Ah, como a paixão é linda, como o amor é maravilhoso.
Era impossível ser um cara mais feliz e apaixonado do que eu durante aqueles últimos dias. Minha mente tinha se convencido de que Jimin estava me dando mole sim depois daquela aula precária em cima da vassoura.
E eu não vou nem começar com os trocadilhos.
Mas uma coisa que batia forte na minha cara – e sem segundas intenções – era a realidade. O Torneio Tribuxo já tinha começado, e aquilo significava que a minha morte estava perto. Eu ainda era covarde o bastante para não correr atrás do lufano mais lindo daquela escola. Eu me tremia todinho igual ao Salgueiro Lutador quando ele aparecia pra me dar um "oi" ou perguntar cheio de segundas intenções quando seria a próxima aula de vôo.
A minha mente me pregava peças até demais. Para mim Jimin tinha segundas intenções, e eu também esperava bastante por isso, não nego, mas o outro lado da minha consciência só repetia que o garoto não gostava de mim e que ele só realmente queria as aulas. A insegurança definitivamente é a minha merda.
– E aí, cara, preparado para a aula de poções? – Jamie adentrou o quarto, se jogando na própria cama e interrompendo qualquer pensamento suicida meu que envolveria a minha varinha e minha garganta.
– Eu só quero morrer – Murmurei no travesseiro.
– Ah, qual é? Tá parecendo até um aluno da Lufa-Lufa – Ele riu, colocando os braços atrás da cabeça. Fechei ainda mais a cara, puxando um dos travesseiros e o arremessando logo em cima do meu colega de quarto – Ui, desculpa. Esqueci do texuguinho.
– Dá para parar de falar deles desse jeito? – Ele jogou o travesseiro de volta em mim enquanto ria – Aliás, dá pra parar de falar dele assim?
– Qual é? Virou um lobisomem agora para rosnar? Tá mais para um cachorrinho de madame, se ele chamar você vem – Jamie fazia aquelas dobraduras de papel das quais ele era tão bom – Foi mal, cara, é preconceito de sonserino.
– Eu vou mesmo, na hora que ele chamar – Resmungo baixinho, posicionando as mãos abaixo da cabeça, de barriga para cima.
– Acho que esse desanimo todo aí não condiz, esqueceu o que é agora? Aula de Poções. – Jamie levantou as duas sobrancelhas com uma expressão divertida – Po-ções. Seu dono vai estar lá, cara. E eu tenho uma surpresa para você.
– O que você fez agora? – Franzi as sobrancelhas enquanto recebia o pequeno pássaro feito de papel que mexia as asas bem na minha frente, aquilo iluminou minha mente de uma forma tão maravilhosa que não pude deixar de ficar ansioso e abrir o máximo que podia dos olhos – Jamie, eu tive uma ideia!
Aquela dobradura de papel era tão simples e delicada que me deixou fascinado logo de cara, mas eu nunca saberia fazê-la por não ser nada bom com as mãos. E cá entre nós, minha licença de asiático deveria ser revogada só por não preencher os estereótipos básicos.
– Seja lá qual for não importa. A minha é bem melhor, cara, e você vai conseguir esse par é hoje, se não eu não me chamo James Theodore Malfoy. Só segue meu baile.
Jamie foi simples, simples até demais. E era isso que me deixava com um pé atrás com aquele covarde. Qualquer método ou atitude que vinha daquele garoto eram sempre os mais fáceis e aquilo me assustava. O simples fato de ele querer me ajudar me assustava. Ele me puxou pelo pulso e me carregou até a saída do quarto levando nossos livros.
Não nego, eu prefiro a ajuda de Kimchi. Era mais útil, só que mais babada.
Meu melhor amigo me puxou por todos os corredores, carregou até mesmo meus livros e aquilo só se tornava ainda mais assustador. Era tarde demais para montar na minha vassoura e voar até o Japão? Se não, eu estava realmente cogitando a possibilidade. Será que a Escola Mahoutokoro poderia me acolher? Eu prometeria de pés juntos largar até Kimchi para trás.
YOU ARE READING
De "Vassoura Arriada" Por Um Texugo | jikook
RomanceVindo de uma família dividida entre Sonserinos e Grifinórios, eu não fugi à regra. Logo aos meus onze o Chapéu Seletor mal precisou ser posto na minha cabeça e já gritara "Sonserina!". Mas cá entre nós, não era muito comum que um sonserino, como eu...