

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    Eu entro no meu quarto e tiro o meu All Star preto e o jogo do lado da minha mochila da escola

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Eu entro no meu quarto e tiro o meu All Star preto e o jogo do lado da minha mochila da escola. Eu vou até a minha escrivaninha e pego o meu rádio e coloco no canal do Will. Queria deixar bem claro para o Byers que eu não ia dar nenhuma revista minha pra ele porque ele tinha começado a pedalar antes de eu falar "já".

Eu tiro o meu casaco e me ajeito na cama.

- William Byers! Eu não vou dar nenhum dos meus quadrinhos pra você! Eu não tinha dito "já"! Câmbio. - Eu grito enfurecida e espero resposta...

Nada. Eu só ouço passos, como se alguém estivesse correndo.

- ... Will...? Você esta ai? - Eu pergunto me sentando na cama.

Will não demorava tanto para a atender o walkie-talkie.

- Está na escuta Byers? é a Liz...

Eu escuto a porta do meu quarto abrindo e eu me viro pra ela assustada. Meu irmão mais velho, Harry, de pijama na porta, com suas olheiras profundas, me olhando com sono.

- Liz... Tá tarde... Seja lá pra quem você tá ligando, já deve estar dormindo. Amanhã fala com a pessoa que você tá tentando falar agora. Por favor, eu quero dormir. - Ele diz pausadamente e fecha a porta.

Cansada de tantas tentativas, eu desligo o rádio, bufando.




***



- O último waffle.

Eu e Harry esperávamos o último waffle que ainda estava na torradeira. Ele do nada fica pronto.

- é meu! - Eu e Harry gritamos ao mesmo tempo indo pegar o waffle, mas o meu pai pega antes de nós e da uma mordida.

- é meu. - Ele diz sorrindo, nós búfamos e o telefone toca.

  Minha mãe atende o telefone e fica um bom tempo nele, quando ela desliga, se senta na mesa, ela parecia preucupada.

  - Ta tudo bem mãe? - Harry pergunta me passando o açúcar para eu colocar no meu achocolatado.

  - Sim. Tudo bem. - Ela responde parecendo renovada. Dou uma garfada no meu waffle e levo até a minha boca.




  ***


 
    Eu chego na escola ao mesmo tempo que Mike, Dustin e Lucas, mas o Will não estava lá. Estacionamos nossas bicicletas.

   - Estranho. Não estou vendo ele. - Mike comenta.

  - é oque a mãe dele disse, deve ter ido pra escola mais cedo. - Lucas diz tentando tranquilizar a situação.

  - é, ele é sempre paranóico achando que vai ter um teste surpresa. - Dustin diz.

  - Aproximem-se, senhoras e senhores. - A famíliar voz irritante do Troy diz, e todos nós viramos.

  - Comprem seus ingressos para o show de aberrações! - Ele diz e se aproxima de nós.

   Sempre que vejo a cara do Troy, me da uma vontade imensa de dar um soco nele, mas não arriscava. Da última vez em que empurrei o Troy no segundo ano por ele ter jogado o lanche do Mike no chão, ele bateu no Will na saída da escola. O coitado tinha ficado com o olho direito todo roxo. E ainda tinha jogado o Lucas em uma possa de água depois de bater no Will. Ele ficou todo molhado,e todos que estavam em volta riram, menos eu, Dustin e Mike, que estávamos ajoelhados no chão ajudando o Will com seu olho roxo. Eu lembro de ter começado a chorar e abraçar os dois, dizendo que eu nunca mais ia fazer nada que levasse eles a se magoar ou se machucar.

  - Vamos ver quem são as atrações de hoje: Cara de Sapo, - Da um empurrão em Mike. - Boca de bueiro, - Da um puxão no meu cabelo. - Meia noite, - Empurra Lucas. - ou sem dentes? - Ele termina os apelidos idiotas empurrando Dustin.

   - Eu diria o sem dentes. - O amigo de Troy responde com a língua presa, imitando Dustin.

- Eu já te disse um milhão de vezes! Meus dentes estão crescendo! - Dustin reclama.

  - " Eu te disse um milhão de vezes!" - O amigo de Troy imita Dustin, rindo.

  - Faz aquele lance do braço! Faz aberração! - Troy manda para Dustin e ele tira o casaco. Ele estica os braços e os estrala, Troy e seu amigo fazem uma careta de nojo.

  - Isso nunca deixa de ser nojento! - Troy reclama e ele e seu amigo vão embora, esbarrando em mim e em Mike.

  - Idiotas. - Lucas reclama.

  - Eu ainda acho que isso é legal, Dustin. - Eu digo tentando o animar. - é como se você tivesse super-poderes!- Eu digo animada.

  - é, mas não da pra usar isso pra combater o mal.

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