Eu não queria te amar.

Capítulo 2- Reconhecer seu pai.

Maddie Stevens

-SURPRESA!!

As luzes se acenderem, e vejo meu pai lá em pé, com um sorriso estampado no rosto, com mais várias outras pessoas que nunca vi na minha vidinha de maravilhas.
Tinha muita comida, de chilli até meu bolo preferido, coisas que eu sabia que meu pai não era apto a fazer, até porque do jeito que meu pai era, só comia comida pronta.

-MEU D E U S!
-Nunca critiquei. -Falo, me aproximando da mesa com comida, e pegando um murffin-

Meu pai dá um goto seco, e se aproxima de mim, me abraçando.

-Gostou da surpresa? -Falou baixinho-

-.. -Engulo o murffin que estava na minha boca, retribuindo o abraço-
-Sim!!
-Mas, fala aê, quem é esse povo todo? -dou mais uma mordida no murffin, seja lá quem fez, virou minha pessoa preferida.-

-Minha noiva, e alguns amigos da família.

Começo a tossir engasgada com o murffin, e saio do abraço.
Não é mais minha pessoa preferida.

-NOIVA? -falo, ainda um pouco engasgada, e em um tom alto, fazendo com que os que estivessem por perto, me olhassem-
-Tá bom. Eu sei, que passei um tempo sem vir aqui, mas isso não te dá o direito ficar noivo com alguém, e não me contar. Poxa! -cruzo meus braços-
- Sou sua única filha, e você nem pra avisar.. Sacanagem..

Saio de perto, vou na mesa de comidas e pego todos os murffins.

-Só vou pegar isso aqui, porque.. tá muito bom! Mas eu.. ainda tô brava! -enquanto falo, tento direcionar minha mão para o meu pai, enquanto subo as escadas, a procura do meu quarto, o que foi miseravelmente falho, porque a princesa aqui, tava com as mãos ocupadas, rs-
-I N A C R E D I T A V E L!

Todos ficam sem reação, olhando uns pra cara do outro, sem saber o que fazer. Quando apareço descendo as escadas bem rápido, e pegando minhas malas.

-Não dava pra levar as malas, com a mão ocupada!

Subo a escada novamente, e as pessoas continuam sem graça, quando escutam meus passos mais uma vez descendo as escadas, mas dessa vez, só pela metade.

-Tá bom.. -respiro ofegante, por ter descido e subido a escada várias vezes-
-Qual é o meu quarto?
-Não tem nenhum cartaz dessa vez.. Mas, sabe.. Devia ter um escrito:

"A última a saber das coisas: Maddie"

Faço um movimento com a mão, como se estivesse, mostrando algo no ar.

Ninguém se pronunciou, até que uma garota dos olhos apertados, começou a vir em mim direção.

-Não tem problema, eu mostro pra ela.

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-O quarto não é nada mau.. -digo, sentando na cama, e logo vendo outra cama em frente à minha-
-Outra cama? Mas que p•rra??? -a olho incrédula-

Ela se senta na outra cama, e fica me olhando, parecia mesmo que ela estava  procurando as palavras certas, pra me explicar alguma coisa que eu provavelmente iria surtar, o que parece que tá sendo normal desde que cheguei aqui.

-Vou falar de uma vez. -ela começa a rir. Com certeza de nervoso. Começo a rir também, sem nem ao menos entender o que tava acontecendo-
-Acredita que -ela fala rindo- seu pai, tá noivo da minha mãe.

Eu parei de rir na hora, mas não expressei nenhuma reação, fiquei paralisada.

A garota de olho apertadinho, veio rápido sentar do meu lado, perguntando se eu estava bem, fitando seus olhos em mim

-Eu.. Eu sinto que estou perdendo o que acontece na vida dele. -Falo, com meus olhos cheios de lágrimas- Costumávamos ser tão próximos. E.. é tudo culpa minha, sei que é.

-Não fica assim, você tem agora quatro meses pra reconhecer seu pai, pra se tornarem melhores amigos de novo. Se te faz feliz, desde a semana em que você disse que vinha pra cá, ele não parava de falar de você, e em como achava que você estava, quanto era esforçada em tudo que fazia, ele falava com tanto orgulho, que.. Era lindo de olhar, sentir ele transmitindo todo o amor que ele tem por você. -ela me olha, e me abraça, na tentativa de me acalmar-

Limpo minhas lágrimas, e rio sem graça saindo do abraço, e estendendo minha mão em sua direção.

-Maddie, prazer.
-Qual seu nome garota do olho apertadinho, que inclusive tá sendo minha pessoa favorita desse lugar? -rio pra ela sem mostrar os dentes, na tentativa de que ela perceba que tô tentando recomeçar-

-Garota dos olhos apertadinhos? Esse o apelido que criou pra mim? Esperava mais! -ela ri, em conjunto rio também-
-Meu nome é Zoe Stone.

Passamos várias horas conversando e nos conhecendo melhor, e descobri que quem fez aquela comida toda, foi a minha futura madrasta, que é dona de restaurante, aqui da região, o que fazia todo sentido, porque a única coisa que meu pai sabia fazer era.. NADA!

-Parece que estão se dando bem.. Que bom..
-Zoe, ela é incrível, só é meio.. mimada, as vezes..

Deu nem tempo dele continuar, joguei uma almofada nele, e exclamei

-PAI! Qualé????!

Me levantei da cama, e fui em sua direção

-Me desculpa, pelo escândalo que eu fiz, eu.. eu não queria. Na verdade queria, mas foi um sem querer, querendo. Eu tinha ficado chateada, mas agora eu tô melhor, e tô louca pra conhecer ela, amanhã. -O olho com o maior olhar de cachorrinho abandonado, que você já viu! O que? É meu pai! Não quero que ele fique bravo comigo!-

-Olhar de cachorrinho, não rola não!

Perco todo o encanto, que tava tentando jogar no meu pai, e dou de ombros.

-Qual é pai, você sabe como eu sou! Eu extrapolo as vezes. E você tem que concordar, que qualquer uma extrapolaria com uma descoberta dessa!

-Tá. Mas só se..

Ele finge estar pensativo, e logo exclamo

-Só se nada, seu Stevens! Vai dormir que tá tarde!

Ele começa a rir, e continua no mesmo lugar, começo a empurra-lo para fora do quarto, e ele pede ajuda para Zoe, que não moveu um dedo sequer, só estava rindo da situação.

-Que tal.. VODKA?

-Menina dos olhos apertadinhos..? -Finjo surpresa- Nunca esperava isso de você!

-ZOE! Meu nome é Zoe, mimadinha.

Dou de ombros, e ficamos assim à noite inteira, meu pai já havia ido dormir à algumas horas, ficamos quase até amanhecer, conversando como se nos conhecêssemos a anos, até que capotei, que nem percebi.

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